16 de dezembro de 2013

Reciclagem Essencial (Parte 2)

"Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do SENHOR: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel(Jeremias 18:1-6).

Por mais que o oleiro dominasse o ofício, algo inesperado aconteceu.
Um vaso que estava sob sua mão estragou.
Esta é a nossa história.
Por mais que Deus esteja por perto com o seu toque constante sobre nós, não estamos isentos das deformidades.
Era muito simples para o oleiro jogar o barro fora – afinal era um material sem valor.
Mas o texto nos diz que o oleiro tornou a fazer do barro outro vaso, “segundo bem lhe pareceu” (vs. 4).
Ninguém, além de Deus, pode enxergar o seu coração.
Há esperança para sua vida disforme.
O oleiro não jogou o barro fora, este foi reaproveitado e reciclado, conforme a vontade de Deus.
Deus dá à sua vida a forma necessária para o seu bem.
A modelagem de Deus muitas vezes passa pelo desconforto, pela privação, pela dificuldade, mas tenha certeza que ao final você estará refletindo a imagem daquele que te modelou.
“As provações da vida são obreiras de Deus, para remover de nosso caráter impurezas e arestas. Penoso é o processo de cortar, desbastar, aparelhar, lustrar, polir; é molesto estar, por força, sob a ação da pedra de polimento. Mas a pedra é depois apresentada pronta para ocupar seu lugar no templo celestial. O Mestre não efetua trabalho assim cuidadoso e completo com material imprestável. Só as Suas pedras preciosas são polidas, como colunas de um palácio” (Beneficência Social, p. 20).
Tenha certeza de que a cada adversidade vivenciada Deus está reciclando o seu caráter.

Deus não abre mão de você.
Você é o centro da atenção de Deus.
Deus hoje está preocupado com as suas escolhas, com os amigos que você tem andado.
Deus tem preocupado com os negócios que você tem feito.
É tempo de renovação e reavivamento.
É tempo de sacudirmos o comodismo espiritual e permitirmos a mudança que Deus precisa efetuar em nós.
O texto não diz que o artista tentou colar os pedaços – ele fez um vaso novo.
Deus não remenda a vida de ninguém.
Se você permitir, hoje Ele te dará uma nova vida.
Todos nós saímos como vasos perfeitos das mãos de Deus, mas essa vidinha medíocre que levamos de uma religião superficial sem comunhão, sem estudo da Palavra e sem oração tem escancarado as fendas de nossa vulnerabilidade.
Deus quer te dar uma oportunidade de reciclar os seus anseios, os seus dons e a sua esperança.
Sem Deus somos vasos quebrados e sem valor.
Mas se hoje permitirmos, o Espírito Santo atuará em nós e por meio de nós, a fim de que possamos receber uma nova vida.
Não uma vida colada, mas uma vida novinha em folha.
Paulo nos diz em Romanos 7:18 e 19: Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. ||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Romanos||7||18
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”
A verdade é que, por nossa própria vontade, nunca seremos um vaso novo.
“O Supremo Artista deseja moldar-nos e formar-nos. E como o barro está nas mãos do oleiro, assim estamos nós em Suas mãos. Não procuremos fazer a obra do oleiro; compete-nos simplesmente deixar-nos moldar pelo Supremo Artífice” (A Ciência do Bom Viver, p. 472).

Devemos buscar a Deus de todo o nosso coração (Jeremias 29:13).
Se Jesus, um ser imaculado e santo, buscava constantemente a Deus (Marcos 1:35), imagine a necessidade que temos sendo seres tão mesquinhos e pecadores.
Há dois tipos de vasos espirituais, conforme Paulo menciona em Romanos 9:22 e 23.
Vasos de misericórdia preparados para receber sua glória e vasos de ira destinados à perdição.
Que tipo de vaso você deseja ser?
Se por nossas próprias mãos temos tentado colocar um remendo e uma colinha em nossa vida espiritual, permitamos que Deus nos desmanche e nos refaça como um vaso novo.
“O Oleiro não pode moldar para honra aquilo que nunca Lhe foi posto nas mãos. A vida cristã é de entrega e submissão diárias, e de contínua vitória. Cada dia serão ganhas novas vitórias. O eu precisa ser perdido de vista, e o amor de Deus constantemente cultivado” (MM Nossa Alta Vocação, 1962, p. 333).
Mas não basta somente querer.

Tenho certeza de que os momentos dispensados em oração, estudo da Palavra e testemunho será o exato momento em que Deus fará a reciclagem que tanto necessitamos.

