27 de abril de 2015

Imitadores

Precisamos de exemplos a serem seguidos.
A vida de Jesus é um modelo a ser seguido.
Basta permitirmos que o Espírito Santo nos habilite a aplicar as qualidades vistas em seu caráter enquanto neste mundo viveu.
O caráter moldado pela graça de Cristo é o único tesouro que poderemos levar para eternidade.
O Que Imitar?
“Porque Deus AMOU o mundo de tal maneira que DEU o seu filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Dois atributos dignos de imitação:
a)      AMOR
“Porque Deus AMOU o mundo de tal maneira...”
Deus primeiro nos amou de tal maneira...
Nosso destino não era nada promissor.
Mas o amor de Deus pode mudar a nossa história.
Um amor eterno, imerecido, dispensado antes de nossa existência, incondicional, imensurável e abnegado.
b)      DAR
“...que DEU o seu filho unigênito...”
Resultante do amor de Deus veio o “dar”.
Porque Ele amou, ele deu.
Deus não hesitou em dar aquilo que tinha de mais importante: seu próprio filho.
Porque devo desenvolver estes dois atributos?
Amor é algo que não pode ficar guardado em seu coração.
Se João 3:16 parasse no amor de Deus ao mundo, não haveria salvação.
O amor só é genuíno se houver uma prática.
Para amar a Deus você também deve ir além.
Como nos assemelhar a Cristo nestes dois aspectos?
Gostamos de olhar e contemplar quem amamos.
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3:18).
O amor de Deus nos transforma. Devemos contemplá-lo.
Se meditássemos diariamente na vida de Cristo aprenderíamos a ser mais generosos, mais amorosos e mais gratos. Deixaríamos a frieza, serviríamos mais e aprenderíamos a levar a sua cruz.
Atos 20:35 diz que “mais bem-aventurado é dar do que receber”.
Deus é um ser de doação.
Dar é um exercício contra o egoísmo.
O egoísmo nos impedirá de entrar nos céus.
Até a natureza, o segundo livro de Deus, nos fala de doação.
Se o sol fosse uma lâmpada, teria 380 septilhões de watts.
No seu centro, átomos de hidrogênio se desprendem e chocam-se fortemente, transformando-se em átomos de hélio.
Este choque produz o seu brilho e sua luz é espalhada por todo o universo.
Se este processo não ocorresse, o sol teria um superaquecimento e consequentemente explodiria.
O sol sobrevive por que doa.

Que sejamos pessoas que amem e que se doem, assim como Cristo fez.


