29 de abril de 2014

As Cinco Desculpas de Moisés

Moisés faz parte do seleto grupo da galeria da fé, relatada em Hebreus 11.
Por vezes nossa admiração pelas pessoas ali citadas mistura-se com o sentimento de impotência quando pensamos em nossa experiência de fé.
Todas as biografias contidas neste texto são de seres humanos, pessoas que tiveram defeitos e que cometeram erros, pessoas que possuíam os mesmos conflitos internos e espirituais que hoje podemos também ter.
Analisaremos agora uma passagem interessante da vida de Moisés, algo que muito tem a ver com a nossa vida cristã.
Deus tinha um plano para redenção de seu povo.
E a redenção de Deus passa pelo elemento humano.
Moisés era parte do plano, sendo assim, Deus o chama para o grande empreendimento da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.
E assim se inicia um diálogo entre Deus e Moisés, onde algumas desculpas são apresentadas e qualquer semelhança com a nossa vida não é mera coincidência.

Primeira Desculpa
“Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êxodo 3:11).
Moisés se sentia indigno e como pastor de ovelhas durante 40 anos, figura a quem os egípcios desprezavam (ver Gênesis 46:34), ir falar com um rei não era uma boa ideia.
A resposta de Deus:
“Eu irei contigo; e isto te será por sinal de que Eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte” (Êxodo 3:12).
Deus não somente prometeu Sua presença, Ele também deu a Moisés a certeza de que sua missão seria bem sucedida.

Segunda Desculpa
“Eis que quando for aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o Seu nome? Que lhes direi?” (Êxodo 3:13).
Se você for dizer a centenas de milhares de pessoas que foi convidado a comandar sua libertação, seria bom ter o nome da pessoa de quem você recebeu tal autoridade.
A resposta de Deus:
“Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3:14).
Os judeus sempre reconheceram “Eu Sou” como o nome que distinguia o Deus verdadeiro dos deuses falsos.
Não havia engano sobre quem enviava Moisés em sua missão.

Terceira Desculpa
“Mas eis que não crerão” (Êxodo 4:1).
Está ficando bem claro que Moisés não era um sujeito bem disposto.
Contudo, Deus sabia que a fé de Moisés ainda precisava ser fortalecida.
A resposta de Deus:
Deus operou através Moisés para transformar uma vara numa cobra (ver Êxodo 4:3 e 4), para tornar sua mão leprosa e depois curá-la (ver Êxodo 4:6 e 7) e transformar água em sangue (ver Êxodo 4:9).
Não gostaríamos, por vezes, que Deus nos mostrasse sinais sobrenaturais, e então prometeríamos confiar nEle e obedecê-Lo?
Infelizmente, Sua Palavra parece não ser o suficiente.

Quarta Desculpa
“Ah, Senhor! Eu não sou homem eloquente, nem de ontem, nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao Teu servo, porque sou pesado de boca, e pesado de língua” (Êxodo 4:10).
Quando recusamos a nos unir a Deus em Sua obra, estamos revelando falta de confiança em Sua habilidade de operar em nós.
A Palavra de Deus é cheia de promessas e garantias de Sua presença e competência de agir em nós e por nós.
Se nos sentimos fracos, limitados, ou inadequados, somos o melhor instrumento mediante o qual o poder de Deus pode operar.
A resposta de Deus:
“Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não Sou Eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e Eu serei com tua boca, e te ensinarei o que hás de falar” (Êxodo 4:11 e 12).
Aparentemente, Moisés não tinha compreendido bem que o Deus que criou sua boca, ouvidos e olhos era plenamente capaz de fazê-los funcionar.
Por vezes nos esquecemos de que estamos lidando com o Criador do Universo.
Deus Se ocupa do crescimento das pessoas.

Quinta Desculpa
“Ah, Senhor! Envia por mão daquele a quem Tu hás de enviar, menos a mim” (Êxodo 4:13).
Não acredito que que Moisés não queria unir-se a Deus em Sua obra.
Talvez Moisés tivesse a dificuldade de crer que Deus poderia torná-lo suficientemente capaz para o trabalho.
O mesmo que sucede com muitos de nós.
Quando somos relutantes em obedecer a Deus, não é que não queremos.
É que não nos sentimos suficientemente capazes.
Precisamos confiar nEle o bastante para crer que Ele é capaz de nos qualificar para a obra à qual nos chama.
A resposta de Deus:
“Que tal teu irmão Arão? (Êxodo 4:14).
Infelizmente, o poder que Deus prometeu a Moisés não lhe foi suficiente.
Ele somente aquiesceu quando a ajuda de uma criatura finita lhe foi oferecida.
Moisés falaria mediante Arão e isso o limitaria em sua obra.

