30 de março de 2015

Canal de Bênçãos

Terá tinha três filhos: Abrão, Naor e Harã.
Terá viveu com seus filhos em Ur dos Caldeus.
A cidade de Ur dos Caldeus, sul da Mesopotâmia, hoje Iraque, já naquela época contava com algumas peculiaridades:
- contava com cerca de 200 mil habitantes;
- os contratos eram firmados em cartório;
- já contava com sobrados;
- cada quintal tinha o seu próprio jazigo familiar;
- tinha rede de esgoto e água encanada;
- tinha shopping.
E foi num ambiente de idolatria e paganismo, característico dos grandes centros urbanos que Abrão crescia e recebia a sua educação.
Deus sempre tem um remanescente e mesmo que o ambiente aponte para a desesperança, Ele ainda preserva pessoas para serem seus instrumentos.
Em Gênesis 12:1, pela menção do nome Abrão, o texto sugere que o mesmo ainda não tinha experimentado a genuína conversão. Seu nome ainda era o mesmo dado por seus pais.
Deus não deseja te chamar somente depois de sua conversão. Deus te chama hoje, mesmo que penses que não tem a menor condição ou que não experimentou ainda a conversão de sua vida.
A iniciativa sempre é de Deus e Ele te chama para uma nova vida.
O chamado de Deus é individual para cada um, mas este exige mudanças drásticas em nossa vida.
Muitos olvidam em atender ao chamado de Deus pelo desconforto e mudanças que este pode causar.
O chamado de Deus nos chama a exercitar nossa fé e termos submissão diante das mudanças drásticas que a nossa vida sofrerá.

Deus então chamou Abrão dizendo:
a) sai da tua terra
A palavra “sai” já nos traz muito incômodo.
A palavra sai está no imperativo, não nos dá outra opção.
Abrão deveria deixar a sua terra natal.
Abrão deveria deixar a sua infância, os seus amigos, a sua escola, o seu conforto, o seu lazer – tudo aquilo que por anos aprendera a se deleitar.
A palavra chave aqui é RENÚNCIA.
Quantos são os que tem perdido a oportunidade de salvação por não renunciarem tantas coisas acariciadas em seu íntimo.
Muitos perderão a Canaã celestial por não renunciarem os deleites de sua terra natal.
A nossa terra natal pode até ser este mundo, mas o chamado de Deus é para que sejamos cidadão da Pátria Celestial.

b) sai da tua parentela
Todos nós prezamos a nossa família. É saudável o sentimento de união familiar.
Muitos dos parentes de Abrão viviam em meio ao paganismo.
Abrão deveria deixar os seus parentes.
Jesus, em Lucas 14:26, disse que “se alguém vem a mim, e não aborrece (ama menos) [sua família] e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”.
Abrão então deixou a sua terra, os seus parentes e foi para uma cidade chamada Harã.

c) sai da casa de teu pai
Como é boa a casa de nossos pais!
Quem vive fora e visita os pais nas férias sabe quão valiosa é a casa paterna.
A atenção, a comida, tudo feito em função de nos fazer felizes.
Mas o chamado de Abrão tinha dimensões bem maiores.
Ele deveria sair da casa de seu pai.