21 de abril de 2015

Compartilhando

A fama de Jesus em seus dias era algo sem precedentes.
O trabalho estava cada vez mais árduo, mais e mais pessoas se aglomeravam em torno de Jesus para ouvi-lo.
Jesus então se dirige a uma planície, no norte do lago da Galileia, a fim de descansar um pouco.
Para a sua surpresa, já havia uma multidão a postos.
A Bíblia relata que eram cinco mil pessoas, excluídos mulheres e crianças.
Era gostoso ouvir Jesus, ainda mais que problemas físicos e emocionais podiam ser resolvidos.
Muitos haviam caminhado quase dez quilômetros e ainda estavam em jejum.
Por mais que seja ótimo o pão espiritual, sem o pão material não nos sentimos bem.
Mesmo querendo descanso, Jesus ficou feliz com a presença daquela multidão.
Eram como ovelhas sem pastor.
Jesus compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.
A reunião estava produtiva, mas o tempo não espera.
Muitos já deviam estar famintos.
O sol se declinava.
Os discípulos então argumentam estas coisas com Jesus e sugerem-no: “despede as multidões para que indo pelas aldeias comprem para si o que comer” (Mateus 14:15).
Queremos dirigir muitas vezes a Deus, motivados por nossos sentimentos.
Encontramos razões para minar o plano de Deus.
O plano de Deus sempre é maior que o do ser humano.
Jesus diz: “daí-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 14:16).
Eles não tinham muita coisa.
Filipe chegou a calcular que precisariam de R$ 2.000,00, para alimentar a multidão.
André sabia de um rapaz com cinco pães e dois peixes.
Sabia também que aquilo era quase nada.
Porque tantas vezes pensamos que o que temos é tão pouco.
Ou fazemos da escassez uma desculpa para não contribuir com quem precisa.
Aquele rapaz estaria abrindo mão de seu ganho, de sua provisão e de seu bem-estar.
Jesus tinha poder para fazer aparecer alimento.
Mas Deus prefere incluir o elemento humano em seu plano de salvar almas.
Pode ter sido tarefa difícil convencer aquele rapaz doar a sua provisão. O alimento pertencia a ele. Tinha seus motivos.
Quanto mais difícil é hoje convencer as pessoas a serem cooperadoras de Deus.
Acham-se donas do dinheiro, apegam-se às suas próprias razões.
Se o rapaz agisse pensando em si, não haveria o milagre.
Se pensarmos apenas em nós, o milagre em nossos dias não acontecerá.
1 Coríntios 3:9 diz que de Deus somos cooperadores.
Mesmo escasso e insuficiente a ordem de Jesus foi: “Trazei-mos” (Mateus 14:18).
O rapaz confiou entregar o alimento aos discípulos que, por sua vez, fizeram-nos chegar a Jesus.
Qual tem sido a medida de nossa confiança?
A multidão foi acomodada.
Nosso trabalho deve ser organizado.
Jesus orou pelo alimento.
E Jesus da limitada provisão alimentou a multidão.
Os discípulos levaram o pouco que tinham a Jesus e este retornou em abundância.
O clímax desta história é a fartura.
Prova de que o nosso pouco nas mãos de Jesus pode se transformar em muito.
Uma multidão foi saciada pelo altruísmo de uma pequena provisão.
Muitos perecem por nossa negligência.
As mãos que foram estendidas com tão pouco a Jesus, sempre retornavam com muito alimento, a fim de servir a multidão.
Jesus derramará sobre nós as suas bênçãos quando deixarmos de ser egoístas.
Ele sabe onde estão todas as minas de ouro do universo.
Ele não precisa de seu dinheiro, mas Ele quer arrancar o maldito do egoísmo que há em seu coração, pois com este jamais adentraremos nos céus.
Mãos em movimento são mãos habilitadas a receber mais de Deus.
Deus tem seus meios.
Deus quer te incluir.
Depois que todos se fartaram, sobraram 12 cestos que foram aproveitados.
O que foi recebido, ainda foi capaz de alimentar os parentes ausentes.
É assim que a obra de Deus caminha.
Que possamos ser fiéis e cooperadores de Deus.