Tem você se valido de qualquer das desculpas de Moisés no diálogo com Deus?
Está tendo dificuldades de confiar que Ele é capaz de qualificá-lo para o trabalho ao qual o chamou?
Se Deus quisesse criaturas perfeitas para cooperar com Ele, poderia ter usado anjos.
Mas, em vez disso, Ele nos escolheu.
Se permitirmos que o Senhor trabalhe por nosso intermédio, nos tornaremos uma evidência inquestionável de Seu poder. 

20 de abril de 2014

O Terceiro Dia

O nascer de uma vida é o maior milagre que podemos presenciar.
Quando vemos uma semente germinar ou um animal procriar, nos sentimos emocionados com o milagre da vida.
Jamais ninguém conseguiu construir a matéria prima da vida.
A Bíblia nos revela que Jesus é a vida (João 14:6).
Não há milagre maior do que o nascimento de Jesus, a vida eterna, dentro do ser humano.
Muitas pessoas pensam que o nascimento de Jesus em suas vidas colocarão um ponto final em todos os problemas e dificuldades.
Quando Jesus nasce na vida do ser humano não é o fim de todos os problemas.
Jesus nasceu trazendo dificuldade para Maria e José.
Maria e José não eram casados.
Aquela gravidez estava totalmente fora dos planos de ambos e certamente gerou conflitos diante da família e da sociedade.
Jesus nascendo em sua vida não é a garantia de que você estará ileso dos sofrimentos.
O nascimento de Jesus na vida do ser humano é o princípio de uma nova fase.
Nesta fase não seremos mais os mesmos e poderemos contar com aquele que diz em Isaías 41:10: “Não temas, porque Eu sou contigo, não te assombres porque Eu sou o teu Deus, Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel”.
Esta nova fase é totalmente diferente do que qualquer modo de vida anterior sem Jesus.
Você não estará livre das dificuldades, mas poderá contar com o livramento necessário para a sua vida.
Paulo ainda nos diz em I Coríntios 10:13 que “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana, mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar”.
Graças a Deus por Ele ser fiel a nós.
Não há o que temer!
Parece fácil falar, mas entender isso em nossa vida pode ser difícil.
É por isso que muitos e muitos algum dia tomaram uma decisão ao lado de Jesus, esperando que, como num passe de mágica, toda aflição desaparecesse de suas vidas.
Há alguém que interessa em lhe ver constantemente na lama, na perdição, sem esperança, e que não poupará esforços para introduzir em sua mente ideias errôneas a respeito de Deus.
A obra do inimigo tem sido ao longo dos tempos colocar o ser humano contra Deus.
Você pode até indagar que Deus poderia ter-nos criados programados para não errar, não pecar, não fazer nada errado, capazes de amar somente a um único Deus.
Acontece que Deus não nos encara como máquinas ou robôs.
Ele nos ama e fez-nos seres livre, capazes de amar igualmente a Ele e de escolher a quem dedicaremos este amor.
Você pode notar a gravidade deste conflito cósmico em torno de cada vida?
Notou como é importante e necessário o nascimento de Jesus em nossa vida?
Notou também o porquê de todas as dificuldades que muitas vezes virão quando aceitamos a Jesus em nossa vida?
O próprio Jesus, revestido de humanidade, também passou por dificuldades e aflições.
Ele era Deus, mas mesmo com todo o poder, não foi poupado das tentações, nas quais poderia ter colocado tudo a perder.
Ele as venceu, para provar-nos que também podemos vencer.
As provações em nossa vida são tão importantes como é o fogo para a purificação do ouro.
O ouro como metal bruto não tem seu valor visível aos olhos, mas quando o fogo o queima, seu valor é apurado e se torna transcendente.
Não temas em passar pelas provas.
Ele prometeu em Isaías 43:2 que “Quando passares pelas águas Eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”.
Ele cumpriu literalmente essa promessa com o povo de Israel quando o mesmo passou a seco pelas águas do Mar Vermelho (Êxodo 14:15-25).
Águas na Bíblia significa pessoas, multidão.
Você precisa transpor as teorias, as ideias, as influências de muitas pessoas.
Ele promete que nestes momentos estará conosco.
Ele também cumpriu a promessa com Hananias, Misael e Azarias, na fornalha ardente.
Eles foram livrados do fogo da provação (Daniel 3).
Mas é válido lembrar que o fato de Deus estar conosco nem sempre significará que teremos o livramento que queremos ou esperamos.
A história mostra que João Batista, Estevão, Policarpo, foram homens fiéis que não tiveram o livramento que todos esperavam.
E os argumentos humanos são falhos e limitados para entender as razões que só pertencem a Deus.
A Bíblia nos diz que os pensamentos de Deus não os nossos pensamentos e que os pensamentos de Deus são bem maiores que os nossos (Isaías 55:8).
Deus, com certeza, tem um motivo para todas as Suas razões.
Somente aquele que sabe a quantidade de cabelos de nossa cabeça (Mateus 10:30) é que também sabe o que poderia acontecer à nossa vida diante de determinadas situações.
Jesus, ao término de seu ministério aqui neste mundo, não foi poupado daquilo que teria que sofrer.
Ele sofreu a morte, mas quero dar para a sua vida a maior notícia de esperança.
Jesus ao terceiro dia triunfou daquela tumba escura para poder agir hoje por mim e você.
Basta apenas que permitamos.
Ainda que a sua vida possa estar negra e escura como a tumba em que Jesus jazia, ao terceiro dia sempre haverá uma esperança para você.
O profeta Jonas ficou na escuridão das entranhas de um peixe, mas ao terceiro dia foi tirado da morte.
Jesus disse certa vez que poderia derribar o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias (Mateus 26:61).
É certo que Jesus disse essas palavras em outro contexto, mas nós somos santuários e moradas de Deus.
Ele pode derrubar as imperfeições de sua vida e reconstruí-la novamente.
Há sempre uma esperança no terceiro dia.
Você pode até sofrer e estar na escuridão, mas ao terceiro dia sempre haverá uma esperança para você.
Só depende de você agarrar esta oportunidade.
Consciente de que seus problemas não chegaram ao fim, mas convicto de que você tudo poderá naquele nos fortalece (Filipenses 4:13) e é o mantenedor de nossa existência.

