Jairo era um padrão de felicidade
para seus contemporâneos.
Ele tinha tudo, era um homem
rico, poderoso, influente, culto, famoso, respeitado, considerado e aplaudido.
Aos olhos humanos Jairo tinha
tudo o que um homem precisa para ser feliz.
Nossa sociedade ensina-nos a
esconder nossos verdadeiros sentimentos.
Todos achavam que Jairo tinha
tudo, mas ninguém sabia que ele tinha um problema.
Jairo tinha uma filha de 12 anos
a qual muito amava.
Esta criança começou sentir
alguns probleminhas de saúde.
Jairo por ser um homem de
recursos não cruzou os braços, foi em busca do melhor tratamento.
Jairo não hesitou em levá-la nos
melhores médicos, em fazer os mais avançados e criteriosos exames, afinal,
tinha influência, tinha dinheiro e queria o melhor para a sua filha.
No entanto, a situação de sua
filha parecia cada vez pior.
Deve ser terrível perder um
filho.
Jairo ouviu falar de um homem que
curava cegos, paralíticos, leprosos e multiplicava pães.
Era Jesus de Nazaré. Multidões o
seguiam e viam seus milagres.
Com o agravamento do estado
clínico de sua filha e com o esgotamento de todos os recursos médicos,
Jairo pensou em procurar a Jesus.
Ao ouvir sobre Jesus, Jairo
reacendeu em seu coração uma pequena esperança.
Só que Jairo tinha uma tragédia
em sua vida.
Sua tragédia era a sua riqueza,
sua cultura, sua influência e seu poder.
Sabemos qual era o perfil das
pessoas que formava a multidão em torno de Jesus e não ficava bem para um homem com tais predicados concorrer a Jesus com tais pessoas.
Há momentos em nossas vidas que
as aparências externas sufocam as necessidades de nossos corações.
Deixamos de nos entregar a Jesus
preocupados com o que outros pensarão.
Mas a questão era de vida ou
morte.
Seria a eminência da morte algo
maior que seu orgulho?
Foi difícil a decisão, mas Jairo
quebrou seu orgulho, a sua imaculada aparência e decidiu procurar Jesus.
Não é comum que gente culta siga
a Jesus.
Quando se tem fama, dinheiro e
poder, as pessoas pensam: pra que Jesus?
Mas a situação de Jairo era tão
extrema que este furou o alvoroço da multidão, ajoelha-se aos pés de Jesus e
lhe suplica com insistência:
“Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que
seja salva, e viverá” (Marcos 5:23).
Ao lermos superficialmente esta
passagem, concluímos: Que fé!
Se formos mais atentos ao texto bíblico
veremos que não era bem assim.
Ir a Jesus é importante, mas não
é tudo.
Estar de joelhos, cantar um hino,
levantar a mão num apelo, pertencer a uma igreja, é importante, mas isto não
quer dizer nada.
Aceitar e reconhecer a Jesus como
nosso Salvador é importante, mas não é tudo.
Jesus quer ser o seu Salvador,
mas Ele também precisa ser o seu Rei.
Notem que Jairo prostra-se diante
de Jesus, quem sabe, tira um papel do bolso e lhe diz:
1 - Minha filha está quase morrendo [levanta],
2 - venha, me acompanhe,
3 - entre em seu quarto,
4 - toque nela,
5 - diga algo para ela,
6 - então ela ficará
curada.
Não é tão difícil reconhecer a
Jesus como aquele que pode nos salvar.
Mas vemos aqui que também não é
tão simples permitir que Ele faça a sua vontade.
Jairo queria usar Deus para os
seus próprios fins.
Deus não é um boneco, uma
marionete que usamos de acordo o nosso interesse.
Deus perdoa nossos pecados, mas
também quer governar a nossa vida.
Jairo queria que Jesus fosse
somente o seu Salvador, não O queria como o seu Rei.
Jairo foi a Jesus, mas em suas
mãos estavam os seis passos que Jesus deveria seguir.
Cristianismo não é usar a Deus
Jairo teve que aprender esta
lição com duros golpes, com muitas lágrimas e muita dor.
Temos que aprender a lição básica
do cristianismo: não posso usar Jesus, tenho que ser usado por Jesus.