13 de abril de 2015

Suba a Montanha

Josué e Calebe eram jovens ainda quando o povo de Israel chegou ao limite da terra prometida.
O povo de Deus tinha sonhado com a terra da liberdade. Agora, era só entrar e conquistar.
Mas, por inspiração divina, Moisés escolheu doze jovens e os mandou para espiar a terra.
Dois deles eram Josué e Calebe.
Os espiões viram uma terra maravilhosa que manava leite, mel e produzia frutos enormes.
Apesar disto, dez espiões chegaram tristes e derrotados, com um relatório pessimista.
Vocês sabem, a covardia nos leva, muitas vezes, a inventarmos coisas que não existem.
Como pode um ser humano ser um gafanhoto diante de outro? Mentira! Como pode a terra se abrir e engolir os seus habitantes? Se fosse verdade, como eles retornaram para dar o relatório?
Mas dois deles, Josué e Calebe, disseram a Moisés: "Moisés, a terra é maravilhosa, tudo é verdade, como Deus prometeu, e o que estes rapazes dizem, também é verdade, há gigantes, gente muito maior do que nós. A terra é difícil de ser conquistada, mas nós podemos conquistá-la. Entremos em nome de Deus!”
Aí, então, aparece pela primeira vez a figura gigantesca de Calebe.
Passaram-se quarenta anos. Agora, finalmente, Israel entra e conquista a terra. Moisés já havia morrido.
Quando chega o momento da distribuição da terra, todos chegaram como loucos querendo receber a melhor terra, a mais produtiva, a terra mais fácil de ser conquistada, qual é a terra mais mole.
Todos estavam procurando o vale, a planície, todo mundo escolhendo a melhor terra.
Calebe, lá atrás, estava quieto.
Quando todos já tinham escolhido as melhores terras e alguns ainda brigavam por elas; então veio a vez de Calebe.
Josué chegou pra ele e disse: "E você? Você merece terra boa. Você e eu fomos os únicos que chegamos a Moisés com um relatório positivo. Você merece a melhor terra. Desculpe-me por ter esquecido você.”
E Calebe disse: "Não fique preocupado, dá-me a montanha. Aquela montanha que aparentemente não produz nada. Aquela montanha aparentemente difícil de ser escalada. Dá-me a montanha!”
Diz a Bíblia que aquela montanha era habitada pelos enaquins, os gigantes daquela época, os ancestrais de Golias, aqueles gigantes guerreiros.
A lança de um deles pesava quatro quilos e meio.
Guerreiros, gigantes, cidades fortificadas em cima da montanha.
O povo de Israel tinha conquistado parte da terra, mas não tinha conquistado a montanha.
Agora, Calebe olha para Josué e diz: "...dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia" (Josué 14:12).
Em outras palavras: "Agora que não sobrou terra maravilhosa para mim, eu quero a montanha. Eu quero a terra dos gigantes. O Senhor disse que estará comigo. Eu subirei a montanha e derrotarei os gigantes.”
Meu querido, ao longo da vida subimos pequenos montes e quando chegamos no topo, descobrimos que diante de nós levantam-se montanhas e mais montanhas. Mas, por favor, não desista de seu sonho se a montanha parece alta demais.
Não vá pelo caminho mais fácil. Olhe para as montanhas!
Não siga o caminho da mediocridade. Olhe para as montanhas!
Saia do vale do conformismo. Largue as planícies da rotina e da monotonia. Atreva-se a subir a montanha.
Largue a mediocridade das planícies. Abandone a filosofia do rio.
Quando o rio encontra uma pedra, não faz nenhum esforço, desvia-se.
O rio só procura terreno mole, o que é mais fácil, o que não oferece resistência.
É por isso que o rio serpenteia, o rio não tem coluna vertebral, parece uma cobra, um verme, uma minhoca.
Seja palmeira. Mesmo que os ventos da vida tentem derrubar você, olhe para as montanhas, aceite o difícil, o impossível, o que custa, o que demanda sacrifício, esforço. Sonhe!
O mundo está dividido.
A cada doze, dois olham para as montanhas, dez olham para o vale.
Esses dez são as pessoas que se limitam a sobreviver; os outros dois, são os líderes que mostram o caminho para a multidão.
Atreva-se a estar entre os dois, olhe para as montanhas.
De cada doze, dez estão correndo para o vale, buscando o mais fácil.
E sabem por quê? Porque rolar para o vale é a coisa mais fácil, é só rolar, nem precisa esforço.
A inércia leva você para baixo, a lei da gravidade o leva para o fundo.
Você não precisa ser diferente. Olhe para a montanha!
Atreva-se a subir e você descobrirá que os pés muitas vezes sangram; você vai suar, vai sentir-se cansado.
Olhará para trás e, às vezes, terá a impressão de que não subiu nada. Olhará para cima e o cume da montanha ainda estará distante.
Às vezes, há momentos de desânimo. Outras vezes você cai, se machuca e pode até rolar uns cinco metros, mas levanta-se e continua olhando para cima.
Subir a montanha não é fácil! Tem que pagar um preço.
Quando chegar o momento de tomar decisões importantes na vida, por favor, não olhe para o vale, olhe para a montanha.
Não escolha o mais fácil, escolha o que parece difícil. Desafie a si mesmo, porque, quando chegar lá em cima da montanha, descobrirá outras montanhas maiores.
Olhe a montanha. Conquiste as alturas.
Alguém também passou uma noite em oração e lágrimas porque na manhã seguinte, tinha que subir a montanha e tinha medo.
Não era fácil. Na Sua humanidade, chegou um momento a cair de joelhos e dizer: "...Pai ...passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (Marcos 14:36).
Tenho medo de subir a montanha... E sabem por que? Subir a montanha para Ele significava sangue; o deboche de todo mundo; uma coroa de espinhos, mãos e pés cravados numa cruz miserável.
Não é fácil subir a montanha! Mas sabe, lá em cima da montanha iria pagar o preço de nossa salvação e nós somos tão importantes para Ele, nós valemos tanto para Ele que embora a montanha significasse suor, sangue, desprezo, deboche, Ele esteve disposto a subir a montanha e a subiu para morrer como um marginal.
Sabe? Você não tem o direito de pensar que não vale nada; que está muito longe de Deus e não pode voltar; que você desceu tanto que não pode sair; que você está tão amarrado a este mundo que Deus deixou de amar você.
Jesus subiu a montanha e pagou o preço. Ele não teria feito isso se você não valesse; se não houvesse esperança para você; se não tivesse acreditado em você.
Deixe a planície, deixe o vale da mediocridade. Olhe para as montanhas.
Suba e pague o preço, derrame sangue e derrame suor. E mesmo que o mundo faça pouco de você, pague o preço.
Porque o preço maior já foi pago por Jesus na cruz do Calvário, por você.


