23 de novembro de 2015

Entrega

Betânia era um lugarejo de que Jesus muito gostava.
Lá moravam alguns de seus amigos, como Lázaro, que foi ressuscitado dentre os mortos (João 11:11).
Porém, nesta oportunidade, últimos dias antes de sua morte, Jesus foi convidado para um jantar na casa de Simão.
Este homem fora curado de lepra (Lucas 7:36-40).
Os leprosos eram excluídos do convívio social, viviam como refugiados fora da cidade, tinham aparência deprimente, não podiam ser tocados e tocavam uma buzina ou gritavam “imundo!” quando alguém se aproximava deles.
Embora Simão fosse rico, seus bens nada puderam fazer para conter os preconceitos e restaurar a sua saúde.
Mas um dia Jesus o encontrou e o curou.
A cura promoveu a gratidão no coração de Simão e aquele jantar era em ações de graças pelo feito maravilhoso de Jesus.
Naquele jantar havia alguns convidados de Simão, além dos discípulos que sempre acompanhavam Jesus.
Jesus não tinha preconceitos contra as pessoas.
Jesus ia às casas das pessoas sem importar com as suas vidas, seus níveis sociais, suas reputações e seus problemas.
Enquanto o papo fluía bem, eis que se aproxima uma mulher que Jesus a conhecia muito bem.
Seu nome era Maria.
Maria havia vivido uma vida de pecado.
Tão longe tinha distanciado de Deus que demônios a maltratavam.
Jesus havia expulsado sete demônios desta mulher (Marcos 16:9).
Numa oportunidade, a população queria apedrejá-la, mas Jesus a livrara da morte.
O mesmo sentimento de gratidão que havia no coração de Simão também havia no coração de Maria.
E esta mulher que se aproximou de Jesus com um vaso de alabastro.
Alabastro era um material artesanal caríssimo.
Apenas um conteúdo muito valioso deveria ser guardado em seu interior.
No caso aqui havia em seu interior uma caríssima fragrância de nardo puro.
Antigamente só as pessoas nobres podiam usar perfumes.
Havia perfumes personalizados por família.
Numa região em que não se tomava muito banho um perfume era algo essencial.
Paulo disse que hoje nós somos o bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2:15).
Perfume era uma coisa cara. No caso de Maria custara um ano de salário.
Maria foi uma mulher abnegada e corajosa.
Ainda mais numa época em que as mulheres eram discriminadas.
Deus não olha para os preconceitos humanos e Jesus veio justamente para quebrar estes tabus.
Jesus não discrimina as pessoas. Ele vê a sinceridade de cada coração.
Maria foi abnegada em quebrar aquele tão trabalhado vaso e derramar aquele perfume sobre a cabeça e os pés de Jesus.
Os discípulos tiveram a reação: que desperdício!
Os discípulos tiveram uma visão material.
Apresentaram o argumento de que melhor aproveitada seria a reversão aos pobres.
Aparentemente um bom argumento.
Estavam dizendo implicitamente que os pobres valiam mais que Jesus.
Jesus jamais desprezou um pobre em sua necessidade e não deseja que desprezemos também.
Porém, Jesus está acima de qualquer propensão humana.
Ajudar os pobres era um pretexto egoísta que ocultavam as verdadeiras razões de cada coração.
Mas Jesus reconheceu que Maria havia praticado uma boa ação para com Ele.
Jesus jamais despreza uma atitude de entrega e reconhecimento.
Mesmo que muitos te critiquem Jesus hoje não ignora a sua entrega.
Mesmo que você se sinta o mais inferior de todos os seres humanos, Jesus te coloca como a pessoa mais importante neste mundo.
Jesus sabia que seria morto e não teria oportunidade de ser embalsamado, portanto, Maria estava honrando-o naquilo que os homens ignorariam.
Jesus disse que este feito jamais seria esquecido.
Os discípulos viram isto como desperdício, mas não há desperdício maior do que não entregar a sua vida a Jesus.
Você pode imortalizar agora a atitude de entregar-se a Jesus.

Você não precisa ter um perfume aqui, mas pode dar o seu coração.