d) vai para a terra que te mostrarei
Aqui está a parte mais comovente e intrigante de nosso texto.
Ir para a terra da incerteza.
Quantas vezes já ouvimos ou falamos a frase: “Não deixe o certo pelo duvidoso”.
A vontade de Deus consiste em suprimir os nossos próprios conceitos.
Deixar casa, bens, móveis, família, amigos, convívios, estabilidade para buscar o incerto.
Vivemos na era da globalização, hoje podemos comprar terrenos ou fazendas até pela Internet, vendo um filme.
Deus não havia dado a Abrão o vídeo que mostrava a sua nova terra.
Temos medo da incerteza.
Abrão não temeu a incerteza, a falta de detalhes ou de imagens.
Abrão nada exigiu, nem sequer questionou se o solo era fértil ou se o clima era agradável.
Quantas vezes queremos questionar ou adaptar à nossa própria conveniência o desejo de Deus.
Servir a Deus pode inicialmente trazer sérios inconvenientes.
Não porque Deus gosta das coisas complicadas, mas porque Ele quer que exercitemos a nossa fé.
A Bíblia usa a figura da fé como um grão de mostarda.
Muitas vezes equivocadamente aplicamos este verso.
Não é que a fé seja algo pequeno ou insignificante.
A semente é quase invisível, assim como a fé está oculta em nosso íntimo.
Mas quando a semente germina, quão enorme é a folha!
Assim é a fé, ninguém a vê, mas quando esta opera em nós grandes são as atitudes em nossa vida.
A fé discerne os propósitos de Deus, vendo além daquilo que é percebido pelos sentidos.
A fé vê o invisível e age, discerne o propósito de Deus e se submete a Ele.
Abrão só se tornou o pai da fé porque não olvidou em sua primeira prova e a manteve a fé em exercício.
Deus havia dito a Abrão para ir à terra que Ele mostraria.
Deus havia prometido sua presença.
Quando temos a Deus como guia, não temos o que temer.
Deus ainda chama pessoas.
Chama para a renúncia de tudo aquilo que é irrelevante em nossa vida.
Mesmo que nos venha a incerteza ou o inconveniente, Deus quer que exercitemos a fé para que o mesmo possa operar maravilhas em nosso meio.
Abrão já era homem bem sucedido, rico e tinha muito gado.
Muitos pensam que não podem abandonar os seus negócios em prol de uma utopia.
Mas Jesus disse em Lucas 9:24: “Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará”.
A incerteza e a obscuridade que flui de nosso íntimo devem ser desvencilhadas pelas promessas que Deus faz.
A Abrão foi prometido:
a) ser originador de uma grande nação – Israel, nação do povo de Deus;
b) bênçãos – prosperidade material e espiritual, mesmo abandonando tudo, por sua fidelidade Abrão continuou sendo bem sucedido materialmente e espiritualmente.
c) nome engrandecido – Abrão se tornou o famoso Abraão, Pai da Fé. Não foi necessário Abrão buscar fama, Deus a deu.
Podemos ver que as promessas eram motivadoras.
Mas todo privilégio traz responsabilidades:
A responsabilidade era: SER UMA BÊNÇÃO.
Deus toma iniciativa ao nos chamar do nada.
Exige uma série de inconvenientes para o desenvolvimento de nosso senso de renúncia.
Encaminha-nos para uma terra desconhecida para provar nossa fé.
E ainda nos faz promessas empolgantes.
Mas tudo isso vem com uma condição.
TEMOS QUE SER UMA BÊNÇÃO.
Abrão pôde cumprir o anseio de Deus em sua vida.
Ele foi um fiel mordomo, um agente de expansão, influenciador e transformador.
Quando respiramos a atmosfera celestial, Deus desenvolve uma cumplicidade conosco.
Deus não é um ser cósmico que está a anos-luz de nós.
Ele é um ser pessoal que sente as nossas alegrias e as dores de nosso coração.
Deus ainda deu a Abrão o privilégio de fazer parte da genealogia do Salvador do mundo.
Deus te chama hoje, mesmo com incertezas e inconvenientes, para desfrutar de suas maravilhas e abençoar ao mundo em que você vive.


23 de março de 2015

Onde Estás?

