29 de outubro de 2014

Corrija Seu Foco

Em 20/04/1990 foi lançado pela NASA, do Cabo Canaveral (EUA), o telescópio espacial Hubble.
Com o objetivo de observar com maior precisão o universo e sob um custo inicial de 2,5 bilhões de dólares (até hoje já foram gastos mais de U$ 6 bilhões), este empreendimento tão sonhado desde a década de 40 pôde enfim sair dos projetos e entrar em operação.
Mas algo inesperado aconteceu.
Depois de tanto esforço financeiro e tecnológico na construção deste telescópio, descobriu-se que havia uma pequena falha em seu sistema óptico.
As lentes que compunham este sistema haviam sido projetadas e construídas com o melhor material disponível e pelos melhores profissionais do mundo.
Mas um erro de cálculo ocasionado pela diferença na curvatura da lente em 2200 nanômetros (nanômetro é um milímetro dividido por um milhão) comprometeu significativamente o foco do telescópio.
Boa parte da opinião pública passou a considerar como fiasco aquela missão espacial, diante de tanto tempo e dinheiro investido naquele projeto.
Alguns passaram a se referir à missão com gracejos, comparando o Hubble com o Titanic.
Novas lentes foram projetadas e construídas, podendo em 1993 ser o problema corrigido.
Se um erro nanométrico de foco foi capaz de trazer tanto desconforto a uma missão espacial, imagine um foco totalmente distorcido?

No sermão da montanha Jesus deixou explícita uma verdade que nunca foi tão atual como em nossos dias e que existirá até o fim dos tempos.
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; as ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:19-21).
Estes versos não falam somente de bens e de dinheiro.
A palavra “tesouro” pode ser perfeitamente entendida como interesse ou intenção.
Em nossa vida fomos criados e prosseguimos em torno de nossos interesses e intenções.
Estes são parâmetros para a nossa vida e o combustível que nos movimenta.
 “Tesouro”, no texto-base, pode também ser traduzido como foco ou olhar.
Mas por que teria Jesus enfatizado que onde estiver o nosso foco ou o nosso olhar, ali estará também o nosso coração?
Porque do coração procede as fontes da vida (Provérbios 4:23).
Mas onde tem estado o nosso foco?
Em que temos gasto as nossas energias?
Quando focalizamos somente as nossas necessidades e desejos estamos nos comportando como pessoas egoístas.
Por isso a vitória mais importante a ser conquistada é aquela sobre nós mesmos.
Se Deus fizer cessar o sol, a água, o ar e o vigor, o que poderemos realizar?
O mundo ainda sobrevive pela misericórdia de Deus.
Temos que ser diferentes, mas também respeitar as diferenças.
Não é fácil ser diferente. É fácil ser igual ao mundo.
Temos que aprender a conjugar o verbo na terceira pessoa.
O conselho de Deus para sua Igreja é: “Aconselho que compres... o colírio a fim de que vejas” (Apocalipse 3:18).
E o que é este “colírio”?
“O colírio é aquele discernimento espiritual que vos habilitará a reconhecer as ciladas de Satanás e evitá-las, a detectar e abominar o pecado, a ver a verdade e obedecer-lhe.” (Testemunhos Seletos, Volume 2, página 75).
É o Espírito Santo que unge os nossos olhos para termos um bom foco.
A mulher de Ló estava saindo de Sodoma, seu corpo estava indo, mas seu coração ficando.
Ela pereceu como uma estátua de sal e esta é a prova de que onde estiver nosso tesouro, ali também estará o nosso coração.
Casa, móveis, amigos, costumes...
O apego às coisas deste mundo só nos trazem prejuízos espirituais.
Quando o coração está cheio de ilusão e fantasia é sufocado o amor e a misericórdia.
Cristo jamais reinará num coração egoísta.
Ele é a “pérola de grande preço”, mas que não tem fulgor para aqueles cujo foco está no ouro deste mundo.
O colírio não clareia apenas o foco para ver a nossa situação ou a do nosso irmão, mas também para percebermos o valor da justiça de Cristo.
Deus nos diz através do profeta Isaías: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra, porque eu sou Deus, e não há outro” (Isaías 45:22).
Outro prejuízo em apegarmos a este mundo é o desinteresse pela pregação do evangelho. Nosso testemunho apaga as brasas do altar divino.
Há corações em que só existem cinzas.
Há muito tempo a alegria de servir já foi trocada pela preguiça e pelo comodismo.
Estamos apegados também às nossas razões, somos donos da verdade e ninguém quer ceder!
Todos têm defeitos, menos eu.
Enxergo a quilômetros o cisco no olho do meu irmão, sendo que me meu olho tem toras de aroeira.
Temos que viver com os pés na terra e os olhos no céu.
Há um tesouro no final da jornada desta vida!
Onde estão os nossos olhos?
Se o homem com a sua limitação foi capaz de corrigir o foco de um telescópio no espaço, será que Deus não pode hoje corrigir a nossa distorcida visão?