Aceitar a Jesus como Rei consiste
em obedecer sem ressalvas à Sua Palavra, sem querer induzi-la ou adaptá-la aos
nossos interesses.
Jairo queria que Jesus fizesse
conforme a sua própria vontade.
Jesus poderia ter escorraçado
Jairo, pois queria mandar em Sua vontade.
Mesmo assim Jesus nos ama e nos
aceita como somos.
Ele nos aceita com nossos
defeitos, arrogâncias e ignorâncias.
Então Jesus sai com Jairo.
Jesus ia lentamente, curava
alguém, animava outro durante o percurso.
Jesus ia resolvendo os problemas
das pessoas.
Jairo, quem sabe, puxava a Jesus,
dizendo que aquelas pessoas poderiam esperar e que o seu caso era urgente. Mas Jesus
ia no seu ritmo normal.
O homem pode tentar manipular a
Deus – tenta, mas não consegue.
Muitos acham que podem manipular
a Jesus.
Eu vou orar com fé para que Jesus
me dê...
Ter fé é pedir, mas também é
aceitar a vontade de Deus.
Na ida, a multidão comprimia Jesus.
Até que no alvoroço da
aglomeração Jesus pergunta: “Quem me
tocou?” (Marcos 5:30).
Os discípulos, quem sabe, com um
tom de vergonha disseram: “mas como é que o Senhor tem coragem de perguntar uma
coisa dessa...”.
Não era um toque comum. Este sim
era um toque de genuína fé.
Os discípulos se referiam à
multidão, mas Jesus falava de alguém.
Jesus não te generaliza na
multidão, mas lhe vê individualmente.
Jesus jamais deixará desapontado
aquele que com fé se aproxima e toca no seu sagrado manto.
Jesus então pára, pergunta quem o
haveria tocado, a mulher se apresenta, ambos conversam e o tempo ali se passa.
O aflito Jairo impacientemente vê
toda aquela cena, até que se aproxima um de seus servos e lhe dá a notícia de
que não era mais necessário Jesus.
Jairo desabou.
Havia quebrado o orgulho, andado
com prostitutas e espectros sociais e parece que Jesus nem tinha feito caso
dele.
Estou escrevendo para alguém que
já pediu, orou, jejuou, chorou e Deus não atendeu?
Talvez você possa compreender o
que Jairo estava sentindo.
Jairo, quem sabe, com lágrimas
nos olhos, mira-se em Jesus como que queria dizer que era tarde demais, que não
mais precisava de seu favor.
Então Jesus aproveita aquele
crucial momento para requerer de Jairo a verdadeira demonstração de fé e
ensinar-lhe a verdadeira lição.
Jesus lhe diz: “Não temas, crê somente” (Marcos 5:36).
Em outras palavras, Jesus estava
querendo dizer: Agora sim, você tem a oportunidade de me aceitar como o Rei de
sua vida. Naquele instante, você me viu como o Salvador, mas não me queria como
o seu Rei, queria que eu fizesse a sua própria vontade.
Você me agarrou pela mão, queria
me ajustar ao seu programa. Você que deve se ajustar a mim.
Neste instante Jairo creu,
permitiu que a vontade de Jesus fosse a soberana.
Até aqui, só tragédias, Jairo
vinha puxando Jesus pela mão.
Agora, é Jesus que toma a sua mão
e toma o rumo das coisas.
O mais importante é que sempre
Jesus está disposto a nos dar coisas maiores que procuramos.
Jairo foi procurar cura para sua
filha, mas Jesus lhe deu uma nova vida.
Jesus quer ser o seu Salvador e
muitos o reconhecem e o aceitam como tal, mas Ele precisa ser o Rei de sua
vida.
A Bíblia nos fala mais de Jesus
como Senhor do que como Salvador.
Que compreendamos
verdadeiramente isto em nossa vida!
“Porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12:29).
Para o leitor desatento, pode
soar mal estas palavras de Paulo ao exortar a respeito da obediência e temor ao
Senhor.
Embora estas palavras tenham sido
originalmente citadas por Moisés, com o mesmo propósito de Paulo, ela pode nos
falar hoje também.
Não é necessário medo ou
desconfiança, até no próprio fogo existe salvação.