6 de abril de 2015

Retrato do Amor de Deus

Como pode a finita mente humana compreender o amor divino?
A 2ª estrofe do hino “Sublime Amor” (HASD 31) traz em sua bela poesia a seguinte afirmação:
Se em tinta o mar se transformasse,
E em papel o céu também,
E a pena ágil deslizasse,
Dizendo o que esse amor contém,
Daria fim ao grande mar,
Ao esse amor descrever,
E o céu seria mui pequeno
Pra tal relato conter.
Sabia que um “louco” quis fazer este cálculo?
Segundo este indivíduo, existem 18 quintilhões de litros de água no oceano e a produção média de uma impressora é de 25.000 páginas por litro de tinta. Sendo assim, daria para escrever 450 sextilhões (450 mais 21 “zeros”!) de páginas ou 450 quadrilhões de livros com 1000 páginas. Para isto, seriam necessárias 1 trilhão e 280 milhões de bibliotecas para caber tal quantidade de livros.
Na verdade, o amor de Deus ainda é bem maior que tal comparação!
Oséias 11:1-4: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a Baalins e queimavam incenso às imagens de escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer.”
Deus amou a Israel desde o princípio.
Deus chamou a Israel do Egito após quatro séculos de escravidão.
A história deste povo mostra o constante chamando de Deus através de seus profetas e o insistente distanciamento causado pela idolatria.
Iremos encontrar muitas vezes no livro do profeta Oséias a referência Efraim remetendo à nação de Israel (ver Os 4:17, 5:3, 6:4, 7:1, 7:11, 8:11, 9:3, 10:6, 12:1, 13:12).
Foi Deus quem fez Israel dar os seus primeiros passos no deserto...
Foi Deus quem tomava Israel nos braços quando caía...
Foi Deus quem curava as enfermidades que assolavam o povo...
Foi Deus quem mudou a história de um povo que vivia como animal de carga para um povo livre...
Era o próprio Deus quem alimentava diariamente o povo de Israel em sua caminhada...
E o texto lido é o grito de um pai que fez tudo por seu filho e este não o quis.
Será que aqui existem pais amargurados que fizeram o melhor que podiam por um filho e este ainda não reconheceu?
Deus conhece a sua angústia. Ele já sentiu a mesma dor que talvez o seu coração esteja sentindo neste momento.
Oséias, filho de Beeri, foi um profeta do reino do norte, ou Israel, que viveu sete séculos antes de Jesus e teve um ministério de aproximadamente sessenta anos (entre 792 a 722 a.C., cf. Os 1:1).
Oséias, em grego, vem da mesma raiz do nome Jesus e ambos em hebraico significam: “salvação”.
Deus falava ao povo por meio do profeta Oséias e, quem sabe, quando este se anunciava: “Eu sou Oséias”, aos ouvidos do povo soava a afirmação: “Eu sou Jesus, eu sou a salvação”.
O livro de Oséias traz a história do incompreensível amor deste profeta por sua esposa Gômer, o que levanta muita discussão sobre a literalidade do fato, sob a argumentação de que Deus jamais exigiria algo tão incômodo de um profeta.
Se literal ou não, esta história ilustra o imensurável amor que Deus tem por seus filhos, mesmo diante de sua ignorância e insistência em cair e tropeçar.
A síntese desta história é: Deus acredita no ser humano!
Não há quem tenha ido tão distante e agido tão gravemente que não possa reverter o curso de sua vida.