Hebreus 12:2 diz: “olhando firmemente para o autor e consumador de nossa fé...”.


21 de outubro de 2014

O Dom de Profecia

Há um texto muito precioso na Bíblia: “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7).
Um profeta era alguém muito especial, separado por Deus para transmitir instruções específicas a um determinado grupo, povo ou pessoa.
Estas instruções eram muitas vezes recebidas de forma sobrenatural, através de sonhos e visões.
Um profeta jamais poderia falar em cima de suas próprias conjecturas, mas sempre movido pelo Espírito de Deus (2 Pe 1:21).
Será que Deus poderia levantar profetas nos tempos atuais?
Vejamos o que está escrito em Atos 2:17 e 18: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos: até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”.
Historicamente, veremos informações pontuais que, aliadas às profecias bíblicas, nos mostrarão que um movimento profético seria suscitado nos últimos dias.
Deus havia mostrado a Daniel que em determinado tempo da história, um poder se levantaria contra Deus, falando palavras contra Ele, mudando os tempos e Suas leis, período em que os cristãos sofreriam perseguições (Daniel 7:25).
Este período é mencionado como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (Daniel 7:25; 12:7).
Esta profecia se harmoniza perfeitamente com Apocalipse 11:2-3; 12:6 e 14, onde aparecem as expressões “quarenta e dois meses”, “mil duzentos e sessenta dias” e “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, sendo todas estas equivalentes.
Neste período, segundo o texto de Apocalipse 12:6, a mulher (Igreja) fugiria para o deserto, onde ficaria abrigada por 1260 dias.
Notemos que “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, entendido como 3 anos e meio, contém 1260 dias, levando em conta o calendário bíblico que possui 360 dias por ano ou 30 dias por mês.
“Quarenta e dois meses” também equivalem a 1260 dias.
Este período profético deve ser entendido como 1260 anos, conforme o princípio de equivalência (1 dia = 1 ano) de Ezequiel 4:6 e Números 14:34.
Este período de 1260 anos ficou historicamente conhecido como a “Idade Média” ou “Idade Escura”, tempo em que os cristãos foram perseguidos vorazmente pelo poder romano, tendo que fugir para os lugares mais ermos da terra.
Este período teve início em 538, ano em que se cumpriu a profecia do último dos três chifres (reino ou poder) a serem abatidos para o estabelecimento da supremacia romana (Daniel 7:24).
Houve 1260 anos de supremo domínio papal.
Mas em 1798 (538 + 1260) o general Berthier, comandando um exército francês, invadiu Roma e aprisionou o Papa Pio VI, infligindo uma ferida mortal ao papado (conferir Apocalipse 13:13).
O término deste período profético em 1798 culmina com o início do tempo do fim.
Paralelamente e entrelaçada à profecia dos 1260 anos corre também a profecia das 2300 tardes e manhãs que culminou no dia 22 de outubro de 1844.
Dentro desta profecia, nos escritos do Apocalipse, encontramos a seguinte informação: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).
É interessante notar que o profeta Isaías também usou estes dois gêneros juntos:
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20).
Notemos o paralelismo destes dois versos:
Em Apocalipse está descrita uma perseguição implacável a um grupo de pessoas que guardam os mandamentos e que tem o testemunho de Jesus.
Já Isaías diz que a “lei” e o “testemunho” são elementos de teste e que caracterizam os verdadeiros filhos de Deus.
Quanto à “lei”, todos nós já sabemos do que se trata, mas quanto ao “testemunho” parece não ficar claro.
O que é este “testemunho de Jesus”?
Apocalipse 19:10 nos dá a resposta: “Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.
Este dom especial seria levantado nos últimos dias, como marca distintiva de um povo, restaurando verdades esquecidas e conclamando o mundo a voltar para Deus.
Se o dom de profecia é uma marca distintiva de um povo nos últimos dias, quem seria este profeta?