Satanás, a fim de deturpar a obra de Deus, sempre utilizará abordagens apelativas.
No princípio deste mundo, Satanás se personificou numa serpente.
A serpente não era horripilante como conhecemos hoje. Este animal tinha asas, seu brilho era reluzente como o ouro e se destacava entre todos os animais.
O inimigo nunca estará com chifre e tridente, mas sempre estará camuflado em algo belo que possa chamar a sua atenção.
A serpente não foi até Eva, ela estava na árvore.
Muitas tentações não nos vêm sem que a procuremos.
A tentação para Eva veio em algo familiar e subordinado – algo do ciclo de seu convívio.
Ela nunca vem em forma de discussão e polêmica, sempre é sutil e sugestiva.
“É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis 3:1).
Note o tom de incredulidade que a serpente põe na ordem clara de Deus, insinuando que a Palavra de Deus possa receber o julgamento humano.
Satanás então solta a tão antiga mentira que faz tanto sucesso até hoje: a mentira da imortalidade (ver Gênesis 3:4 e 5).
É interessante que Satanás usa a fala de Deus adaptando a sua própria entonação.
Satanás tem feito isto até os dias de hoje. Ele mistura algo correto com o incorreto.
A melhor embalagem de uma mentira é a mistura com a verdade.
Ele vive de colocar em nossa mente meias-verdades.
Satanás é um expert nisto. A Bíblia o chama de pai da mentira (ver João 8:44).
Mas até Eva tomar o fruto, existe um processo que devemos observar.
Muitos justificam seus erros como algo que foi rápido demais.
Na verdade, o processo da concretização do pecado não é tão rápido assim como possa parecer.
Eva se afastou de Adão.
Eva se demorou no ambiente indevido.
Eva ouviu a serpente.
Eva desejou o fruto.
Eva pegou o fruto.
Eva comeu o fruto com seu marido – a grande tragédia.
Como ter desobedecido a uma ordem tão clara?
A serpente prometia crescimento, desenvolvimento, ser como Deus (ver Gênesis 3:5).
Note como é familiar ver como Satanás não desiste de tentar convencer a humanidade de que se pode lucrar desobedecendo a Deus.
Desobedecer a Deus sempre é um desastre.
No caso de Adão e Eva foi o mais custoso de todos.
Poderíamos evitar tantas aflições se sempre obedecêssemos aos claros mandamentos divinos.
Adão relutou e acabou comendo por solidariedade à Eva, mas por sua escolha individual.
A luz e a glória que os emolduravam desapareceu imediatamente.
Eles agora estavam nus (ver Gênesis 3:7).
A fim de resolver o problema, fizeram roupas de folhagem de figueira.
Mas as folhas logo secariam, seriam ineficazes e insuficientes.
Isto representa a salvação pelas obras.
Os nossos próprios esforços são ineficazes livrar-nos das amargas consequências de nossos erros.
As nossas vestes e a nossa justiça são como trapos de imundícia.
As folhas de nossos esforços murcham, o vento leva e estamos novamente nus (ver Isaías 64:6).
A primeira atitude do homem foi fugir e se esconder de Deus (ver Gênesis 3:8).
Era uma alegria ter a presença de Deus diariamente no jardim.
Mas o pecado é tão nojento e corrosivo que quando pecamos, logo desaparece a alegria pela visita de Deus.
Não queremos visita, nem estudar a Bíblia, nem orar, nada que nos faça lembrar de Deus.
Deus então saiu no mesmo dia à procura do temeroso, desencorajado e escondido homem.