O Pedido de Deus
Deus queria que a vida do profeta Oséias fosse para o seu povo um sermão vivo sobre o seu amor.
Oséias estava com seus trinta anos de idade quando Deus o pediu: “vai, toma uma mulher de prostituições...” (Os. 1:2).
Contemporizando: Deus estava pedindo para Oséias assumir um compromisso conjugal com uma prostituta, andar de mãos dadas com esta mulher pelas ruas, dar-lhe um vestido branco, levá-la aos cultos, dar-lhe o seu sobrenome, dizer-lhe publicamente: “eu te amo”, mesmo a despeito de seu passado negro, impopular e vergonhoso.
Parece loucura!
Imagine as pessoas o observando e cochichando: “que trouxa!”.
Mesmo que isto soe como loucura, Jesus não teve vergonha de sair dos céus e descer a este prostíbulo chamado planeta Terra, tomar o fracassado ser humano pela mão, cobrir-lhe a nudez com as vestes brancas de sua justiça, dando-lhe também o poder de seu nome e dizer diante de todo o universo que nos ama, mesmo a despeito de nossa culpa e dos cochichos de Satanás.

Obediência de Oséias
Todo pai fica feliz com a decisão de casamento de um filho.
Oséias não era um adolescente – este era um homem maduro de trinta anos de idade.
Imagine a felicidade dos pais do profeta com a notícia do casamento do filho.
Mas então vem a pergunta inevitável: “quem é a noiva?”. “É filha de outro profeta? Do pastor? Do ancião? São meninas tão boas, envolvidas com a igreja, prendadas e estudiosas...”.
Dava um nó na garganta de Oséias ao interromper-lhes dizendo: “não, não é essa!”.
“Então nos diga meu filho” – insistiam os pais.
Quão duro foi para Oséias erguer os olhos e dizer que era Gômer a sua noiva – aquela que vendia o seu corpo.
Tamanha foi a surpresa e a decepção. Todos acharam uma loucura.
Sabe que os anjos também acharam uma loucura Jesus descer aqui para nos redimir?
Estes se ofereceram para virem no lugar de Jesus, mas este lhes explicou que criaturas não poderiam salvar criaturas, somente o seu próprio Criador.
Jesus não sentiu vergonha de entrar num prostíbulo chamado mundo para tirar-nos duma vida vergonhosa e devolver-nos a dignidade, o respeito próprio, o senso de valor, para que pudéssemos ser libertos da angústia, das discórdias, da culpa, das desavenças, do desespero e pudéssemos olhar com esperança para o futuro.
Foi por isso e por você que um dia Jesus veio aqui neste mundo!