9 de dezembro de 2013

Reciclagem Essencial (Parte 1)

O francês Antoine Lavoisier (1743-1794), pai da Química Moderna cunhou a popularíssima frase: “Na natureza nada se perde, tudo se transforma”.
Nunca houve uma época tão oportuna para se falar isto como hoje.
No mundo empresarial a palavra “reciclagem” está em voga.
Recicla-se alumínio, papel, plástico, executivos, funcionários, professores, etc.
Às vezes compramos objetos de material reciclado achando que é novo!

Jeremias 18:1-6 diz: Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do SENHOR: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

Esta é a reciclagem que Deus precisa fazer no ser humano.
Israel havia escolhido afastar-se de Deus. Aquela era uma época de marasmo e frieza espiritual.
As pessoas só queriam saber de satisfazerem seus próprios interesses, gostos e preferências.
Será que a nossa realidade tem sido muito diferente daqueles dias?
Graças a Deus que a iniciativa do rompimento com o laço da apatia espiritual não é nossa.
É Deus quem toma a iniciativa pelo nosso despertamento!
Deus pediu a Jeremias que descesse à casa do oleiro (Jeremias 18:2).
A nossa corrompida condição espiritual só nos faz descer na vida.
Mas Deus sempre disponibilizou meios para descer ao nosso encontro.
É Deus quem toma a iniciativa pela nossa salvação.

O trabalho de um oleiro era algo de grande valor.
Um oleiro moldava vasos para o ornamento de palácios reais.
Muitas vezes um oleiro confeccionava vasilhames para o acondicionamento de perfumes ou substâncias de grande valor.
Vasos também eram feitos para a conservação de escritas para a posteridade.
O trabalho de um oleiro era um ofício de habilidade artesanal.
Com a arte de suas mãos dava a forma desejada a uma matéria bruta e informe.
O equipamento usado em seu ofício era rústico – o que valoriza ainda mais o produto alcançado.
Com rodas movidas pelos pés, o artista girava a matéria que ia ganhando forma ao contato de suas mãos.
Esta foi a visão que Jeremias teve ao chegar à olaria.
Visão simples, mas extremamente valiosa.
Vasos que eram feitos de barro – feitos de um material sem valor.
Esses vasos representam a cada um de nós, seres formados do pó da terra (ver Gênesis 2:7).
Conforme está ressaltado no texto de Isaías 64:8: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos”.
Há pessoas que acham que são feitas de ouro, porcelana ou outro material de requinte, haja vista toda a pompa estampada, mas todos nós somos formados do barro – um material sem valor.
Mas o valor de um vaso não está no barro, mas no toque de quem o moldou.
Todos nós fomos moldados pelas mãos do próprio Deus.
É um privilégio termos sobre nós as digitais dos dedos de Deus!
O artista é quem tira o barro da mediocridade e agrega-lhe um alto valor.
Mas nunca nos esqueçamos de que o barro é um material frágil, assim como são os nossos sonhos, os nossos projetos e a nossa vida.
A nossa fragilidade deve ser a oportunidade para Deus operar em nós a sua vontade.
O barro também não tem querer.
Deus, através de Isaías, questionou: “...porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes?” (Isaías 45:9).
Muitas vezes, os vasos eram feitos para acondicionarem produtos importantes e valiosos que excediam o seu próprio valor.
Assim também, somos chamados a sermos templo da habitação do próprio Espírito de Deus.
Somos beleza no palácio do Rei do Universo.

Somos de barro, é verdade, mas o toque das mãos de Deus faz-nos seres de valor inestimável.

4 de dezembro de 2013

Um Brilho no Rosto

“Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti” (Isaías 60:1).