A palavra “fogo” aparece mais de
cem vezes ao longo da Bíblia e na maioria das vezes é usada para exemplificar
virtudes divinas.
O fogo sempre simbolizou a
glória, a presença e o poder de Deus.
Lembre-se que quando a sarça
estava em chamas e de Moisés é solicitado que tirasse as sandálias dos pés (Êxodo
3:4 e 5), era Senhor, em sua glória, que estava lá.
Lembre-se que quando o povo de
Israel foi liberto das mãos de Faraó, durante a escuridão da noite uma coluna
de fogo os guiava (Êxodo 13:21), era a presença do Senhor que ali estava.
Lembre-se que quando Elias
desafia os 450 profetas de Baal, o poder de Deus, através do fogo se manifestou
também (1 Reis 18:38).
Porém, outras vezes também, a
manifestação de Deus através do fogo pode representar tristes consequências
como a destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:24) e o juízo final que
aguarda os ímpios por ocasião da segunda vinda de Jesus (Apocalipse 20:9, 14;
21:8).
Mas o fogo ainda nos traz várias
lições espirituais:
a)O
fogo é um agente revelador
Em 1 Coríntios 3:13 diz-nos que o
fogo revelará a obra de cada um.
Quando somos submetidos ao fogo,
nosso valor será revelado e aperfeiçoado.
A intervenção divina revela quem
somos.
Mostra nosso orgulho, egoísmo e
vaidades.
Revela quão longe podemos estar
dos planos do Senhor.
b)O
fogo é um agente purificador
Em Malaquias 3:2 também nos diz
que “Ele (Deus) é como o fogo do ourives”.
Deus quer retirar todos os
resíduos e impurezas que há em nós.
Deus quer mudar os motivos
egoístas de nosso coração e a malícia de nossos pensamentos.
O fogo
nos faz refletir a imagem de Jesus.
c)O
fogo é um agente autenticador
Em
Apocalipse 3:18, o conselho para a igreja de Laodicéia é que compre ouro
refinado pelo fogo.
Quanto
mais provado, maior é o valor, maior é a autenticidade.
Não te
detenhas de ser provador, o fogo valoriza e autentica a sua vida espiritual.
d)O
fogo é um agente aquecedor e afugentador do frio
Muitos corações necessitam ser
aquecidos da frieza do pecado.
e)O
fogo é um agente protetor
Em
Zacarias 2:5 diz-nos que “O Senhor Deus promete
que Ele mesmo será como uma muralha de fogo em volta”.
Animais
perigosos temem o fogo.
O fogo é
uma salvaguarda em noites escuras.
f)O
fogo é um agente santificador
Em Isaías
6, capítulo que narra o chamamento deste profeta, há uma profunda demonstração
do papel santificador do fogo.
Isaías
indaga ser alguém de lábios impuros.
Então o
anjo Serafim retira uma brasa viva do altar e a toca em seus lábios.
A partir
daí Isaías tornou-se um novo homem, seus pecados e culpas haviam sido removidos.
Com a
purificação moral, Isaías podia oferecer um louvor puro a Deus.
O Serafim
usou a brasa do fogo santo do próprio altar que Deus acendera e deveria ser
preservado queimando perpetuamente (Levítico 6:12).
O
principal motivo para tirar uma brasa do altar seria a necessidade de acender
incenso.
Mas nesta
passagem a brasa é aplicada em Isaías e não no incensário.
Isaías
era então o próprio incenso.
O incenso
enchia de fumaça perfumada a casa de Deus.
Isaías
era então a fragrância de uma mensagem santa a ser espalhada pelo mundo.
Após este
processo Isaías foi então enviado à sua missão.
Aprendemos
quantas coisas extraordinárias o fogo do Senhor pode nos proporcionar.
O mesmo
fogo que purifica e é salvação pode também selar a nossa perdição.
A
tentativa de se curar um câncer é se queimando esta ferida.
Entendes
agora porque Deus é fogo consumidor?
O fogo
não muda em sua essência, ele existe para queimar.
Consumirá
os ímpios ou as nossas imperfeições.
Que nossas imperfeições sejam consumidas hoje para que não
sejamos consumidos por inteiro logo mais!