17 de abril de 2014

As Sete Últimas Palavras

Era sexta-feira.
A negra sexta-feira que dividiria a história do mundo.
Na noite anterior Jesus havia passado por seis julgamentos.
Jesus havia sido condenado.
Jesus estava lidando com pessoas que o odiavam.
Jesus sofreu escárnios, zombarias, açoites... Era um momento doloroso para todo o céu e o universo.
Alguns poucos lamentavam, mas a grande maioria gritava: “crucifica-o! crucifica-o!”.
Perto do meio-dia Jesus carregava uma cruz que não era sua – era de Barrabás.
Naquela dolorosa via as pessoas o cuspiam, o esmurravam, o xingavam.
A cruz era uma antiga prática usada para punir os maiores criminosos.
Alguns demoravam até sete dias para morrer.
Na cruz podiam demoradamente refletir pelos seus delitos em meio ao sereno frio da noite e o sol escaldante do dia.
As pernas dos criminosos eram quebradas para acelerar o processo.
Sobre a cruz havia uma tabuleta que publicava o nome e os crimes do crucificado.
Era como se quisessem dizer: “não faça isto”.
Mas o que havia feito Jesus?
Homens e mulheres eram crucificados nus. Mulheres de costas e nos homens pregos, muitas vezes, eram cravados em seus órgãos genitais.
Pregos grandes e quadrados rasgavam mãos e pés.
A cruz era jogada num buraco.
Todavia, não morriam pelos pregos, morriam pela falta de respiração.

