Basta permitirmos que o Espírito
Santo nos habilite a aplicar as qualidades vistas em seu caráter enquanto neste
mundo viveu.
O caráter moldado pela graça de
Cristo é o único tesouro que poderemos levar para eternidade.
O Que Imitar?
“Porque Deus AMOU o mundo de tal maneira que DEU o seu filho unigênito
para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João
3:16).
Dois atributos dignos de
imitação:
a)AMOR
“Porque Deus AMOU o mundo de
tal maneira...”
Deus primeiro nos amou de tal
maneira...
Nosso destino não era nada promissor.
Mas o
amor de Deus pode mudar a nossa história.
Um amor
eterno, imerecido, dispensado antes de nossa existência, incondicional,
imensurável e abnegado.
b)DAR
“...que DEU o seu filho
unigênito...”
Resultante do amor de Deus veio o
“dar”.
Porque Ele amou, ele deu.
Deus não hesitou em dar aquilo
que tinha de mais importante: seu próprio filho.
Porque devo desenvolver estes
dois atributos?
Amor é algo que não pode ficar
guardado em seu coração.
Se João 3:16 parasse no amor de
Deus ao mundo, não haveria salvação.
O amor só é genuíno se houver uma
prática.
Para amar a Deus você também deve
ir além.
Como nos assemelhar a Cristo
nestes dois aspectos?
Gostamos de olhar e contemplar
quem amamos.
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a
glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3:18).
O amor de Deus nos transforma.
Devemos contemplá-lo.
Se meditássemos diariamente na
vida de Cristo aprenderíamos a ser mais generosos, mais amorosos e mais gratos.
Deixaríamos a frieza, serviríamos mais e aprenderíamos a levar a sua cruz.
Atos 20:35 diz que “mais
bem-aventurado é dar do que receber”.
Deus é um ser de doação.
Dar é um exercício contra o
egoísmo.
O egoísmo nos impedirá de entrar
nos céus.
Até a natureza, o segundo livro
de Deus, nos fala de doação.
Se o sol fosse uma lâmpada, teria
380 septilhões de watts.
No seu centro, átomos de
hidrogênio se desprendem e chocam-se fortemente, transformando-se em átomos de
hélio.
Este choque produz o seu brilho e
sua luz é espalhada por todo o universo.
Se este processo não ocorresse, o
sol teria um superaquecimento e consequentemente explodiria.
O sol sobrevive por que doa.
Que sejamos pessoas que amem e
que se doem, assim como Cristo fez.
A fama de Jesus em seus dias era
algo sem precedentes.
O trabalho estava cada vez mais
árduo, mais e mais pessoas se aglomeravam em torno de Jesus para ouvi-lo.
Jesus então se dirige a uma
planície, no norte do lago da Galileia, a fim de descansar um pouco.
Para a sua surpresa, já havia uma
multidão a postos.
A Bíblia relata que eram cinco
mil pessoas, excluídos mulheres e crianças.
Era gostoso ouvir Jesus, ainda
mais que problemas físicos e emocionais podiam ser resolvidos.
Muitos haviam caminhado quase dez
quilômetros e ainda estavam em jejum.
Por mais que seja ótimo o pão
espiritual, sem o pão material não nos sentimos bem.
Mesmo querendo descanso, Jesus
ficou feliz com a presença daquela multidão.
Eram como ovelhas sem pastor.
Jesus compadeceu-se dela e curou
os seus enfermos.
A reunião estava produtiva, mas o
tempo não espera.
Muitos já deviam estar famintos.
O sol se declinava.
Os discípulos então argumentam
estas coisas com Jesus e sugerem-no: “despede
as multidões para que indo pelas aldeias comprem para si o que comer” (Mateus
14:15).
Queremos dirigir muitas vezes a
Deus, motivados por nossos sentimentos.
Encontramos razões para minar o
plano de Deus.
O plano de Deus sempre é maior
que o do ser humano.
Jesus diz: “daí-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 14:16).
Eles não tinham muita coisa.
Filipe chegou a calcular que
precisariam de R$ 2.000,00, para alimentar a multidão.
André sabia de um rapaz com cinco
pães e dois peixes.