Graças aos céus que temos um Deus que toma a iniciativa pelo nosso resgate.
Um Deus que não espera por nossa vontade.
Um Deus que não deixa para amanhã, mas que hoje mesmo se dedica por nossa salvação.
Um Deus que com Sua terna e familiar voz, pergunta: “Onde Estás?” (Gênesis 3:9).
É ignorância achar que Deus não sabia onde Adão e Eva estavam.
Afinal, o próprio Deus construíra aquele jardim.
Deus também tem feito a nós esta pergunta até hoje.
É impossível se esconder de Deus (Salmo 139).
Ele sabe exatamente onde você está.
Ele te faz esta pergunta para que você reflita, acorde e pense sobre o exato lugar em que você tem estado.
A sua voz não é de condenação.
Ele não é um policial, mas um ser amorável e poderoso que muito almeja lhe resgatar.
O Éden era uma bênção para Adão e Eva, mas ambos tiveram que deixar aquele local.
A terra começou mudar ali.
O jardim ficou vazio e o coração de Deus também.
Porque o jardim e o homem nasceram no coração de Deus.
Adão e Eva teriam agora que aprender a conviver com os sofrimentos.
O plano da redenção consistia na morte de cordeiros inocentes.
Quão terrível foi para Adão matar o primeiro cordeiro que representava o próprio Cristo.
Eles só puderam estar vestidos quando tomaram das peles do cordeiro imolado.
Agora sim, eles puderam ver o exemplo de que seus esforços nada valiam, mas que somente as vestiduras do cordeiro poderiam cobri-los de sua nudez.
A ideia da criação era perfeita e seu propósito também.
Ter a imagem de Deus era um privilégio, mas todo privilégio vem com uma responsabilidade. Isto requeria do homem ser o representante do próprio Deus: pensar como Deus, agir como Deus e ter o Seu próprio caráter.
O amor faria do homem alguém imune ao egoísmo que faz secar a nossa própria alma.
Alguém que prezasse pelo companheirismo, que zelasse das necessidades do outro e que usufruísse da via de mão dupla que é o amor.
O homem teria individualidade porque somos responsáveis por nós mesmos e ninguém poderia nos lançar no fogo.
Teria liberdade porque somente aquele que é livre pode escolher a quem amar.
Teria domínio para que nada pudesse ser empecilho ao relacionamento entre ele e Deus.
Teríamos companhia para não sentir a dor da solidão e ter a alegria de ser uma família.
Teria o Sábado para que jamais esquecesse de que Deus era o criador.
Teria um jardim a cuidar para que não caísse no ócio.
E teria uma árvore para provar a sua lealdade e obediência.
Deus nos dá estas coisas até hoje.
Muitas vezes temos caído nos mesmos erros de Eva:
Ouvir o conselho de uma criatura ao invés do Criador;
Seguir a própria intuição ao invés da clara instrução divina;
Ser independente de Deus e o eu ser a própria lei a ser seguida;
Achar que a desobediência pode trazer vantagem pessoal;
Julgar que a obediência a Deus impede-nos de sermos mais felizes e realizados;
Ter nossos olhos cegos para os desastrosos resultados de nossa oposição a Deus.
Mesmo desfigurados, as bênçãos do Éden podem ser vividas por todos nós.
Hoje Deus lhe pergunta: Onde estás?
No dia em que Cristo vier, as pessoas que se perderem não serão condenadas por darem ouvidos à mentira, mas por deixar de acreditar na verdade.
Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.