Casamento e Crise
Então Oséias finalmente se casou com Gômer.
A lua-de-mel foi maravilhosa, bem como os primeiros tempos de casado.
Você se lembra de quando conheceu a Jesus? Como era o seu entusiasmo, o seu louvor, o seu desprendimento para com os trabalhos da igreja?
Como é intenso o primeiro amor!
É possível que este tenha ficado no passado, mas Deus hoje nos chama de volta a vivermos o primeiro amor (ver Ap 2:4).
Daquela união feliz veio o primeiro filho que recebeu o nome de “Jezreel” (Os. 1:4), que significa “Deus semeou”.
Deus semeia bons frutos para aqueles que com amor se unem a Ele.
Os frutos semeados por Deus são capazes de suprir todas as nossas necessidades e completam o vazio existencial de cada vida.
Mas como muitos um dia fazem, Gômer, que quer dizer “seca” ou “dura”, abandona os bons frutos que semeados por Deus, sua casa, seu marido com a criança pequena e vai à procura de um amante.
É difícil encontrar um amante? Não. E Gômer encontrou este amante.
No mundo, quem procura tranqueira certamente encontrará.
E parecia que Gômer estava vivendo bem estas mazelas com seu amante.
Toda vez que alguém abandona os caminhos de Deus as portas do mundo se abrem.
As luzes piscam fortes, o colorido é tão atraente e uma falsa sensação de saciedade é sentida.
Mas não se iluda, o que é bonito logo se passa e amarga é a experiência de se viver longe de Deus.
Alguém já experimentou chupar comprimido de sulfato ferroso?
Quando a doce capa vermelha se acaba, amargo é o conteúdo interno do comprimido.
Tudo que o diabo proporciona parece doce nos lábios, mas se torna amargo e deixa marcas para sempre.
O amante de Gômer que era amável no início, enxotou-a quando esta se engravidou.
Aos olhos humanos, que esperança poderia existir para uma mulher que escolhera esta triste sorte?
Como ter coragem de voltar pra casa?
Muitos têm ido tão longe ao mundo do pecado que não tem mais forças e coragem para retornar.
Não importa se te faltar coragem. Deus é quem toma a iniciativa pela sua volta.
Assim como aquela ovelha que estava perdida (Lc 15:3-7), ferida e cheia de carrapichos, Jesus é o bom pastor que vai em busca daqueles que estão perdidos pelo mundo.

Segundo Pedido de Deus
Deus fez um segundo pedido a Oséias: “vai e toma de volta a tua mulher”.
Fazer isto era algo humilhante – seus vizinhos iriam rir e caçoar, piadas grosseiras seriam feitas com Oséias.
As pessoas iriam dizer: “isto é que dá casar-se com uma prostituta... que homem sem moral!”.
Quando viam aquela mulher desabrigada e grávida diziam: “quero ver se o profeta é bobo de recebê-la de volta”.
A verdade é que Oséias a recebeu.
E seria tão bom se a história acabasse por aqui.
Mas a história não acabou por aqui. Sabe por quê?
Porque esta é a nossa história!
Seria tão bom se houvesse aqui um ponto final em nossos altos e baixos e em nossas recaídas ao mundo!
Gômer gerou desta vez uma filha e Deus orientou que esta se chamasse “Desfavorecida” (Lo-ruamá) (Os 1:6) porque em pecado foi concebida.
Parece algo terrível, mas a Bíblia diz que todos nós somos destituídos da glória de Deus (ver Rm 3:23).
Gômer desta vez deixou as duas crianças com o esposo e voltou ao mundo, engravidando-se pela terceira vez.
O amante, a exemplo do anterior, também a abandonou.
Bem, talvez pensemos, perdoei uma vez a traição, agora duas é demais!
Já pensou se Deus pensasse como nós pensamos!
Já pensou se Deus nos tratasse desta forma?
Você já pensou no diz constantemente para Deus na oração do “Pai Nosso”?
“Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores”.
Você já refletiu sobre a gravidade destas palavras?
Ai de nós se Deus nos perdoasse como temos perdoado o nosso próximo!
Quantas vezes Deus já perdoou às suas traições?