Sempre as últimas palavras de alguém são imortalizadas e as últimas sete palavras de Jesus na cruz foram:

1 – “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Estas palavras continham o perdão e a convicção de salvar o pecador.
Aqueles homens estavam perdidos, não conheciam a verdade, mas um dia eles saberiam.
O perdão nos dá esperança de uma nova vida.

2 – “Em verdade te digo hoje que estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43).
Ao lado de Jesus havia dois ladrões, representado os dois destinos do mundo.
Um ladrão zombava, mas o outro aproveitou a oportunidade.
Ao que dá lugar à graça salvadora Jesus levanta o seu moral.
Jesus não te vê na beira do abismo e o empurra.
Era a certeza de que Jesus não estava morrendo em vão.

3 – “Mulher, eis aí teu filho... Eis aí tua mãe” (João 19:26 e 27).
Jesus disse essas palavras para João, como se quisesse dizer: “cuide da minha mãe como se fosse a sua”.
Você não daria a sua mãe para ser cuidada por alguém que não confiasse.
Aqui está a prova de que Deus confia no ser humano.

4 – “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Marcos 15:34).
Não que Deus o havia abandonado!
Jesus sentiu o peso de todos os pecados do mundo.
O pecado separa o homem de Deus.

5 – “Tenho sede!” (João 19:28)
Jesus era Deus, mas também era humano e os humanos têm necessidades, precisam de conforto.
Ofereceram a Jesus uma bebida entorpecente, mas Ele preferiu de maneira lúcida carregar os nossos pecados.

6 – “Está consumado!” (João 19:30).
Jesus queria dizer que havia cumprido a sua parte.
O homem tinha garantida a sua redenção.

7 – “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46).
Jesus morreria quantas vezes fosse necessário.
Precisamos entregar diariamente a nossa vida nas mãos de Deus.

Jesus é a esperança de uma nova vida.
Ele passou por tudo o que você e eu deveríamos passar.
Receba com gratidão o sacrifício feito por Jesus em seu lugar.


