“Só Eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não
desgraça, e um futuro cheio de esperança. Sou Eu, o Eterno, quem está falando”
(Jeremias 29:11).
Estamos nos últimos dias do ano e quão salutar é a prática de elaborar os
planos para a vida no próximo ano com antecedência.
É bom não se contentar com o
que já alcançamos e elaborar planos bem definidos para o crescimento espiritual
e também em outras áreas secundárias da vida.
Plano é uma linha reta que
encurta distâncias.
Quem estabelece planos e se
esmera por executá-los são as pessoas mais bem-sucedidas.
Sucesso e vitória não
acontecem por acaso.
Para alcançá-los temos que
elaborar um planejamento de longo alcance, sem nos esquecer das coisas
intermediárias e imediatas.
Ao longo de minha vida tenho
visto e conhecido muitas pessoas que estabeleceram bons e elevados planos, e
que foram muito persistentes para alcançá-los.
Entretanto, mesmo ao terem
alcançado seus alvos, sentiam-se criaturas infelizes e frustradas.
O sucesso alcançado, embora
lhes propiciasse dinheiro, prosperidade, conforto e até fama, não lhes
propiciou paz ao coração.
Sentiam na alma um vazio
profundo que nada do que tinham e possuíam podia preencher.
Sabe que plano faltou a essas
pessoas?
Faltou atender à recomendação
de Jesus, quando disse: “Buscai, pois, em
primeiro lugar, o Seu reino [de Deus] e Sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Vale a pena dar prioridade a
Deus em nossos planos, pois “os que em
todas as coisas consideram a Deus o primeiro, o último e o melhor, são as
pessoas mais felizes do mundo. Os sorrisos e o brilho do Sol não lhes desaparecem do semblante. A
religião não torna quem a pratica grosseiro nem áspero, desasseado ou
descortês; ao contrário, eleva-o e enobrece-o, refina-lhe o gosto,
santifica-lhe o juízo, e habilita-o para a sociedade dos anjos celestiais e
para o lar que Jesus foi preparar” (Mensagens aos Jovens, pág. 38).
Deus tem planos bem definidos para nós. E quais são os nossos para com Ele?
“E ela deu à luz o seu
primogênito [Jesus]. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque
não havia lugar para eles na hospedaria" (Lucas 2:7).
Jesus
deixou um Palácio no céu para vir à Terra, mas não havia lugar para Ele!
Este
é um dos versos mais tristes e reflexivos de toda a Bíblia.
Hospedeiros
não quiseram hospedá-lo ou outras pessoas mais importantes já estavam ocupando
o lugar.
Não
havia lugar para Ele, nem mesmo na mais humilde casa da vila, lugar que homens
de posição teriam evitado como indigno deles.
Jesus
merecia ter nascido num lugar com holofotes, mas as necessidades O fizeram
nascer no mais humilde lugar.
Enquanto
pais modernos decoram com carinho o quarto de seus filhos, Jesus não pôde
contar com um quarto assim.
Jesus
só teve direito a alguns panos e seu berço foi uma manjedoura.
Santificamos
a palavra “manjedoura”, mas ela nada mais é do que um coxo onde era colocado
alimento para animais.
Jesus
nasceu num estábulo ou num curral.
O
primeiro lugar a abrigar Jesus foi um dos locais mais imundos que se possa
imaginar.
A
Terra se assemelhava a um imenso estábulo no qual por quatro mil anos a
humanidade havia vivido todas as espécies de depravação e perversidade.
Mas
o fato de Jesus ter nascido num estábulo não alterou a sua natureza e o que Ele
era:
“Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Jesus
fez de um imundo estábulo o melhor lugar do mundo.
A
presença de Jesus é que faz a diferença.
Por
mais orgulhosos que sejamos o nosso coração não é mais limpo que um estábulo.
O
mesmo Jesus que transformou um estábulo com a Sua presença pode também entrar
no coração mais pecaminoso e obstinado, e transformá-lo completamente.
Não
havia lugar na hospedaria para o nascimento de Jesus!