Sabia também que aquilo era quase
nada.
Porque tantas vezes pensamos que
o que temos é tão pouco.
Ou fazemos da escassez uma
desculpa para não contribuir com quem precisa.
Aquele rapaz estaria abrindo mão
de seu ganho, de sua provisão e de seu bem-estar.
Jesus tinha poder para fazer
aparecer alimento.
Mas Deus prefere incluir o
elemento humano em seu plano de salvar almas.
Pode ter sido tarefa difícil
convencer aquele rapaz doar a sua provisão. O alimento pertencia a ele. Tinha
seus motivos.
Quanto mais difícil é hoje
convencer as pessoas a serem cooperadoras de Deus.
Acham-se donas do dinheiro, apegam-se
às suas próprias razões.
Se o rapaz agisse pensando em si,
não haveria o milagre.
Se pensarmos apenas em nós, o
milagre em nossos dias não acontecerá.
1 Coríntios 3:9 diz que de Deus
somos cooperadores.
Mesmo escasso e insuficiente a
ordem de Jesus foi: “Trazei-mos” (Mateus
14:18).
O rapaz confiou entregar o
alimento aos discípulos que, por sua vez, fizeram-nos chegar a Jesus.
Qual tem sido a medida de nossa
confiança?
A multidão foi acomodada.
Nosso trabalho deve ser
organizado.
Jesus orou pelo alimento.
E Jesus da limitada provisão
alimentou a multidão.
Os discípulos levaram o pouco que
tinham a Jesus e este retornou em abundância.
O clímax desta história é a
fartura.
Prova de que o nosso pouco nas
mãos de Jesus pode se transformar em muito.
Uma multidão foi saciada pelo
altruísmo de uma pequena provisão.
Muitos perecem por nossa
negligência.
As mãos que foram estendidas com
tão pouco a Jesus, sempre retornavam com muito alimento, a fim de servir a
multidão.
Jesus derramará sobre nós as suas
bênçãos quando deixarmos de ser egoístas.
Ele sabe onde estão todas as
minas de ouro do universo.
Ele não precisa de seu dinheiro,
mas Ele quer arrancar o maldito do egoísmo que há em seu coração, pois com este
jamais adentraremos nos céus.
Mãos em movimento são mãos
habilitadas a receber mais de Deus.
Deus tem seus meios.
Deus quer te incluir.
Depois que todos se fartaram,
sobraram 12 cestos que foram aproveitados.
O que foi recebido, ainda foi
capaz de alimentar os parentes ausentes.
Josué e Calebe eram jovens ainda
quando o povo de Israel chegou ao limite da terra prometida.
O povo de Deus tinha sonhado com
a terra da liberdade. Agora, era só entrar e conquistar.
Mas, por inspiração divina,
Moisés escolheu doze jovens e os mandou para espiar a terra.
Dois deles eram Josué e Calebe.
Os espiões viram uma terra
maravilhosa que manava leite, mel e produzia frutos enormes.
Apesar disto, dez espiões
chegaram tristes e derrotados, com um relatório pessimista.
Vocês sabem, a covardia nos leva,
muitas vezes, a inventarmos coisas que não existem.
Como pode um ser humano ser um
gafanhoto diante de outro? Mentira! Como pode a terra se abrir e engolir os
seus habitantes? Se fosse verdade, como eles retornaram para dar o relatório?
Mas dois deles, Josué e Calebe,
disseram a Moisés: "Moisés, a terra
é maravilhosa, tudo é verdade, como Deus prometeu, e o que estes rapazes dizem,
também é verdade, há gigantes, gente muito maior do que nós. A terra é difícil
de ser conquistada, mas nós podemos conquistá-la. Entremos em nome de Deus!”
Aí, então, aparece pela primeira
vez a figura gigantesca de Calebe.
Passaram-se quarenta anos. Agora,
finalmente, Israel entra e conquista a terra. Moisés já havia morrido.
Quando chega o momento da
distribuição da terra, todos chegaram como loucos querendo receber a melhor
terra, a mais produtiva, a terra mais fácil de ser conquistada, qual é a terra
mais mole.