Deus te criou com liberdade e quer libertar de tudo aquilo que te prende neste momento.


16 de março de 2015

De Que É a Sua Fé?

“Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto, que é Jesus Cristo. Se alguém constrói sobre esse alicerce usando ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada, porque o dia trará à luz; pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um” (1 Coríntios 3:11-13).

Sabemos que a fé é invisível e não há como se medir.
Mas se possível fosse a sua materialização, de que seria?
Muitos diriam que a sua fé valeria ouro, o metal mais precioso.
Outros quem sabe diriam: “qual firme cedro é minha fé” (HASD 275).
Muitos querem ter fé em várias coisas, menos em Cristo Jesus.
O único fundamento válido para a nossa vida cristã e a nossa fé é Jesus Cristo.
A nossa vida cristã é uma vida de edificação, de construção.
Por isso, é importante nós repensarmos a respeito de nossos valores, atitudes e ações, para que mais tarde não soframos consequências de nossos erros.
Notemos aqui que o texto acima não trata do mesmo assunto dos “Dois Fundamentos”, citado em Mateus 7:24-27.
Mais fala de uma edificação sobre Cristo Jesus com diferentes materiais.
Fala de diferentes escolhas, atitudes e níveis de intensidade espiritual.
A fé em Cristo é uma só, mas esta pode ter variados níveis de intensidade.
E isto é determinante para o resultado de nossa experiência cristã.
A fé de muitos pode ser comparada como o OURO.
Material de alto valor, o metal mais precioso.
Os salvos terão coroas de ouro.
As ruas que andaremos no céu também serão de ouro.
Outros tem uma fé de PRATA.
Metal reluzente e também muito apreciado.
Seu uso se dá em finíssimos ambientes.
Antigamente era uma valiosíssima moeda.
Apenas 30 moedas de prata foram suficientes para vender a Jesus (Mateus 26:15).
Outros tem a fé de PEDRAS PRECIOSAS.
Pedras que ostentam a vaidade de muitos, no entanto as muralhas da Nova Jerusalém serão adornadas com 12 tipos de pedras preciosas (Apocalipse 21:19 e 20).
Outros, quem sabe tem a fé de MADEIRA.
Tão importante para adornar nossa casa e também a casa de Deus.
Salomão encomendou as mais finas madeiras para a edificação do templo (2 Crônicas 2:9). Madeira também que recebeu o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo.
Muitos têm a fé de FENO e PALHA.
Produto usado especialmente para alimentar animais.
Aparentemente, todos os materiais citados são aceitáveis e de alguma utilidade.
Mas a continuidade do texto mostra dois detalhes fundamentais:
Hoje não podemos medir o nível de fé de ninguém, mas um dia a fé de cada um será revelada.
O fogo será este agente revelador.
O que Paulo está dizendo?
Não adianta camuflarmos a nossa fé.
Não estamos falando de fé em santos, imagens ou duendes, estamos falando da fé em Cristo Jesus.
Um dia, o valor de nossa fé será revelado.
O fogo da provação demonstrará de que material é nossa fé.
A fé de muitos pode ser como o ouro, quanto mais quente o fogo, mais puro se torna.
A fé de outros pode ser como a prata, quanto mais quente o calor, mais reluzente se torna.
A fé de outros pode ainda ser valiosa como as pedras preciosas que mesmo sofrendo muito com as chamas desta vida, mantém inalterado o seu valor.
Os que tem uma fé de madeira demonstram uma fé resistente, mas o fogo acabará consumindo.
Agora, aqueles que tem a fé de palha ou feno, demonstram uma rápida desistência de seus alvos.
Você já ouviu a expressão “fogo de palha”?
Fogo de palha é algo considerado de fácil término.
Tem sido a sua fé de palha?
O fogo revelará a obra de cada um de nós.
Nossa fé é revelada pelas nossas obras (Tiago 2:17).
A Bíblia nos mostram exemplos de homens de fé de ouro como Abraão e Jó.
Mas mostra também o exemplo de Adão e Eva que tiveram fé que as folhas de uma figueira poderiam cobrir a sua nudez (Gênesis 3:7).
O fogo da provação não será maior do que a medida que podemos suportar.
Malaquias 3:2 e 3 diz que “ele [Deus] é como o fogo do ourives” e “assentar-se-á como o derretedor da prata”.
O fogo é necessário para o nosso crescimento espiritual.
Além do fogo, o que podemos fazer para o crescimento de nossa fé?
A resposta está em Romanos 10:17: “A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus”.
1 João 5:4 diz: “Essa é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”.

Dwight Moody disse: “Um pouco de fé vai elevar a sua alma até ao céu, mas muita fé vai trazer o céu para sua alma”.


12 de março de 2015

Superando Fracassos

Talvez você nunca ouviu falar de Jefté.
Sua história se encontra em Juízes 11.
Jefté era filho de Gileade, homem influente, que mais tarde emprestaria o seu nome àquela cidade.
Gileade tinha uma família com esposa e filhos, tinha posses e propriedades.
Naquela época era comum ter muitos filhos, portanto Jefté tinha muitos irmãos.
Mas algo marcava negativamente a vida de Jefté.
Sua mãe não era a mesma de seus irmãos, seu nascimento foi fruto da infidelidade de seu pai.
E, para piorar, sua mãe era uma prostituta.
Gileade, embora infiel em sua atitude, reconhece que o filho não pode ser vítima de seu erro, então decide obter a guarda deste filho.
Jefté então passa a ser criado por seu pai, mas algo não parece normal.

O Cotidiano de Jefté

Seus irmãos parecem não dar importância para Jefté. Este passa a conviver com as piadinhas, gracejos e rejeição de seus irmãos.
Jefté, por ser minoria, também é explorado por seus irmãos.
É neste ambiente sufocante que Jefté passa a sua infância e adolescência. Imagine os traumas a palpitarem em sua mente por uma origem que o mesmo não escolhera para si.
A falta de apoio familiar, uma origem vergonhosa – Jefté era um suicida em potencial.
Para piorar ainda, chega o dia da morte de seu pai.
A herança precisa ser dividida, quem sabe agora Jefté pode ter um futuro melhor.
Mas não é isto que acontece. Jefté não recebe nada daquilo que tem direito e ainda é expulso de casa, sob a justificativa de ser filho de outra mulher (verso 2).
Filho de prostituta, sem pai, rejeitado pelos irmãos, cheio de traumas, desprovido de seus direitos legais.
Muitos, quem sabe, se sentem tão desprovidos neste mundo, querem dar fim às suas vidas, por menos do que este homem viveu e sentiu.