Aqui
estava uma antecipação daquilo que aconteceria futuramente com grande parte da
humanidade.
Homens
não permitiram Jesus nascer entre eles, mas Jesus nasceu.
Muitos
até o ouviram, formaram-se multidões em torno dEle, mas não havia lugar em seus
corações.
E
Hoje? Tem sido diferente?
Até
ouvimos, mas às vezes não temos dado lugar.
Lugar
para a sua Palavra, para o seu amor, para o seu Santo Espírito...
Lugar
para o testemunho daquilo que Ele tem feito por nós.
Aquilo
que os habitantes de Belém fizeram por ignorância é praticado por muitos hoje por
completa falta de vontade.
Muitos
de nós recusamos providenciar um lugar para o Filho de Deus em suas vidas.
Não
Lhe oferecemos um lugar em nossos sentimentos, em nossas afeições, em nossos
pensamentos, em nossas vidas, em nossos desejos, em nossas decisões, em nossas
ações, nem em nossa conduta diária.
E
assim deixamos de receber Aquele que pode satisfazer-nos completamente!
Estamos
vivendo a época do Natal, quando Papai Noel é mais conhecido que Jesus.
Jesus
deseja nascer em cada coração!
Você
permitirá que Ele entre no seu coração ou fará como o dono da hospedaria em
Belém, onde não tinha lugar para o Salvador?
Talvez
seu coração já esteja ocupado ou você se sinta como um coxo.
Não
importa quem você é!
É
Jesus quem faz a diferença!
A
presença de Jesus santifica o coxo de nosso coração.
Roguemos
que o Senhor da Glória, condescenda em nascer no vil estábulo de nosso coração,
transformando-o num magnífico palácio!
Alguém disse que “os únicos que não tem problemas estão no
cemitério”.
Enquanto aqui vivermos, lidaremos
com problemas e doenças.
Problemas de relacionamento,
falta de emprego, educação de filhos e tantos outros que enfrentamos.
Muitos destes parecem não ter
solução e é aí que deve entrar a pessoa de Jesus.
Certa vez, Jesus havia trabalhado
muito, estava exausto e merecia descanso.
Jesus foi repousar na casa de
André e de Pedro que lhe falou de uma enfermidade de sua sogra.
A doença não provém de Deus.
A doença nos advém de uma
tentativa do inimigo em querer desfalecer a nossa fé e vontade de viver ou são
fruto de um modo de vida desregrado.
Jesus ouviu atentamente Pedro
falar sobre a enfermidade de sua sogra e, mesmo cansado, foi ao seu encontro.
Jesus está ansioso para ouvir nossa
história, nossos lamentos, dificuldades e sofrimentos.
Deus quer ouvir a nossa história
para vir ao nosso encontro.
Deus sempre tem um modo
particular de agir, segundo um propósito de glorificação de seu nome.
Quando Lázaro estava doente, por
exemplo, Jesus não foi imediatamente ao seu encontro, demorou dois dias onde
estava (João 11:6) e quando chegou, aquele homem jazia na sepultura há quatro
dias (João 11:39).
Será que Deus tem dois pesos e
duas medidas?
Nem sempre compreenderemos o agir
de Deus, mas devemos confiar que Ele sempre tem a melhor solução para todos os
nossos problemas.
Quando Deus ouve a nossa história
através da oração, Ele poderá agir de imediato ou esperará um pouco, mas jamais
passaremos despercebidos.
Certa oportunidade, Daniel havia
ficado doente por não entender uma visão dada por Deus (Daniel 8:27).
Como homem de oração que era
Daniel orou a Deus por mais de dez anos a fim de obter esclarecimentos, mas
para Deus tudo tem o seu exato momento.
Daniel fez uma maravilhosa oração
intercessória por seu povo (ver Daniel 9), depois de todos estes anos, e Deus
lhe enviou imediatamente o anjo Gabriel, porque Daniel era “mui amado” (verso 23).
Vemos aqui, na mesma ocasião, as
duas situações: Deus esperando um pouco, mas agindo de imediato.