14 de abril de 2014

A Tragédia do Titanic

Em 14 de abril de 1912, há exatamente 102 anos, ninguém achou que iria acontecer e quando aconteceu, poucos se deram conta do perigo. A orquestra tocava músicas alegres quando o navio começou a afundar. Foi então que o navio desapareceu, levando com ele 1.500 vidas para a fatalidade congelada.
Todos os passageiros estavam desfrutando do luxo de seu palácio flutuante. O mar lá fora estava totalmente calmo. As estrelas estavam mais brilhantes do que nunca. Todos se sentiam totalmente a salvo, apesar de estarem navegando por um campo de minas em termos de icebergs. Por que se preocupar? O Titanic não afundaria. Os construtores do navio haviam se gabado disso. Ele dispunha de compartimentos à prova d'água que poderiam ser fechados automaticamente da sala de controle. Qualquer um desses dois compartimentos poderia ser totalmente inundado sem colocar em perigo o navio. Era tal o sentimento de segurança no Titanic que alguém ousou fazer o seguinte comentário: "Nem mesmo Deus em pessoa poderia afundar este navio".
Imaginem a arrogância!
Às 9:40 daquela noite chegara um aviso. Um alerta acerca desses icebergs maciços e fatais pela proa. Entretanto, o operador que recebeu o alarme não imaginou que os icebergs estivessem tão perto. Então, ocupado com as outras mensagens, ele colocou essa mensagem de lado para levar ao capitão assim que achasse conveniente.
Tragicamente, porém, a mensagem nunca chegou ao capitão. Logo após a meia-noite aconteceu a colisão. A maior parte dos passageiros a bordo do Titanic mal sentiu a batida. Foi um choque repentino; apenas uma vibração; um leve balanço. Só alguns se deram conta de que algo havia acontecido. Quando o navio diminuiu a velocidade e parou no meio do Atlântico, passageiros se perguntaram por quê. Apenas poucos foram até o convés para se informar. Um passageiro notou um iceberg passando por uma escotilha e teve a certeza de que o navio havia batido nele; alguém na sala para fumantes sentiu um impacto e saiu correndo para descobrir a causa. Ele viu um monte de gelo se empilhando a uns 15 metros acima do convés "A", o que significaria uns 30 metros acima da água. Mas não houve pânico, não houve comoção nem confusão.
Depois de algum tempo, o capitão convocou os passageiros até o convés com seus coletes salva-vidas. Acharam que fosse uma brincadeira, mesmo quando houve a ordem de colocar as mulheres e as crianças nos barcos salva-vidas disponíveis; alguns acharam que era meramente uma medida de precaução. Certamente estariam de volta a bordo dentro de poucas horas. O poderoso Titanic jamais afundaria. Só quando foi lançado o primeiro foguete é que a maioria dos passageiros se deu conta de como era crítica sua sorte. Eles sabiam que o disparo de foguetes era o sinal universal de tragédia no mar, mas, mesmo assim, reinava perfeita ordem no navio. Todos os membros da tripulação permaneceram em seus postos.
Os técnicos mantiveram os conveses iluminados até o final. A orquestra se colocou do lado de fora, no convés, e tocou até quase a hora do navio dar seu mergulho final. Pouco a pouco o navio começou a adernar.
Momentos após o último bote salva-vidas ter baixado ao mar, o Titanic se inclinou drasticamente. Os passageiros nos salva-vidas olhavam em pânico enquanto o enorme barco chegava a uma posição totalmente vertical e literalmente permanecia assim, sem se mover por, talvez, uns quatro minutos.
Finalmente, ele desapareceu nas profundezas. Com um gole silencioso, o mar sorvera o navio mais luxuoso, mais moderno de sua época. Foi então que surgiu o grito desesperado de homens e mulheres perdidos, vagando pelo oceano, em seus coletes salva-vidas. Seus gritos horripilantes continuaram durante uns 40 minutos, até que o gelado Atlântico silenciou todas as vozes que restavam fora dos botes salva-vidas. Tais gritos terríveis iam perseguir os sobreviventes em seus pesadelos enquanto vivessem.
Quando raiou a manhã, os icebergs se erguiam acima dos barcos salva-vidas. Havia corpos espalhados por toda parte. Dos 2.208 passageiros e tripulantes, somente 705 sobreviveram; todos eles em botes salva-vidas.
Mais de três quartos de século se passaram desde o naufrágio do Titanic, e mesmo assim, continuamos, mais do que nunca, fascinados por sua tragédia. Talvez a nossa impressão mais inesquecível seja a do comportamento calmo e silencioso dos passageiros e da tripulação. Calma, não em virtude do heroísmo, mas da insensibilidade ao perigo. Uma confiança exagerada no trabalho humano.
Os historiadores, hoje em dia, concordam que a tragédia do Titanic não precisava ter acontecido e que mesmo quando o navio começou a afundar, nenhum passageiro necessitaria ter se perdido. A causa direta para a perda de vidas foi a insuficiência de botes salva-vidas. A tripulação tivera tempo suficiente para evacuar todos os passageiros, mas não havia botes suficientes. Havia poucos botes. No Titanic, impossível de afundar, os botes salva-vidas eram considerados desnecessários, puramente ornamentais. No entanto, quando o luxuoso navio afundou, a única coisa que importou foi encontrar um humilde bote salva-vidas. Nenhuma alma sobreviveu sem entrar num bote salva-vidas.
O Titanic de 1912 não lhe faz lembrar do mundo há 4.000 anos atrás, no tempo de Noé? Naquela época a terra estava fadada a ser destruída pela água. Deus disse a Noé para construir uma arca, um grande bote salva-vidas. As pessoas acharam que tal idéia era bastante ridícula e riram dela. Por que precisariam de um bote salva-vidas? O mundo deles era seguro. Não precisavam se salvar, portanto, os avisos de Noé não foram ouvidos. Sua arca se tornou motivo de riso, uma atração turística, tornou-se tudo, menos um refúgio para salvar os pecadores perdidos da inundação fatal. E foi então que o que não se pensava, aconteceu. Todos que estavam dentro da arca de Noé sobreviveram. Todos que estavam fora da arca de Noé morreram.
Como foi, assim o será. Duas situações estranhamente similares, a de Noé e a nossa. Total desatenção a repetidos avisos. Exagerada confiança na força humana. Crime? Perversidade? Sim. Mas principalmente apenas a rotina da vida. Tanta certeza de que o amanhã será como o hoje; vivendo apenas o dia-a-dia sem preocupação. Então, vem a surpresa final, fatal. As pessoas da época de Noé não acharam que precisariam de um bote salva-vidas tanto quanto os passageiros do Titanic. E quanto a nós hoje em dia? Será que levamos a sério os avisos de Deus? Quando iremos parar de brincadeira?
Há alguns anos, um fabricante de brinquedos criou um jogo chamado "O Naufrágio do Titanic". Na enorme tampa da caixa, desenhada por um artista, a fria noite em que o Titanic afundou foi muito bem retratada. Viam-se botes salva-vidas cheios de sobreviventes desesperados enquanto o navio afundava e a proa se dirigia para o fundo. Dentro da caixa, num tabuleiro negro, liam-se as seguintes palavras: No dia 14 de abril de 1912, o enorme navio britânico, o Titanic, atingiu um iceberg em sua primeira viagem e afundou dentro de poucas horas. Daquela tragédia surgiu então uma fascinante espécie de jogo de salão, muito familiar. O jogo que se joga enquanto o navio afunda.
Fascinante jogo? Bem, talvez para aqueles que não estiveram lá. Porém, o naufrágio do Titanic não foi brincadeira!
A mesma pergunta pode ser feita agora: Será que estamos brincando enquanto nosso barco afunda? Enquanto a tragédia se aproxima deste planeta Titanic, será que estamos adiando nosso encontro com Deus?