Todos estavam procurando o vale,
a planície, todo mundo escolhendo a melhor terra.
Calebe, lá atrás, estava quieto.
Quando todos já tinham escolhido
as melhores terras e alguns ainda brigavam por elas; então veio a vez de
Calebe.
Josué chegou pra ele e disse: "E você? Você merece terra boa. Você e
eu fomos os únicos que chegamos a Moisés com um relatório positivo. Você merece
a melhor terra. Desculpe-me por ter esquecido você.”
E Calebe disse: "Não fique preocupado, dá-me a
montanha. Aquela montanha que aparentemente não produz nada. Aquela montanha
aparentemente difícil de ser escalada. Dá-me a montanha!”
Diz a Bíblia que aquela montanha
era habitada pelos enaquins, os gigantes daquela época, os ancestrais de
Golias, aqueles gigantes guerreiros.
A lança de um deles pesava quatro
quilos e meio.
Guerreiros, gigantes, cidades
fortificadas em cima da montanha.
O povo de Israel tinha
conquistado parte da terra, mas não tinha conquistado a montanha.
Agora, Calebe olha para Josué e
diz: "...dá-me este monte de que o
Senhor falou naquele dia" (Josué 14:12).
Em outras palavras: "Agora que não sobrou terra maravilhosa
para mim, eu quero a montanha. Eu quero a terra dos gigantes. O Senhor disse
que estará comigo. Eu subirei a montanha e derrotarei os gigantes.”
Meu querido, ao longo da vida
subimos pequenos montes e quando chegamos no topo, descobrimos que diante de
nós levantam-se montanhas e mais montanhas. Mas, por favor, não desista de seu
sonho se a montanha parece alta demais.
Não vá pelo caminho mais fácil.
Olhe para as montanhas!
Não siga o caminho da
mediocridade. Olhe para as montanhas!
Saia do vale do conformismo.
Largue as planícies da rotina e da monotonia. Atreva-se a subir a montanha.
Largue a mediocridade das
planícies. Abandone a filosofia do rio.
Quando o rio encontra uma pedra,
não faz nenhum esforço, desvia-se.
O rio só procura terreno mole, o
que é mais fácil, o que não oferece resistência.
É por isso que o rio serpenteia,
o rio não tem coluna vertebral, parece uma cobra, um verme, uma minhoca.
Seja palmeira. Mesmo que os
ventos da vida tentem derrubar você, olhe para as montanhas, aceite o difícil,
o impossível, o que custa, o que demanda sacrifício, esforço. Sonhe!
O mundo está dividido.
A cada doze, dois olham para as
montanhas, dez olham para o vale.
Esses dez são as pessoas que se
limitam a sobreviver; os outros dois, são os líderes que mostram o caminho para
a multidão.
Atreva-se a estar entre os dois,
olhe para as montanhas.
De cada doze, dez estão correndo
para o vale, buscando o mais fácil.
E sabem por quê? Porque rolar
para o vale é a coisa mais fácil, é só rolar, nem precisa esforço.
A inércia leva você para baixo, a
lei da gravidade o leva para o fundo.
Você não precisa ser diferente.
Olhe para a montanha!
Atreva-se a subir e você
descobrirá que os pés muitas vezes sangram; você vai suar, vai sentir-se
cansado.
Olhará para trás e, às vezes,
terá a impressão de que não subiu nada. Olhará para cima e o cume da montanha
ainda estará distante.
Às vezes, há momentos de
desânimo. Outras vezes você cai, se machuca e pode até rolar uns cinco metros,
mas levanta-se e continua olhando para cima.
Subir a montanha não é fácil! Tem
que pagar um preço.
Quando chegar o momento de tomar
decisões importantes na vida, por favor, não olhe para o vale, olhe para a
montanha.
Não escolha o mais fácil, escolha
o que parece difícil. Desafie a si mesmo, porque, quando chegar lá em cima da
montanha, descobrirá outras montanhas maiores.
Olhe a montanha. Conquiste as
alturas.
Alguém também passou uma noite em
oração e lágrimas porque na manhã seguinte, tinha que subir a montanha e tinha
medo.