Voltando à nossa história, aquela
enfermidade tinha atingido uma mulher e idosa.
A mulher ainda sofre preconceitos
em nossos dias, mas nada é comparável ao desprezo e humilhação da sociedade
antiga.
As mulheres não eram contadas nos
recenseamentos (I Crônicas 21:5).
Na igreja deveriam ficar caladas
(I Timóteo 2:11 e 12).
A mulher era considerada como um
objeto, uma escrava.
Ao homem já foi permitido ter
várias mulheres e não o contrário.
Deus não olha para os
preconceitos humanos e Jesus veio justamente para quebrar estes tabus (Gálatas
3:28).
Aquela enferma além de mulher,
era idosa.
Deus ama os idosos e se preocupa
com as suas necessidades.
Os idosos têm sido marginalizados
por muitos em nossos dias.
Ai da descendência de Jesus, que
nos trouxe a salvação se não fossem os idosos Abraão e Sara!
Mesmo cansado, Jesus foi até
aquela mulher.
Ele toma a iniciativa de te
ajudar. Não espera.
Há dois mil anos, antes mesmo de
você existir, Jesus já tomou a iniciativa por você.
Somente a palavra de Jesus seria
suficiente para a cura daquela mulher.
Mas aquele pobre ser, mulher,
idosa, indigna pela sociedade, necessitava de uma melhor atenção.
Deus age assim. A quem mais
precisa, maior será a sua bondade.
“...onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20).
O mundo já tem por si mesmo a
tendência de não nos tratar bem.
Mas Jesus tomou aquela mulher
pela mão e a ajudou a erguer-se (Marcos 1:31).
O desejo mais ardente do coração
de Deus é tomar a nossa frágil e febril mão e ajudar-nos a erguer-nos da
enfermidade do pecado.
Jesus quer ser este envolvente
Salvador pessoal.
Ele está com a sua mão erguida
para ajudar-te a levantar-se.
Prova disto é que Jesus não
contentou em estender somente as mãos e numa negra tarde de sexta-feira, Ele
ergueu os seus dois braços como quem deseja alcançar e levantar toda a
humanidade.
Mantenha esta esperança em seu
coração de que Jesus pode te levantar, não importa qual seja a sua dor ou
enfermidade.
A febre daquela mulher passou e é
normal que suemos bastante e estejamos debilitados.
Até mesmo espiritualmente nos
sentimos debilitados quando nós caímos.
Mas quero dizer agora o ponto
mais evidente da cura que Jesus oferece.
Jesus faz a obra por completo!
A mulher foi curada da febre, mas
o seu íntimo também foi curado.
Em Jesus não há obra parcial, só
se o ser humano rejeitar.
A verdadeira cura, a verdadeira
transformação evidencia frutos.
O texto fala que assim que a
febre passou, mesmo suada e cansada, a mulher “passou a servi-los” (Marcos 1:31).
Quem estava ali presente? Jesus
e, quem sabe, seu genro.
Ali estava o seu Salvador e o seu
próximo.
A nossa vida não faz sentido se
não escolhermos servir ao nosso Salvador Jesus e ao próximo que nos rodeia.
Assim como a obra de Jesus foi
instantânea, imediata também foi a sua prontidão.
Todo aquele que verdadeiramente
recebe desta graça terá o desejo de reparti-la com o seu semelhante.
A graça de Jesus é comparada à
água e aquele que bebe desta água “de seu
interior fluirão rios de água viva” (João 7:38).
O próprio Jesus veio para servir
(Mateus 20:28).
Deus deseja continuar servindo a
humanidade.
Michelangelo esculpiu uma imagem
de Jesus sem as mãos e foi criticado por isto. Mal sabiam os críticos que a
mensagem implícita naquela escultura era de que Deus não tem mãos e precisa das
nossas.
Deus não tem mãos e não tem pés,
por isso necessita contar com os nossos.
Quantas pessoas necessitam ser
servidas por nós?
Se não temos esta disposição e
prontidão é porque não permitimos que Jesus faça a obra completa em nós.