Jefté em Tobe

Ao invés de dar fim à vida, Jefté foi para a cidade de Tobe, cerca de 80 km de Gileade.
Como não bastasse, lá encontrou Jefté más companhias, homens desocupados, preocupados apenas em assuntos de guerras.
Com um passado não honroso, com um presente desmotivador, o que esperar do futuro de alguém assim.
Sem Deus o nosso futuro não tem perspectiva.
Quem sabe não temos tantos atributos negativos como teve Jefté, mas sem Deus não podemos sonhar tantas maravilhas.

O Cotidiano de Israel

Mudemos um pouco o foco de nossa história.
Gileade era uma cidade integrante de Israel.
Israel, há quase 20 anos, vinha amargando uma triste história de idolatria.
Muitos acham que Deus vira as costas, mas somos nós que o ignoramos.
Os líderes eram homens escolhidos sob o crivo de Deus.
Mas uma vez o povo O ignorava, já não era necessário líder e o povo se afundava mais e mais em seus pecados, em sua adoração à Baal.
Baal era o deus da imoralidade. Era o deus da fertilidade e Israel era uma sociedade agrícola. Quase todos adoravam – estava na moda. Era a garantia de bem-estar, segurança financeira e social. Podia ser influenciado. E a adoração podia ser repartida com outros deuses.
Afundar no pecado traz marcas terríveis.
O pecado nos deixa vulneráveis.
Sem líder, sem base espiritual, sem o poder de Deus, o povo de Israel passou a ser presa fácil à subserviência dos amonitas.
Temos um Deus que não permanece calado por muito tempo.
O Espírito de Deus trabalhou no coração dos anciãos de Gileade a fim de que resgatassem a necessidade de terem um líder.
Seria a única maneira de erguer um estandarte contra a idolatria, os pecados e opressão dos amonitas.
E é justamente neste ponto que os relatos se fundem.

O Encontro

Os anciãos foram tocados que este líder deveria ser Jefté.
Sua fama de batalhador e vencedor transcorria a região.
Eis que foram à procura de Jefté.
Acredito que o traumatizado Jefté deva ter se assustado com a presença daqueles homens.
Será que vinha mais opressão?
Mas para a sua surpresa, era um solene convite: “Venha ser nosso chefe” (verso 6).
Acho que Jefté deva ter pedido para repetir a fala, pois o mesmo não estava entendendo nada.
Ao recebermos convites desta natureza, geralmente agradecemos e expressamos o lisonjeio, mesmo que não venhamos aceitar.
Mas após repetirem aquelas palavras, Jefté derramou toda a carga negativa que o entalava.
Desabafou: “vocês me traumatizaram, acabaram com minha auto-estima, me rejeitaram, me despojaram e me expulsaram. Hoje não tenho pátria, sobrenome, história. Agora que sou bem sucedido, vencedor e que vocês estão em aperto é que querem que eu seja líder. Ou é por interesse, ou isso deve ser uma armação para que eu venha até morrer!”
O convite foi mais uma vez estendido, um convite emoldurado de reconhecimento, quebrantamento, de sinceridade, de reparação.
“É por seu sucesso que queremos você, nós erramos, te prejudicamos e queremos o seu perdão”.
Não importa o tamanho da atrocidade que cometemos, temos que reconhecer e pedir perdão.
Jefté, traído no passado, sem querer ainda acreditar, pergunta se é mesmo o que ele havia entendido.
Os anciãos então juram diante de Deus pelo cumprimento daquela palavra.

Um Exemplo Para Nós

Temos aqui a história de alguém que sofreu por muito tempo, mas que permitiu o trabalho de Deus em seu coração.
Para ser um vencedor, Jefté teve que conquistar primeiramente uma vitória em seu próprio coração.
Depois, conquistar a vitória em suas atitudes. Era feliz e bem sucedido, mesmo em meio à dor, ao ressentimento.
Aquele convite não era à toa.
Mesmo vivendo na pobreza, longe de sua terra, convivendo com pessoas desleais, seu coração manteve-se inabalável nas mãos do Senhor.
Esta é a prova viva de que Deus pode suster-nos e transformar as situações de nossa vida.
Jefté não parou para lamentar a sua sorte, mas agiu a fim de transformá-la.
Quem quiser conhecer mais sobre o sucesso de Jefté, leia a continuidade do livro de Juízes, mas destacaremos as seguintes atitudes práticas:
a)      Cultivou o perdão;
b)      Desgarrou-se da mediocridade;
c)      Era corajoso;
d)     Vivia em constante preparo;
e)      Era ocupado;
f)       Nunca deixou de invocar o nome de Deus.
É por isso que Paulo não deixa de incluí-lo na grande galeria dos heróis da fé (Hebreus 11:32).