Não era fácil. Na Sua humanidade,
chegou um momento a cair de joelhos e dizer: "...Pai ...passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu
quero, e, sim, o que tu queres" (Marcos 14:36).
Tenho medo de subir a montanha...
E sabem por que? Subir a montanha para Ele significava sangue; o deboche de
todo mundo; uma coroa de espinhos, mãos e pés cravados numa cruz miserável.
Não é fácil subir a montanha! Mas
sabe, lá em cima da montanha iria pagar o preço de nossa salvação e nós somos
tão importantes para Ele, nós valemos tanto para Ele que embora a montanha
significasse suor, sangue, desprezo, deboche, Ele esteve disposto a subir a
montanha e a subiu para morrer como um marginal.
Sabe? Você não tem o direito de
pensar que não vale nada; que está muito longe de Deus e não pode voltar; que
você desceu tanto que não pode sair; que você está tão amarrado a este mundo
que Deus deixou de amar você.
Jesus subiu a montanha e pagou o
preço. Ele não teria feito isso se você não valesse; se não houvesse esperança
para você; se não tivesse acreditado em você.
Deixe a planície, deixe o vale da
mediocridade. Olhe para as montanhas.
Suba e pague o preço, derrame
sangue e derrame suor. E mesmo que o mundo faça pouco de você, pague o preço.
Porque o preço maior já foi pago
por Jesus na cruz do Calvário, por você.
Como pode a finita mente humana
compreender o amor divino?
A 2ª estrofe do hino “Sublime
Amor” (HASD 31) traz em sua bela poesia a seguinte afirmação:
Se em
tinta o mar se transformasse,
E em
papel o céu também,
E a
pena ágil deslizasse,
Dizendo
o que esse amor contém,
Daria
fim ao grande mar,
Ao esse
amor descrever,
E o céu
seria mui pequeno
Pra tal
relato conter.
Sabia que um “louco” quis fazer
este cálculo?
Segundo este indivíduo, existem
18 quintilhões de litros de água no oceano e a produção média de uma impressora
é de 25.000 páginas por litro de tinta. Sendo assim, daria para escrever 450
sextilhões (450 mais 21 “zeros”!) de páginas ou 450 quadrilhões de livros com
1000 páginas. Para isto, seriam necessárias 1 trilhão e 280 milhões de bibliotecas
para caber tal quantidade de livros.
Na verdade, o amor de Deus ainda
é bem maior que tal comparação!
Oséias 11:1-4: “Quando Israel era menino, eu o amei; e
do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da
minha presença; sacrificavam a Baalins e queimavam incenso às imagens de
escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas
não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor;
e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me
inclinei para dar-lhes de comer.”
Deus amou a Israel desde o princípio.
Deus chamou a Israel do Egito após quatro séculos de
escravidão.
A história deste povo mostra o constante chamando de Deus
através de seus profetas e o insistente distanciamento causado pela idolatria.
Iremos encontrar muitas vezes no livro do profeta Oséias a
referência Efraim remetendo à nação
de Israel (ver Os 4:17, 5:3, 6:4, 7:1, 7:11, 8:11, 9:3, 10:6, 12:1, 13:12).
Foi Deus quem fez Israel dar os seus primeiros passos no
deserto...
Foi Deus quem tomava Israel nos braços quando caía...
Foi Deus quem curava as enfermidades que assolavam o
povo...
Foi Deus quem mudou a história de um povo que vivia como
animal de carga para um povo livre...
Era o próprio Deus quem alimentava diariamente o povo de
Israel em sua caminhada...
E o texto lido é o grito de um
pai que fez tudo por seu filho e este não o quis.
Será que aqui existem pais amargurados
que fizeram o melhor que podiam por um filho e este ainda não reconheceu?
Deus conhece a sua angústia. Ele já
sentiu a mesma dor que talvez o seu coração esteja sentindo neste momento.
Oséias, filho de Beeri, foi um profeta
do reino do norte, ou Israel, que viveu sete séculos antes de Jesus e teve um
ministério de aproximadamente sessenta anos (entre 792 a 722 a.C., cf. Os 1:1).