Que jamais possamos interromper a
boa obra que foi começada em nós (Filipenses 1:6), pois “quem não vive para servir, não presta para viver”.
Jesus foi ao jardim do Getsêmani
com seus discípulos para orar.
É natural que em um grupo de
pessoas tenhamos mais afinidades com algumas do que outras.
Jesus então saiu para uma parte
mais reservada do jardim e levou consigo Pedro, Tiago e João.
No jardim do Éden o homem caiu em
pecado, mas no Getsêmani Cristo caiu de joelhos para levantar o homem.
No Éden o homem contemplava com
seus olhos o brilho da glória de Deus, mas na escuridão do Getsêmani Cristo
sentiu a angústia por nossos pecados.
Naquela noite Jesus passou a
experimentar o que chamaríamos de comoção emocional.
Já viram alguém morrer de
tristeza?
É muito mais fácil alguém morrer
de amargura do que com uma bala no corpo.
Jesus começou a padecer naquele
momento.
Não devemos esquecer que mesmo
sendo Jesus o próprio Deus, Ele também era completamente humano.
E pra Jesus seria um alento
contar com o apoio daqueles três discípulos mais chegados.
No momento de tamanha angústia,
Jesus encontrou força na oração.
Eu não consigo entender como
seres humanos que não chegam nem à sombra de Jesus consegue viver sem oração.
A oração é a respiração da alma.
É o oxigênio da vida cristã.
Que não ora vive em um balão de
oxigênio – algo que é uma misericórdia.
A oração de Jesus revelou traços
de sua humanidade.
“Pai, se possível, passa de mim este cálice” (Mateus 26:39).
Este cálice era muito amargo.
Jesus não fraquejou dizendo isto,
Ele simplesmente revelou o quanto pesaria carregar os pecados de toda
humanidade.
Um erro nos faz pesar tanto a
consciência, imagine o peso dos pecados de todo o mundo e pecados que você
jamais cometera!
Mas Jesus disse: “Todavia não seja como eu quero, e sim como
tu queres” (Mateus 26:39).
A verdadeira percepção espiritual
é abrir mão da sua vontade para que a vontade de Deus se cumpra.
Ninguém mais precisará ser
pregado numa cruz, Jesus já pagou este preço.
Mas existem cruzes que devemos
carregar.
Mesmo que pese, não devemos
desistir.
Como se não bastasse a angústia
que estava sentindo, ao dar uma pausa em sua oração, Jesus percebe que os seus
discípulos mais chegados, que deviam apoiar Jesus naquele momento tenso estavam
dormindo.
Hoje, enquanto tantos sofrem, nós
dormimos.
Enquanto alguns oram, nós
dormimos.
Jesus descarregou sua decepção perguntando
se uma hora era tanto tempo assim para eles vigiarem.
E hoje? Uma hora tem sido tanto
tempo assim para meditarmos nas coisas espirituais?
Uma hora ouvindo sobre Jesus é
tanto tempo assim a ponto de nos dar sono?
Jesus falou uma grande verdade
que vale para todos nós.
Enquanto você dorme, você está
mais suscetível à tentação.
Parece incoerente, mas enquanto
dormimos nos momentos de alimentarmos o espírito estamos mais sujeitos a cair.
Jesus complementou dizendo que o
espírito está pronto ou firme, mas a carne é fraca.
Quantas vezes você desejou permanecer
numa vigília, mas o sono não deixou.
Quando o corpo, que é fraco,
dirige o espírito, certamente cairemos.
Mas o espírito deve dirigir o
corpo.
Paulo diz em Romanos 8:3 e 4 que
nós não devemos andar segundo a carne, mas segundo o espírito.
Não é o seu corpo que deve selecionar
as coisas espirituais que você gosta, mas as coisas espirituais é que devem
direcionar o seu corpo.
Jesus teve este mesmo desgosto
por três vezes.
Não machuque o coração de Deus
com o seu sono.
Tome a sua cruz.
Ore, porque na oração você encontrará
poder para vencer as amarguras da sua vida.