Moisés é meu personagem bíblico predileto!
Nascimento difícil, teimosia e autossuficiência são nuances da vida de Moisés que por muitas vezes vejo em minha vida.
Mas desejo falar de algumas virtudes espirituais presentes na vida deste personagem.
Moisés nasceu sob um decreto de morte (Êxodo 1:15).
Mas graças ao cuidado especial de Anrão e Joquebede, Moisés foi protegido no rio Nilo e encontrado pelas filhas de Faraó (Êxodo 2:6).
Moisés passou a ser criado como neto de Faraó e durante 40 anos recebeu toda a preparação civil e militar para ser o herdeiro do trono egípcio.
Todavia, Deus tinha planos muito maiores e melhores para Moisés!
“Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hebreus 11:24-26).
Deus quer que hoje troquemos os prazeres deste mundo pela glória eterna!
Moisés viveu a segunda parte de sua vida no deserto.
Por 40 anos aprendera com o silêncio da natureza.
A palavra “deserto” em hebraico significa “lugar da palavra”.
Um rabino de Israel disse: “O deserto é o único lugar silencioso para se ouvir a voz de Deus”.
Muitos não conseguem ouvir a voz de Deus lhes falando.
O problema não é que Deus não fale, nós é que não O ouvimos!
Todos nós precisamos passar por este deserto – um lugar de encontro com Deus!
“Afaste-se do ruído do mundo e do clamor de suas próprias preocupações. No silêncio você pode ouvir o sussurro do infinito” (Lisa Engelhardt).
No deserto de Midiã, enquanto apascentava o rebanho de seu sogro Jetro, Moisés viu um arbusto que se queimava mas não se consumia (Êxodo 3:2).
Deus estava ali!
Eis que Moisés ouve a voz do próprio Deus dizendo: “...Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (Êxodo 3:5).
Aquela árvore queimando mostra o que Deus precisa e quer fazer em nossa vida.
Em Hebreus 12:29 está escrito: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”.
Deus precisa consumir as nossas imperfeições!
Ali Deus chamou Moisés para um grande empreendimento de libertação.
Moisés passaria os próximos 40 anos de sua vida conduzindo o povo de Israel a Canaã.
E para que esta missão fosse cumprida com eficácia, Moisés desenvolveu um relacionamento pessoal com Deus.
O segredo da vitória espiritual é um relacionamento pessoal com Deus.
Moisés conversava com Deus face a face e era amigo de Deus (Êxodo 33:11; Deuteronômio 34:10).
Moisés havia subido ao monte Sinai para receber as tábuas do decálogo pela segunda vez.
Moisés era um pecador e não tinha luz própria, mas a intimidade com Deus fez com que seu rosto resplandecesse (Êxodo 34:28 e 29).
Que experiência magnífica!
João Calvino disse: “O Senhor não brilha sobre nós, exceto quando tomamos Sua Palavra como nossa luz”.
“Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e muda-se a dureza da sua face” (Eclesiastes 8:1).
Moody disse: “Uma vida consagrada produzirá uma impressão mais profunda. Os faróis não carregam nenhuma buzina; eles apenas brilham”.
Precisamos ter uma vida consagrada!
Podemos até dizer que já temos um relacionamento com Deus, mas o que precisamos na verdade é de intimidade.
Rick Warren disse: “O vazio espiritual é uma doença universal”.
Precisamos buscar a Deus de todo o nosso coração, senão a nossa vida será um fracasso.
Todo declínio espiritual começa com a negligência da oração.
A oração é o antídoto para todas as nossas aflições.
E o poder da oração não está naquele que a faz, e sim naquele que a escuta.
A oração diária prolongada aumenta nossa semelhança com Cristo e Sua fragrância espiritual paira sobe nós onde quer que formos.
Joseph Kidder disse: “Um exército marcha em pé, mas a Igreja do Deus vivo marcha ajoelhada”.
Albert Schweitzer disse: “A raiz de toda firmeza está na consagração a Deus”.
O tempo de afinar o seu instrumento espiritual é cedo de manhã, antes do início do concerto do dia!
Alguém disse que o sol nunca pegou Jesus na cama.
Aquele que foge de Deus pela manhã dificilmente O encontrará no restante do dia.
Precisamos dedicar a primeira hora de nosso dia à intimidade com Deus.
Perceberemos uma nova perspectiva espiritual.
Milagres acontecerão!
Mas para esta jornada é preciso renunciar algumas coisas.
Nós somos as maiores armadilhas para nós mesmos.
A vitória mais importante a ser conquistada é a vitória sobre nós mesmos.
“A não ser que a Palavra de Deus ilumine o caminho, toda a vida dos homens estará envolta em trevas e nevoeiro, de forma que eles inevitavelmente irão perder-se” (João Calvino).
Quem brinca de ser cristão apenas uma vez na semana, deixa de refletir a imagem de Jesus por sete dias.
Ellen White disse: “Deus, porém, não comunicará aos homens luz divina, enquanto estiverem contentes com permanecerem em trevas” (Patriarcas e Profetas, página 248).
Jesus, a Estrela da manhã, a Luz do mundo, o Sol da Justiça, precisa estar presente em nossos lares.
É impossível passarmos tempo com Deus e não ter um brilho na vida.
Ellen White comenta que Moisés não sabia que o seu rosto brilhava.
E o texto bíblico diz que as pessoas tiveram medo olhar para o seu rosto.
Platão disse: “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”.
Ellen White disse: “A glória refletida no semblante de Moisés ilustra as bênçãos a serem recebidas, pela mediação de Cristo, pelo povo que guarda os mandamentos de Deus. Testifica de que, quanto mais íntima for nossa união com Deus, e mais claro o nosso conhecimento de Suas ordens, tanto mais plenamente nos adaptaremos à divina imagem, e mais facilmente nos tornaremos participantes da natureza divina.” (Patriarcas e Profetas, página 330).

Que você possa ter um brilho no rosto ao refletir a glória do próprio Deus!