Oséias, em grego, vem da mesma raiz do nome Jesus e ambos em hebraico significam: “salvação”.
Deus falava ao povo por meio do
profeta Oséias e, quem sabe, quando este se anunciava: “Eu sou Oséias”, aos ouvidos do povo soava a afirmação: “Eu sou Jesus, eu sou a salvação”.
O livro de Oséias traz a história
do incompreensível amor deste profeta por sua esposa Gômer, o que levanta muita
discussão sobre a literalidade do fato, sob a argumentação de que Deus jamais
exigiria algo tão incômodo de um profeta.
Se literal ou não, esta história
ilustra o imensurável amor que Deus tem por seus filhos, mesmo diante de sua
ignorância e insistência em cair e tropeçar.
A síntese desta história é: Deus
acredita no ser humano!
Não há quem tenha ido tão
distante e agido tão gravemente que não possa reverter o curso de sua vida.
O Pedido de Deus
Deus queria que a vida do profeta
Oséias fosse para o seu povo um sermão vivo sobre o seu amor.
Oséias estava com seus trinta
anos de idade quando Deus o pediu: “vai,
toma uma mulher de prostituições...” (Os. 1:2).
Contemporizando: Deus estava
pedindo para Oséias assumir um compromisso conjugal com uma prostituta, andar
de mãos dadas com esta mulher pelas ruas, dar-lhe um vestido branco, levá-la
aos cultos, dar-lhe o seu sobrenome, dizer-lhe publicamente: “eu te amo”, mesmo
a despeito de seu passado negro, impopular e vergonhoso.
Parece loucura!
Imagine as pessoas o observando e
cochichando: “que trouxa!”.
Mesmo que isto soe como loucura,
Jesus não teve vergonha de sair dos céus e descer a este prostíbulo chamado planeta
Terra, tomar o fracassado ser humano pela mão, cobrir-lhe a nudez com as vestes
brancas de sua justiça, dando-lhe também o poder de seu nome e dizer diante de
todo o universo que nos ama, mesmo a despeito de nossa culpa e dos cochichos de
Satanás.
Obediência de Oséias
Todo pai fica feliz com a decisão
de casamento de um filho.
Oséias não era um adolescente – este
era um homem maduro de trinta anos de idade.
Imagine a felicidade dos pais do
profeta com a notícia do casamento do filho.
Mas então vem a pergunta
inevitável: “quem é a noiva?”. “É filha de outro profeta? Do pastor? Do ancião?
São meninas tão boas, envolvidas com a igreja, prendadas e estudiosas...”.
Dava um nó na garganta de Oséias
ao interromper-lhes dizendo: “não, não é essa!”.
“Então nos diga meu filho” –
insistiam os pais.
Quão duro foi para Oséias erguer
os olhos e dizer que era Gômer a sua noiva – aquela que vendia o seu corpo.
Tamanha foi a surpresa e a
decepção. Todos acharam uma loucura.
Sabe que os anjos também acharam
uma loucura Jesus descer aqui para nos redimir?
Estes se ofereceram para virem no
lugar de Jesus, mas este lhes explicou que criaturas não poderiam salvar
criaturas, somente o seu próprio Criador.
Jesus não sentiu vergonha de
entrar num prostíbulo chamado mundo para tirar-nos duma vida vergonhosa e
devolver-nos a dignidade, o respeito próprio, o senso de valor, para que
pudéssemos ser libertos da angústia, das discórdias, da culpa, das desavenças,
do desespero e pudéssemos olhar com esperança para o futuro.
Foi por isso e por você que um
dia Jesus veio aqui neste mundo!
Casamento e Crise
Então Oséias finalmente se casou
com Gômer.
A lua-de-mel foi maravilhosa, bem
como os primeiros tempos de casado.
Você se lembra de quando conheceu
a Jesus? Como era o seu entusiasmo, o seu louvor, o seu desprendimento para com
os trabalhos da igreja?
Como é intenso o primeiro amor!
É possível que este tenha ficado
no passado, mas Deus hoje nos chama de volta a vivermos o primeiro amor (ver Ap
2:4).
Daquela união feliz veio o
primeiro filho que recebeu o nome de “Jezreel”
(Os. 1:4), que significa “Deus semeou”.