Terceiro Pedido de Deus
Deus vem novamente e pede para que este recebesse de volta a sua mulher.
Quem sabe, imaginamos Oséias implorando que não agüentava mais os gracejos.
Pessoas cuspiam até no rosto de Oséias por tanta indignação.
A mensagem implícita de Deus era que para a humanidade ser salva alguém teria de ser cuspido e suportar os caçoamentos e xingamentos, enfrentando até a cruz.
Deus estava dizendo claramente a Oséias: “você Oséias, que quer dizer ‘salvação’, sou eu e sua mulher Gômer, que quer dizer ‘dura’ é meu povo”.
“Sinta como dói amar sem ser amado e compreender sem ser compreendido”.
“Veja como o caminho da salvação passa pela vergonha, dor e sofrimento”.
Oséias novamente recebeu a Gômer e o filho que nasceu Deus pediu que “não-meu-povo” (Lo-ami).
Este filho não era dele, mas ele o amaria, assim como Deus ama o pecador.
Toda vez que voltamos a Jesus, este nos recebe de volta, mas trazemos marcas inapagáveis do pecado.
O pecado marcou eternamente as mãos de Jesus.
Muitos filhos de Deus querem introduzir na igreja vãs filosofias, músicas e comportamentos errôneos, mas Jesus diz: “este filho não é meu, mas eu te amo assim mesmo”.
Deus não aceita o pecado, mas também não rejeita o pecador.
Temos que saber diferenciar isto em nossas vidas.
Se alguém cai e erra, vamos e detonamos essa pessoa e não o seu pecado.
Deus se enoja do pecado, mas aceita e ama o pecador.
Limitamos as chances de uma pessoa errar, mas Jesus jamais desiste de acreditar em você.
Mesmo que esteja imundo e sujo de chiqueiro, assim como o filho pródigo estava, Deus deseja lhe abraçar e lhe beijar.
Jesus acredita em você.
Ele hoje está dizendo: “as marcas que você traz em sua vida, não é meu filho, mas eu te amo”.
“Esta sua vida miserável que eu detesto não é a minha vida, mas eu te amo”.

Outra Recaída e o Quarto Pedido de Deus
Gômer voltou mais uma vez ao mundo.
E a cada afastamento os ardis do maligno são mais fortes.
A pessoa se torna pior.
Por isso jamais largue os caminhos do Senhor.
Gômer agora cai na mão de um homem perverso que a explora financeiramente.
Agora, era abusada e o que recebia não lhe pertencia.
Gômer estava escravizada.
Deus então pediu novamente ao profeta: “vai resgatá-la”.
“Senhor! Agora não! Desisto!” – assim pensaríamos.
Agora não era somente buscar. Era necessário pagar o preço do resgate.
O profeta era alguém pobre e sem posses. Acredita-se que Oséias tenha sido padeiro (cf. Os 7:4-8).
Então Oséias passou a trabalhar ao ponto de seu rosto suar e suas mãos sangrarem.
Jesus um dia suou gotas de sangue por você.
Deus não se cansa e nem se fatiga, mas um dia cansou junto ao poço para salvar você.
O profeta pegou o dinheiro que custou suor e sangue, pagou o preço e trouxe Gômer de volta (Os 3:2).
Nesta altura, Oséias não se importava mais com os risos e com o rótulo de bobo.
Quando Gômer chegou em casa e viu as mãos ensangüentadas de seu marido, esta lhe pergunta o motivo das chagas.
Então Oséias respondeu: “tive que sangrar para pagar a sua liberdade”.
Só aí Gômer entendeu a monstruosidade de sua conduta.
“Eu não sabia que me amava tanto. Agora serei uma serva por amor”.
O amor de Deus conquistara finalmente seu coração.

No texto inicial Deus diz: “eu ensinei a andar a Efraim” (Os 1:3).
Pense num pai ensinando um filho a andar, dizendo: “vem”.
A criança com as perninhas bambas vem e cai uma, duas ou três vezes.
O pai bate no filho por isso? Não! Corre, abraça e o anima.
Um filho de Deus aprende a andar sem cair? Ou você acha que se cair Deus deixará de amar você?
Se um pai humano pode amar assim, Deus não pode amar muito mais?
Não é porque você já tem 30 anos de vida cristã e andando torto, é que Deus deixou de te amar.

Entregue a Ele sua vida para ser vitorioso até o fim.