Que valor temos dado às coisas
espirituais?
A Bíblia está repleta de
fascinantes histórias.
Povos e nações eram constituídos
a partir de uma única família.
Isaque, filho de Abraão, pôde ver
esta situação se cumprir em sua própria família.
Após vinte anos de casamento,
Rebeca, sua esposa, se viu grávida de gêmeos.
A rivalidade parecia vir à tona
desde o ventre de Rebeca.
Quando Rebeca deu a luz, Esaú
tinha conseguido se desvencilhar primeiro, mas logo atrás vinha Jacó agarrado
em seu calcanhar (Gênesis 25:26).
O principal efeito da rivalidade
é dividir.
Esaú sendo o mais velho, recebeu
uma atenção especial de seu pai.
Esaú acompanhava seu pai,
aprendia as técnicas de caçar e de viver uma vida de pura adrenalina – tudo o
que faz um pai se orgulhar de um filho.
Esaú queimou etapas. Foi criado e
ensinado a obter resultados imediatos, vivendo a rotina de um caçador, de um
adulto, de uma pessoa mais rude por natureza.
Esaú era o preferido de Isaque e
por ser mais velho deveria receber a bênção da primogenitura.
Enquanto isso Jacó, o caçula, foi
criado nas barras da saia de Rebeca.
Criado com brincadeiras
diferentes, nutrindo preferências diferentes, constituindo um caráter diferente
de seu irmão.
Rebeca, com toda a sua
sensibilidade (típico das mulheres), nutria em Jacó uma visão de futuro.
Enquanto Esaú trabalhava o corpo,
Jacó desenvolvia sua mente e era o preferido de sua mãe.
A bênção da primogenitura era
algo fascinante!
Herdar os bois, os camelos, as
terras. Ter status social, reconhecimento, ser referência.
Ter o nome conservado na
linhagem, ser um marco, ser um expoente.
Poder dar a palavra final, tomar
as próprias decisões, administrar tudo com autonomia.
Mas a primogenitura também trazia
responsabilidade.
Deveria ser o pilar espiritual da
família, dedicar a vida inteiramente a Deus, ser um modelo espiritual.
Como vimos, a bênção da
primogenitura tinha uma série de privilégios, mas trazia também muitas
responsabilidades.
A bênção não podia ser fragmentada
ou parcelada. Não era possível querer somente os privilégios.
Esaú queria somente os
privilégios, porém Jacó ansiava pelas responsabilidades.
Esaú e Jacó sempre estiveram em
direções opostas em suas rotinas, mas num determinado momento, ambos se
encontraram para selar uma triste página da vida de um destes.
Esaú, muito cansado e faminto por
um árduo dia sem sucesso, de longe inalou um cheiro de sopa, mas não era sua
mãe que estava preparando.
Assim como Esaú tinha aprendido a
caçar com seu pai, era normal que Jacó tivesse aprendido a cozinhar bem.
Então Esaú aproximando-se de seu
irmão, justificando que estava quase a perecer de tanta fome e fraqueza, pediu
a seu irmão um pouco de sopa (Gênesis 25:30).
Sopa não mata a fome! Sopa dá uma
sensação instantânea de alívio, mas logo depois você está com fome.
Sopa é um bom alimento, mas não
para todos os momentos.
Sopa tem um bom cheiro...
O pecado, o erro, não é um
produto rápido e instantâneo, condições e circunstâncias o emolduram.
Ele vem em busca de nosso ponto
mais fraco em determinado momento.
Antes que o cheiro da sopa venha,
é necessário desvencilhar de todas as condições que podem tornar-nos presa
fácil.
Jacó aproveitou da situação e
propôs a satisfação imediata de seu desejo (o prato de sopa) em troca da bênção
da primogenitura (Gênesis 25:31).
Há muitos pratos de sopas por aí,
com bom cheiro e que vem em seu momento de maior fraqueza, convidando-o a
deixar toda uma eternidade em permuta deste prazer.
Mas como toda sopa, seu cheiro e
sabor podem ser bons, mas não matará sua fome, não preencherá o seu vazio.
Assim como aquela sopa iludiu
Esaú, muitos hoje são iludidos e trocam a eternidade por uma satisfação
momentânea.
Esta sopa pode hoje vir em forma
de drogas, bebidas, prostituição, relacionamentos, busca de posições...
Estas coisas são passageiras como
é o efeito da sopa.
Cuidado com a sopa de Jacó! Ela
está em toda parte e seu cheiro é irresistível.
Esaú em sua fraqueza disse que
não se importava com a primogenitura diante de seu estado. Esaú só pensava no
presente, como muitos pensam hoje.
Mas Deus não te criou para que
você viva e amanhã morra!
Ele te criou para a eternidade,
mas é necessário que você cultive em seu coração uma outra atitude, atitude essa
diferente de Esaú.
Cuidado com a sopa de Jacó! Ela
está em toda parte e seu cheiro é irresistível.
Sopa é bom quente.
Depois que esfria não tem o mesmo
cheiro e nem o mesmo sabor.
Assim também é a tentação.
Se buscarmos força naquele que
pode nos fortalecer para resistirmos um pouco, a sopa esfria e o cheiro
passa...
Esaú saciou-se com aquela sopa,
chegou em sua casa e deitou-se.
No outro dia estava novamente com
fome.
A fome passa e volta, mas quem
sabe a eternidade está passando por você para nunca mais voltar.
Assim como a bênção passou de
Esaú e, mesmo chorando arrependido, não conseguiu recuperá-la.
Cuidado com a sopa de Jacó! Ela
está em toda parte e seu cheiro é irresistível.
O maior sonho do inimigo é tirar
de você a salvação!
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