Deus semeia bons frutos para
aqueles que com amor se unem a Ele.
Os frutos semeados por Deus são
capazes de suprir todas as nossas necessidades e completam o vazio existencial
de cada vida.
Mas como muitos um dia fazem,
Gômer, que quer dizer “seca” ou “dura”, abandona os bons frutos que semeados
por Deus, sua casa, seu marido com a criança pequena e vai à procura de um
amante.
É difícil encontrar um amante? Não.
E Gômer encontrou este amante.
No mundo, quem procura tranqueira
certamente encontrará.
E parecia que Gômer estava
vivendo bem estas mazelas com seu amante.
Toda vez que alguém abandona os
caminhos de Deus as portas do mundo se abrem.
As luzes piscam fortes, o
colorido é tão atraente e uma falsa sensação de saciedade é sentida.
Mas não se iluda, o que é bonito
logo se passa e amarga é a experiência de se viver longe de Deus.
Alguém já experimentou chupar
comprimido de sulfato ferroso?
Quando a doce capa vermelha se
acaba, amargo é o conteúdo interno do comprimido.
Tudo que o diabo proporciona
parece doce nos lábios, mas se torna amargo e deixa marcas para sempre.
O amante de Gômer que era amável
no início, enxotou-a quando esta se engravidou.
Aos olhos humanos, que esperança
poderia existir para uma mulher que escolhera esta triste sorte?
Como ter coragem de voltar pra
casa?
Muitos têm ido tão longe ao mundo
do pecado que não tem mais forças e coragem para retornar.
Não importa se te faltar coragem.
Deus é quem toma a iniciativa pela sua volta.
Assim como aquela ovelha que
estava perdida (Lc 15:3-7), ferida e cheia de carrapichos, Jesus é o bom pastor
que vai em busca daqueles que estão perdidos pelo mundo.
Segundo Pedido de Deus
Deus fez um segundo pedido a
Oséias: “vai e toma de volta a tua mulher”.
Fazer isto era algo humilhante –
seus vizinhos iriam rir e caçoar, piadas grosseiras seriam feitas com Oséias.
As pessoas iriam dizer: “isto é
que dá casar-se com uma prostituta... que homem sem moral!”.
Quando viam aquela mulher
desabrigada e grávida diziam: “quero ver se o profeta é bobo de recebê-la de
volta”.
A verdade é que Oséias a recebeu.
E seria tão bom se a história
acabasse por aqui.
Mas a história não acabou por
aqui. Sabe por quê?
Porque esta é a nossa história!
Seria tão bom se houvesse aqui um
ponto final em nossos altos e baixos e em nossas recaídas ao mundo!
Gômer gerou desta vez uma filha e
Deus orientou que esta se chamasse “Desfavorecida”
(Lo-ruamá) (Os 1:6) porque em pecado foi concebida.
Parece algo terrível, mas a
Bíblia diz que todos nós somos destituídos da glória de Deus (ver Rm 3:23).
Gômer desta vez deixou as duas
crianças com o esposo e voltou ao mundo, engravidando-se pela terceira vez.
O amante, a exemplo do anterior,
também a abandonou.
Bem, talvez pensemos, perdoei uma
vez a traição, agora duas é demais!
Já pensou se Deus pensasse como
nós pensamos!
Já pensou se Deus nos tratasse
desta forma?
Você já pensou no diz
constantemente para Deus na oração do “Pai Nosso”?
“Perdoa as nossas dívidas assim
como perdoamos aos nossos devedores”.
Você já refletiu sobre a
gravidade destas palavras?
Ai de nós se Deus nos perdoasse
como temos perdoado o nosso próximo!
Quantas vezes Deus já perdoou às
suas traições?
Terceiro Pedido de Deus
Deus vem novamente e pede para
que este recebesse de volta a sua mulher.
Quem sabe, imaginamos Oséias
implorando que não agüentava mais os gracejos.
Pessoas cuspiam até no rosto de
Oséias por tanta indignação.
A mensagem implícita de Deus era
que para a humanidade ser salva alguém teria de ser cuspido e suportar os caçoamentos
e xingamentos, enfrentando até a cruz.