Pense nisso!

7 de abril de 2014

O Perfume de Cristo

“Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2:15).

O que é uma fragrância? Um cheiro.
Você já esteve em algum lugar desapercebido quando, de repente, chegou alguém com um cheiro, um perfume irresistível, onde você foi envolvido por aquele aroma?
Ou você já esteve em algum lugar quando alguém ao lhe ver perguntou: - você é cristão? Mesmo sem haver nenhuma placa em você indicando a sua religião?
Assim é o efeito de Jesus na vida do cristão.
Ele exala um perfume por onde quer que passe, seu aroma invade o ambiente e todos podem senti-lo.
Esta é a fragrância do conhecimento de Deus (ver 2 Coríntios 2:14).
Você precisa conhecer pessoalmente a Jesus para exalar o Seu cheiro.
Através do estudo da Palavra de Deus e da oração podemos obter este conhecimento.
E para exalar o perfume de Cristo não necessitamos passar oito horas de joelhos dobrados e nem se esforçar para perfumar.
O perfume é exalado naturalmente.
Cada ato perfumador de nossa vida, seja ele no trabalho, no momento de lazer, na escola, na fila do banco, é um ato de colocar a Deus no primeiro lugar de nossa vida.
A França é mundialmente conhecida por seus perfumes.
Há quem diga que os franceses se tornaram especialistas neste segmento pelo desapreço em tomar banho.
Mas por melhor que seja o perfume, não conheço algum que tenha a mesma eficácia por mais de 24 horas.
É necessário renovar a aplicação diariamente e quando o conteúdo do frasco esgota precisamos comprar mais.
O perfume de Cristo não custa dinheiro e nem acaba, mas é necessário igualmente aos outros perfumes de doses diárias.
Doses diárias de Seu conhecimento.
Pode um bom perfume ser ruim?
Sim!
Há renomadas fragrâncias que quando as sentimos a cabeça começa a doer.
Assim também é o perfume de Cristo.
Para aqueles que são para salvação é fragrância de vida, mas para aqueles que são de perdição é cheiro de morte (ver 2 Coríntios 2:16).
Antes de exalar o perfume de Cristo você precisa escolher sentir este aroma como cheiro de vida ou de morte.
Os que amarem o perfume de Cristo como cheiro de vida irão sentir o sincero desejo de exalar também a muitos outros esta fragrância.
O perfume de Cristo é cheiro de morte para aqueles que rejeitam a fragrância do Seu conhecimento.
Se quisemos ter vida plena é necessário buscarmos a fragrância do perfume de Cristo através do Seu conhecimento e exalarmos através de nosso testemunho.
Não podemos ser egoístas.
Ninguém usa um perfume para a auto apreciação. 
Usamos para que outros apreciem a fragrância.
A figuração do própria perfume rebate a ideia do egoísmo e nos dá o senso de influência.
Que sejamos instrumentos a exalar o perfume da salvação.