Os adventistas do sétimo dia creem indubitavelmente que este dom especial foi manifestado na vida de Ellen Gould White (26/11/1827 - 16/07/1915).
O movimento adventista começou com as pregações de Guilherme Miller que previa a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844.
Entretanto, embora a data estivesse correta, o evento previsto era outro.
A profecia tratava do início do Ministério Sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial e não de seu advento a este mundo.
Grande foi a decepção naquela oportunidade!
Conforme João descreveu em Apocalipse 10:10, doce era o sabor da mensagem, mas ficou um grande amargo no estômago.
Deus então precisava revelar suas verdades a um grupo de crentes sinceros decepcionados.
Nesta ocasião, Deus buscou um homem para ser o seu porta-voz.
Deus escolheu o talentoso jovem Hazen Foss, mas este recusou relatar a visão que havia recebido, então um anjo lhe disse que o dom de profecia seria dado à pessoa mais fraca de todas: a jovem Ellen Gould Harmon.
Ellen era uma menina humilde, criada num lar metodista, com pouquíssima instrução escolar (cursou apenas três anos do ensino fundamental), chamada por Deus aos 17 anos de idade, mas que ao longo de 70 anos de ministério escreveu mais de 100.000 páginas.
Mas em que se baseiam os adventistas para creditarem a Ellen White o status de profeta?
Há um texto na Bíblia que nos diz: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4:1).
Existem alguns testes que podemos usar para confirmar a autenticidade de um profeta:
·         Falar sempre de acordo com a Bíblia (Isaías 8:20).
“A Bíblia e a Bíblia tão só, deve ser nosso credo, o único laço de união; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estarão em harmonia entre si” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 416).
·         Ter suas predições cumpridas (Jeremias 28:9).
·         Mostrar a verdade de Deus às pessoas (1 Reis 18:21; Deuteronômio 13:1-4). 
·         Estimular a obediência aos mandamentos de Deus (2 Crônicas 24:19 e 20).
·         Ter bons frutos produzidos por sua obra (Mateus 7:15-20).
·         Confessar que Jesus virá em carne (1 João 4:2 e 3).
·         Preparar um povo para encontrar-se com o Senhor (Lucas 1:17).
Não temos a menor dúvida de que todas estas características se harmonizam perfeitamente na vida e no ministério de Ellen G. White.
Ellen White ao longo de sua vida recebeu cerca de dois mil sonhos e visões proféticas.
Sua primeira visão ocorreu em 22 de dezembro de 1844, logo após o grande desapontamento.
Deus tem um propósito especial com os testemunhos deixados pelo ministério profético de Ellen White.
Hoje, ela é a autora mais traduzida no mundo em todos os tempos.
Só o livro “Caminho a Cristo” está traduzido para mais de 160 línguas.
Como ela mesma diz a respeito de seu acervo, “uma luz menor para guiarem homens e mulheres à Luz maior [Bíblia Sagrada] (Colportor Evangelista, página 124).
Somente em português existem mais de uma centena de livros e compilações traduzidos, sobre os mais variados assuntos: comentários bíblicos, administração de igreja, saúde, culinária, educação, finanças, relacionamento, família, etc.
Seus escritos sobre educação, por exemplo, tem servido como base para teses de mestrado e doutorado defendidas com sucesso ao redor do mundo.
Um acervo riquíssimo que, muitas vezes, tem sido desdenhado por nós. 
Paulo nos diz: “Não desprezeis as profecias” (1 Tessalonicenses 5:20).
Inúmeras descobertas que a ciência tem feito em nossos dias já haviam sido anunciadas por Ellen White há quase 100 anos.
E pensar que tudo isso foi escrito por alguém semianalfabeta!
É somente pelo Espírito de Deus que algo assim pode acontecer!
Seu testemunho de vida foi uma prova viva do Deus que professava.
Ellen White era carinhosamente conhecida como “a pequena senhora, vestida de preto, que falava sobre Jesus”.
Alguém sabiamente disse: “Revoltar-me contra o espírito de um profeta ou até queimá-lo não altera a sua veracidade, mas certamente a minha eternidade”.