Deus estava dizendo claramente a
Oséias: “você Oséias, que quer dizer ‘salvação’, sou eu e sua mulher Gômer, que
quer dizer ‘dura’ é meu povo”.
“Sinta como dói amar sem ser
amado e compreender sem ser compreendido”.
“Veja como o caminho da salvação
passa pela vergonha, dor e sofrimento”.
Oséias novamente recebeu a Gômer
e o filho que nasceu Deus pediu que “não-meu-povo”
(Lo-ami).
Este filho não era dele, mas ele
o amaria, assim como Deus ama o pecador.
Toda vez que voltamos a Jesus,
este nos recebe de volta, mas trazemos marcas inapagáveis do pecado.
O pecado marcou eternamente as
mãos de Jesus.
Muitos filhos de Deus querem
introduzir na igreja vãs filosofias, músicas e comportamentos errôneos, mas
Jesus diz: “este filho não é meu, mas eu te amo assim mesmo”.
Deus não aceita o pecado, mas
também não rejeita o pecador.
Temos que saber diferenciar isto
em nossas vidas.
Se alguém cai e erra, vamos e
detonamos essa pessoa e não o seu pecado.
Deus se enoja do pecado, mas
aceita e ama o pecador.
Limitamos as chances de uma
pessoa errar, mas Jesus jamais desiste de acreditar em você.
Mesmo que esteja imundo e sujo de
chiqueiro, assim como o filho pródigo estava, Deus deseja lhe abraçar e lhe
beijar.
Jesus acredita em você.
Ele hoje está dizendo: “as marcas
que você traz em sua vida, não é meu filho, mas eu te amo”.
“Esta sua vida miserável que eu
detesto não é a minha vida, mas eu te amo”.
Outra Recaída e o Quarto Pedido de Deus
Gômer voltou mais uma vez ao
mundo.
E a cada afastamento os ardis do
maligno são mais fortes.
A pessoa se torna pior.
Por isso jamais largue os
caminhos do Senhor.
Gômer agora cai na mão de um
homem perverso que a explora financeiramente.
Agora, era abusada e o que
recebia não lhe pertencia.
Gômer estava escravizada.
Deus então pediu novamente ao
profeta: “vai resgatá-la”.
“Senhor! Agora não! Desisto!” –
assim pensaríamos.
Agora não era somente buscar. Era
necessário pagar o preço do resgate.
O profeta era alguém pobre e sem
posses. Acredita-se que Oséias tenha sido padeiro (cf. Os 7:4-8).
Então Oséias passou a trabalhar ao
ponto de seu rosto suar e suas mãos sangrarem.
Jesus um dia suou gotas de sangue
por você.
Deus não se cansa e nem se
fatiga, mas um dia cansou junto ao poço para salvar você.
O profeta pegou o dinheiro que
custou suor e sangue, pagou o preço e trouxe Gômer de volta (Os 3:2).
Nesta altura, Oséias não se
importava mais com os risos e com o rótulo de bobo.
Quando Gômer chegou em casa e viu
as mãos ensangüentadas de seu marido, esta lhe pergunta o motivo das chagas.
Então Oséias respondeu: “tive que
sangrar para pagar a sua liberdade”.
Só aí Gômer entendeu a
monstruosidade de sua conduta.
“Eu não sabia que me amava tanto.
Agora serei uma serva por amor”.
O amor de Deus conquistara
finalmente seu coração.
No texto inicial Deus diz: “eu ensinei a andar a Efraim” (Os 1:3).
Pense num pai ensinando um filho
a andar, dizendo: “vem”.
A criança com as perninhas bambas
vem e cai uma, duas ou três vezes.
O pai bate no filho por isso?
Não! Corre, abraça e o anima.
Um filho de Deus aprende a andar
sem cair? Ou você acha que se cair Deus deixará de amar você?
Se um pai humano pode amar assim,
Deus não pode amar muito mais?
Não é porque você já tem 30 anos
de vida cristã e andando torto, é que Deus deixou de te amar.
Entregue a Ele sua vida para ser
vitorioso até o fim.