16 de novembro de 2015

O Poder da Restauração

Quero falar um pouco sobre o perfil de Pedro: um destacado discípulo de Jesus.
Pedro não era simplesmente um pescador.
Era mais que isto – era um líder nato.
Sempre falante e atuante, Pedro chamava a atenção por seu posicionamento sempre à dianteira.
E por ter um lugar de destaque, Pedro tornou-se pouco a pouco uma pessoa autossuficiente.
A autossuficiência é uma característica que marca negativamente a vida das pessoas.
A pessoa sempre se acha a melhor e a mais capaz.
Pedro disse que mesmo que Jesus fosse um tropeço para muitos, jamais seria para ele e que se fosse preciso morreria por Ele (ver Mateus 26:33 e 35).
Pedro confiava demais em si próprio.
Não podemos confiar em nós mesmos!
Enganoso é o nosso coração (ver Jeremias 17:9).
Paulo disse em 2 Coríntios 1:9 que nós não devemos confiar em nós mesmos, mas sim no Deus que ressuscita os mortos.
Pedro se achava o tal, sentia-se inabalável.
Pedro nem se lembrava mais que algum tempo antes ele quisera andar sobre as águas, mas quase morrera afogado, por causa de sua pequena fé (ver Mateus 14:22-33).
Pedro ainda demonstrou uma valentia desnecessária quando um soldado teve sua orelha decepada na ocasião da prisão de Jesus (ver Mateus 26:51).
Pedro aparentemente era um homem de muita fibra!
Mas no dia em que Pedro jurou fidelidade a Jesus, este lhe disse que três vezes o haveria de negar-lhe (Mateus 26:34).
Nós não podemos confiar em nós mesmos!
De nosso interior procedem caminhos tortuosos.
Jesus havia sido traído por Judas e estava preso.
No dito popular, a casa havia caído para os discípulos.
Estes discípulos tinham visto Jesus fazer coisas extraordinárias!
Por que não se livrou da prisão? Era a pergunta perturbante.
Bem que Jesus por tantas vezes tentara explicar a sua missão, mas os discípulos sempre mudavam de assunto.
Como os bons momentos foram permutados pelo medo, Pedro agora fora reconhecido como um seguidor de Jesus.
O que antes era motivo de orgulho, agora era motivo de negação.
Pedro negou a Jesus e ocultou a sua vivência com Jesus.
Cadê o homem que morreria por Jesus? Este homem parece que não existia mais.
Bem que Jesus tinha avisado: ore e vigie para que não caia em tentação.
Muitos dizem: eu não caio. Eu sou forte.
Com a tentação não tem conversa.
Pedro negou sobre a acusação de uma empregada, não era nem um soldado.
Como está a sua fé diante das provas desta vida?
Quem não suporta as menores provas, jamais estará habilitado para vencer as provas maiores.
O problema é que muitas vezes desconfiamos de Deus para confiar em nós mesmos.
Desobedecer a Deus é o mesmo que desconfiar dEle.
Temos que desconfiar de nós mesmos e confiarmos em Deus.
Pedro foi abordado por outra empregada. Era uma oportunidade de voltar atrás.
Mas vejamos que Pedro nega agora com ênfase maior e ainda jura.
O pecado consecutivo nos distancia gradativamente de Deus.
Muitos dizem, quando eu quiser eu volto.
Desconfie de você!
A tendência é de nos afastarmos cada vez mais.
Pedro disse que não conhecia a Jesus e, espiritualmente falando, ele não estava mentindo.
Porque Jesus é a verdade e quem conhece a verdade é liberto.
Conhecer Jesus é ter tempo de qualidade com Ele.
Na terceira abordagem, pessoas disseram que o jeito de Pedro falar era semelhante ao de Jesus (ver Mateus 26:73).
Pedro convivia muito tempo com Jesus, seus hábitos exteriores podiam até se assemelhar, mas o coração estava longe de Jesus.
Pedro primeiro havia o negado, depois negado e jurado e, por fim, negado e praguejado.
Os estágios do pecado são de contínua piora.
Após ter negado consecutivamente às alegações, cumpriu-se o que Jesus predissera, o galo cantou e Pedro lembrou-se de que Jesus é a verdade.
O pecado faz um estrago tão grande em nós que duro torna-se a dor do arrependimento.
Mas o arrependimento, embora doloroso, é um sinal de que o Espírito de Deus está trabalhando com você.
Nas lágrimas existe a esperança de restauração.
Deus quer te restaurar agora, não importa as besteiras que cometemos nesta vida.
Quando confiamos em nós mesmos quebramos a nossa cara.
Mas Deus nos aceita!
Pedro chorou amargamente (Mateus 26:75).
O seu choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
Jesus olhou nos olhos de Pedro.
Que olhar cortante, mas era um olhar de restauração.
Pedro era um vaso quebrado e arrebentado, mas os olhos de Jesus viajaram no tempo e estes viram um líder vazio de si e cheio do Espírito Santo sacudindo a Sua igreja.
Pedro foi chorar justamente no jardim onde Jesus fora orar.
Então pergunto: o que é melhor? Chorar ou orar?
Pedro aprendera a lição.
Não existe um erro ou uma negação tão grande que Jesus não possa restaurar.
Jesus quer te restaurar agora!

Jesus pode fazer de sua vida quebrada um vaso novo.


9 de novembro de 2015

Ser Grato

Vivemos em um mundo de muita ingratidão.
Ainda que a gratidão seja o primeiro sentimento que os pais tentam ensinar aos filhos: “Filho, como é que se diz...”.
As pessoas nunca estão satisfeitas com o seu corpo, com o seu cabelo, com o seu trabalho, com a sua escola, etc.
E assim, nos tornamos fruto do meio em que vivemos.
Existem pessoas que reclamam de tudo, reclamam da comida, da saúde, do trabalho...
Há um provérbio persa que diz “Eu reclamava que não tinha sapatos, até encontrar um homem que não tinha os pés”.
Que bom seria se mudássemos nossa postura diante da vida!
Veja o que diz 1 Tessalonicenses 5:18 diz: “Em tudo dai graças”.
Tantas coisas boas Deus têm feito em nossas vidas.
Já dizia o salmista: “Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres” (Salmo 126:3).