10 de outubro de 2014

Se Uma Criança Fosse Seu Professor

O reino dos céus é das crianças e daqueles que tem o coração como tais.
Jesus disse claramente que quem não se tornar como uma criança não pode entrar no reino dos céus.

O que uma criança pode nos ensinar?

1. Para ela tudo é possível.
Não existe para elas a palavra “impossível”.
Todas as coisas são possíveis para Deus.
Temos que acreditar no poder e nos milagres de Deus, riscando a palavra impossível de nosso dicionário.

2. Ela é franca e espontânea.
Uma criança não disfarça a tristeza e nem mente para agradar.
Dê um calção verde de bolinhas e ela dirá: “não gostei”, já o adulto dirá: “eu estava precisando”.
Temos que ser francos e honestos, mas com tato e sabedoria.

3. Ela vive os seus sonhos.
O barulho que faz brincando de carrinho ou a canção para a boneca dormir é pura realidade. Não é dono de carro e nem mãe de criança, mas vivem antecipadamente esse sonho.
Muitos adultos não sonham com nada. Temos que sonhar desde já a eternidade.

4. Ela imita os seus pais.
Penteiam o cabelo, calçam o sapato e cruza as pernas como tais. Pode ser o maior cachaceiro, mas não tem vergonha.
Temos que imitar a Deus e não ter vergonha de mostrá-lo aos outros.

5. Ela perdoa com facilidade.
Brigam com o amiguinho como a 3ª guerra mundial e logo depois estão juntas.
Os adultos levam a sério as discussões. Temos dificuldades de esquecer as mágoas.
Este veneno é diabólico. Precisamos perdoar com maior facilidade.

6. Ela é perseverante.
Para andar de bicicleta ou patins ela cai, mas levanta e não desiste.
Desistimos muito fácil de nossos alvos.

7. Alegra-se com o pouco.
Uma criança que se alegra com um papel e um lápis.
É capaz de receber um bonito presente e no dia seguinte estar brincando com a boneca velha.
Somos exigentes para sermos felizes. Precisamos viver uma vida simples.
Quanto menos coisas, mais tempo e liberdade teremos para investir no reino dos céus.

8. Não se preocupa com o amanhã.
Vivem o máximo de cada dia.
Não se preocupam com chuvas, mercearia, salário, juros, moda.

9. De suas bocas saem o perfeito louvor.
Enquanto os adultos cantam como em um funeral, elas cantam “a chuva cai” e é capaz de cair mesmo.
Temos que vibrar com a nossa fé.

10. Ela acredita em tudo.
Uma criança acredita em tudo, já nós duvidamos tanto, até do próprio Deus.
Temos que voltar a crer em sua Palavra.
Crianças oram e tempestades param, por terem fé movem até as nuvens.

É por isso que Deus deseja tanto que tenhamos o espírito das crianças.

Oração da Criança
Senhor, eu quero voltar a ser puro, assim como eu era quando criança. Desejo muito em breve entrar na cidade santa, a Nova Jerusalém. Por isso, ajuda-me a acreditar no impossível, porque tu podes todas as coisas. Quero ser mais espontâneo, verdadeiro e honesto. Preciso sonhar mais com o céu, imitar a ti ó meu pai e perdoar com facilidade qualquer pessoa. Necessito louvar o Senhor com todo o coração e alma, alegrar-se com o pouco que tenho e viver despreocupado com o amanhã. Torne-me fiel a toda prova e perseverante até o fim, até a volta de Jesus. Amém!