Conclusão

Deus precisa hoje de pessoas que copiem o exemplo de Jefté.
Pessoas que se libertem do poder da culpa, que tenha a autoestima elevada e cultive em seu coração um espírito perdoador.
Pessoas que mesmo em meio à dor e ao sofrimento possam buscar a Deus.

Pessoas que sejam capazes de sair do anonimato e realizar grandes proezas em nome do Senhor, nosso Deus.

3 de março de 2015

Compromisso

“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei, eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33).

O que é uma aliança?
Você pode pensar em um anel, em um compromisso, em um contrato ou numa união.
Vivemos numa época avessa às alianças.
Ninguém gosta de se comprometer.
Muitos desejariam viver uma vida sem a existência da palavra: compromisso.
Mas isto é impossível!
Nosso cotidiano está estabelecido sobre os compromissos.
São compromissos nas relações de trabalho, relações comerciais e assim por diante.
Muitos compromissos são inegociáveis.
O compromisso é uma via de mão dupla. Baseiam-se em direitos e deveres.
A vida sem os compromissos seria um caos.
Como você se sentiu ao alguém quebrar um compromisso com você?
Somos valorizados pelos compromissos que cumprimos.
A história da humanidade tem demonstrado que sua ruína originou-se da quebra de um compromisso.
Muitos ousam deliberadamente a quebrarem compromissos, por tal atitude sofrem consequências.
Quem não paga a conta de energia elétrica, fica no escuro.
Quem não paga o boleto, tem seu nome negativado no SPC.
Por tais consequências, zelamos por nosso nome.
Nossa sociedade atualmente vive num tremendo colapso.
Casamento está cada vez mais caindo de moda.
Casamento é legalmente um contrato entre duas pessoas.
O símbolo do casamento é uma aliança.
Uma aliança normalmente é feita de ouro, material de alto valor, sem emendas, com um nome gravado na parte interna – simbologia muito rica e interessante.
A aliança com Deus também é ratificada com o alto valor do sangue de Cristo.
Deus prometeu gravar Suas leis e vontade em nossa mente e em nosso coração.
Ele quer ser o nosso Deus e deseja que sejamos o Seu povo.
União requer no mínimo duas partes.
Casamento é o símbolo que Deus escolheu para representar a relação entre Ele e Seu povo.
Nunca houve tantos divórcios no mundo, tanto conjugais como espirituais.
Nunca houve tanto desrespeito aos compromissos: sejam eles éticos, políticos ou espirituais.
Vivemos hoje na era do ficar, ao invés de namorar.
Muitos estão brincando de ficar com Deus.
Como vai o seu compromisso com Deus?
Só você tem a resposta.
Mas posso tem dizer que há um Deus fiel em seu compromisso, fiel em suas promessas.
Muitos fazem da religião um objeto para a sua própria satisfação.
Muitos acham que Deus é um bombeiro.
Deus quer ser o nosso Deus, mas temos que escolher sermos dele também.
Se não nos unirmos a Deus, nos uniremos ao mal e ao poder da destruição.
É necessário que levantemos a fim de renovar o nosso compromisso com Deus.
Nosso compromisso com Deus não pode ser uma propaganda enganosa.
Para que isto ocorra em nossa vida, temos que estarmos ligados à videira verdadeira que é Cristo.
A tragédia de Eva foi ter se desligado de Adão. A nossa pode ser também o desligamento de Deus.
Deus não quer ficar conosco, Ele diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (João 15:4).
Quem estiver descompromissado, separado da videira, será uma folha seca que é destinada ao fogo e ao monturo.
Não espere a reforma espiritual de sua igreja.

Ela só será real se começar agora dentro de você!