1 - Devemos agradecer pelos nossos triunfos.
Devemos ser gratos a Deus pelo que somos e pelo que temos.
Temos a tendência de agradecer quando somos beneficiados particularmente.
Mas devemos agradecer também pelas bênçãos dos outros.
Devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram.
H. Rolew disse que a gratidão é o mais religioso dos sentimentos, porque não há como agradecer pela vida, saúde, natureza, sem reconhecer a pessoa de Deus.
Samuel Cavert disse: “O pior momento para um ateu é quando ele sente a necessidade de mostrar-se grato, mas não tem a quem agradecer!”
Podemos até nos esquecer de agradecer, mas não nos esquecemos daqueles que nos foram ingratos.
Se a ingratidão fere a cada um de nós, imagine o que sente o coração de Deus.  
Assim como a falta de exercício nos enferruja a gratidão necessita ser exercitada.

2 - Jesus Cristo é o responsável por nossos triunfos.
Sem Deus a nossa vida se torna pó.
Nele vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17:28).
Temer a Deus é a atitude mais inteligente. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10).
Ele quer ser o primeiro lugar na sua vida.

3 - Nossos triunfos têm o objetivo de exalar a fragrância de seu conhecimento.
Nós somos o bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2:15).
O mundo nos observa e sente o nosso perfume.
Nossa vitória deve mostrar que não somos nada, mas que Deus é tudo para nós.
Devemos ser infinitamente gratos a Deus.
A expressão da gratidão força o sentimento, mas a sua omissão sufoca-o.

A gratidão pode salvar a sua vida!


2 de novembro de 2015

Por que Choras?

O que tem feito você chorar?
Uma decepção na vida, a traição de um amigo, uma doença que lhe aflige, uma desilusão amorosa?
Motivos não faltam para que choremos.
A Bíblia nos diz que o próprio Jesus chorou (ver João 11:35).
Desde que existe pecado o choro tem feito parte do cotidiano das pessoas.
E talvez o motivo que mais nos tem feito chorar é a inoportuna morte.
A Igreja Católica celebra o dia 2 de novembro como o “Dia dos Fiéis Defuntos” ou simplesmente “Dia de Finados”.
Desde o 2º século, os cristãos passaram a rezar pelos falecidos e a visitarem o túmulo de mártires, a fim de rezarem por estes.
A partir do século 5, passou-se a dedicar um dia anual para se rezar por todos os mortos, inclusive por aqueles dos quais ninguém se lembrava.
E foi no século 18 que esse dia anual passou a ser comemorado em 2 de novembro, logo após a “Festa de Todos os Santos”, sendo adotado pelo Brasil como um feriado nacional, conforme as Leis n° 10.607/02 e 662/49.
A doutrina da “oração pelos mortos” não tem qualquer fundamentação bíblica.
É durante a vida que o ser humano é convidado a aceitar a salvação pela fé em Cristo Jesus (ver Gálatas 2:16; Atos 4:12; 1 João 5:11-12) e a aguardar o dia da gloriosa ressurreição, onde Deus chamará os que dormem para devolver-lhes a vida (1 Tessalonicenses 4:16-17, 1 Coríntios 15:51-54).
Portanto, não há nada que se possa fazer para ajudar alguém depois que desceu à sepultura.
Deus nunca quis que os seres humanos morressem.
Jesus veio para que tivéssemos vida em abundância (ver João 10:10).
Mas com a entrada do pecado a morte passou a ser um elemento indesejável em nossas vidas.
Alguém disse: “se morrer é descansar prefiro viver cansado”.
Mas existe uma esperança para nós:
“Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e o que é mortal se revista da imortalidade... Então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15:51-55).
A morte não durará para sempre.
Nossas lágrimas serão enxugadas e a morte já não mais existirá (ver Apocalipse 21:4).
É preciso valorizar mais os vivos que os mortos.
Os vivos podem tomar a decisão por Jesus enquanto vivem, mas os mortos já estão com o destino selados pelas escolhas que fizeram em vida.
Isso não quer dizer que as boas lembranças de um falecido devam ser esquecidas.
Assim como contamos lindas histórias de personagens bíblicos que já morreram, existem milhares de pessoas que deixaram um bom legado, cujo testemunho de vida ainda soa como exemplo a ser seguido.
Ouvi falar de uma mulher que seu esposo nunca a havia presenteado com flores e rosas, mas que no dia de finados seus parentes já falecidos recebiam homenagens que ela nunca recebera durante os longos anos de vida conjugal.
Essa mulher clamava por socorro: “Ei! Eu estou viva e preciso de atenção”.
Olhemos ao nosso redor e veremos pessoas carentes de bons relacionamentos, apoio, carinho, amor, atenção, mas principalmente, de encorajamento.
Estas pessoas precisam buscar o Senhor enquanto se pode achar (ver Isaías 55:6).

Concentre seus esforços naqueles que ainda estão vivos e que almejemos tê-los um dia no céu.