8 de outubro de 2014

Família de Pais Homossexuais


Dois estudos divulgados recentemente contrariam as ideais amplamente divulgadas de que famílias com dois pais ou duas mães gays são iguais a – ou talvez melhores que – casais tradicionais. “A alegação empírica de que não existem diferenças notáveis ​​devem desaparecer, acredita o professor de sociologia na Universidade do Texas, Mark Regnerus, ao publicar seu estudo na revista científica de Ciências Sociais. Usando conjunto de dados de entrevistas com cerca de três mil adultos jovens selecionadas aleatoriamente, Regnerus dividiu os dados em 40 tipos de grupos, considerando os resultados sociais, emocionais e de relacionamento. Ele descobriu que, quando comparadas com adultos criados por casais tradicionais, as pessoas criadas por duas mães lésbicas tiveram resultados negativos em 24 das 40 categorias, enquanto os adultos criados por pais gays tiveram resultados negativos em 19 categorias.

Mark Regnerus norteou outro estudo de impacto na sociedade pela pergunta: “Qual a diferença dos adultos criados por pais homossexuais?” A resposta, tanto na literatura acadêmica quanto no imaginário do público americano, provou ter mudado drasticamente nos últimos 15 anos.

Durante um evento promovido pelo Institute for American Values, ele mostrou que no fim da década de 1990, famílias heterossexuais eram “consideradas o melhor ambiente para crianças”. Agora, já predomina a noção de que não há “nenhuma diferença significativa” na criação de crianças por casais gays. Finalmente, ele mostra que existe uma tendência crescente de se afirmar que crianças “podem ser melhores se forem criadas por um casal gay”.

Embora existam pouquíssimas evidências que poderiam comprovar essa conclusão, defensores do casamento homossexual e da adoção gay declararam que isso já está provado. Segundo o professor Regnerus, o material mais famoso sobre esse ponto de vista foi publicado em 2010, assinado pelos cientistas sociais Judith Stacey e Timothy Biblarz, que afirmaram que pais homossexuais são iguais ou melhores do que as estruturas familiares tradicionais. O artigo já foi usado inclusive em tribunais norte-americanos em julgamentos de casos de adoção e raramente é questionado.

Os novos estudos de Regnerus foram desenvolvidos para reexaminar essa questão. Ele lembra que muitos estudos acadêmicos utilizam a chamada “técnica bola-de-neve”,que usam amostragens pequenas para fazerem projeções maiores. O problema com essa abordagem popular é que ela restringe as entrevistas a uma fatia do público que são muito próximos em termos de educação, renda e posição social, resultando em uma compreensão limitada.

Em busca de um novo padrão, Regnerus e sua equipe entrevistaram 15.088 pessoas. Destas, 175 pessoas foram criadas por um casal de lésbicas, e 73 que foram criadas por pais gays.

Regnerus afirma que as crianças do estudo raramente passaram a infância inteira na casa de seus pais gays e seus parceiros. Por exemplo, 57% das crianças passaram mais de quatro meses com mães lésbicas, mas apenas 23% passaram mais de três anos com elas. Por fim, Mark Regnerus buscou responder se crianças com os dois pais gays percebiam desvantagens quando comparadas com crianças criadas por seus pais biológicos.

Crianças com pais em relacionamentos homossexuais tiveram baixo desempenho em quase todos os quesitos. Um dado é particularmente preocupante: menos de 2% das crianças de famílias biológicas convencionais sofreram algum tipo de abuso sexual, mas o número correspondente às crianças de casais homossexuais é de 23%. Além disso, 14% das crianças de casais homossexuais passaram algum tempo em abrigos governamentais, comparado com 2% da média nos EUA. Os índices de prisão, uso de drogas e desemprego são bem maiores entre filhos de casais homossexuais.

O estudo de Regnerus parece responder à questão hoje tão debatida, se crianças criadas por casais homossexuais são diferentes: está claro que sim. De fato, a maior conclusão do relatório não é de que famílias homossexuais sejam negativas, mas mais uma afirmação de que famílias biológicas pai-mãe são mais positivas.


Mesmo assim, Regnerus adverte que sabe das críticas que receberá e que seu estudo não tenta “minar os argumentos” de quem defende os direitos dos homossexuais, nem deseja ligar os resultados de adultos problemáticos unicamente à paternidade gay. Seu objetivo é gerar mais discussão e possíveis novas pesquisas sobre a parentalidade gay.