Em 20/04/1990 foi lançado pela
NASA, do Cabo Canaveral (EUA), o telescópio espacial Hubble.
Com o objetivo de observar com
maior precisão o universo e sob um custo inicial de 2,5 bilhões de dólares (até
hoje já foram gastos mais de U$ 6 bilhões), este empreendimento tão sonhado
desde a década de 40 pôde enfim sair dos projetos e entrar em operação.
Mas algo inesperado aconteceu.
Depois de tanto esforço financeiro
e tecnológico na construção deste telescópio, descobriu-se que havia uma
pequena falha em seu sistema óptico.
As lentes que compunham este
sistema haviam sido projetadas e construídas com o melhor material disponível e
pelos melhores profissionais do mundo.
Mas um erro de cálculo ocasionado
pela diferença na curvatura da lente em 2200 nanômetros (nanômetro é um
milímetro dividido por um milhão) comprometeu significativamente o foco do
telescópio.
Boa parte da opinião pública
passou a considerar como fiasco aquela missão espacial, diante de tanto tempo e
dinheiro investido naquele projeto.
Alguns passaram a se referir à
missão com gracejos, comparando o Hubble com
o Titanic.
Novas lentes foram projetadas e
construídas, podendo em 1993 ser o problema corrigido.
Se um erro nanométrico de foco foi
capaz de trazer tanto desconforto a uma missão espacial, imagine um foco
totalmente distorcido?
No sermão da montanha Jesus
deixou explícita uma verdade que nunca foi tão atual como em nossos dias e que
existirá até o fim dos tempos.
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre
a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; as
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração” (Mateus 6:19-21).
Estes versos não falam somente de
bens e de dinheiro.
A palavra “tesouro” pode ser perfeitamente
entendida como interesse ou intenção.
Em nossa vida fomos criados e
prosseguimos em torno de nossos interesses e intenções.
Estes são parâmetros para a nossa
vida e o combustível que nos movimenta.
“Tesouro”, no texto-base, pode também ser traduzido
como foco ou olhar.
Mas por que teria Jesus enfatizado
que onde estiver o nosso foco ou o nosso olhar, ali estará também o nosso
coração?
Porque do coração procede as
fontes da vida (Provérbios 4:23).
Mas onde tem estado o nosso foco?
Em que temos gasto as nossas
energias?
Quando focalizamos somente as
nossas necessidades e desejos estamos nos comportando como pessoas egoístas.
Por isso a vitória mais
importante a ser conquistada é aquela sobre nós mesmos.
Se Deus fizer cessar o sol, a
água, o ar e o vigor, o que poderemos realizar?
O mundo ainda sobrevive pela
misericórdia de Deus.
Temos que ser diferentes, mas
também respeitar as diferenças.
Não é fácil ser diferente. É
fácil ser igual ao mundo.
Temos que aprender a conjugar o
verbo na terceira pessoa.
O conselho de Deus para sua Igreja
é: “Aconselho que compres... o colírio a
fim de que vejas” (Apocalipse 3:18).
E o que é este “colírio”?
“O colírio é aquele discernimento espiritual
que vos habilitará a reconhecer as ciladas de Satanás e evitá-las, a detectar e
abominar o pecado, a ver a verdade e obedecer-lhe.” (Testemunhos Seletos,
Volume 2, página 75).
É o Espírito Santo que unge os
nossos olhos para termos um bom foco.
A mulher de Ló estava saindo de
Sodoma, seu corpo estava indo, mas seu coração ficando.
Ela pereceu como uma estátua de
sal e esta é a prova de que onde estiver nosso tesouro, ali também estará o
nosso coração.
Casa, móveis, amigos, costumes...
O apego às coisas deste mundo só
nos trazem prejuízos espirituais.
Quando o coração está cheio de
ilusão e fantasia é sufocado o amor e a misericórdia.
Cristo jamais reinará num coração
egoísta.
Ele é a “pérola de grande preço”,
mas que não tem fulgor para aqueles cujo foco está no ouro deste mundo.
O colírio não clareia apenas o
foco para ver a nossa situação ou a do nosso irmão, mas também para percebermos
o valor da justiça de Cristo.
Deus nos diz através do profeta
Isaías: “Olhai para mim e sede salvos,
vós, todos os limites da terra, porque eu sou Deus, e não há outro” (Isaías
45:22).
Outro prejuízo em apegarmos a
este mundo é o desinteresse pela pregação do evangelho. Nosso testemunho apaga
as brasas do altar divino.
Há corações em que só existem
cinzas.
Há muito tempo a alegria de
servir já foi trocada pela preguiça e pelo comodismo.
Estamos apegados também às nossas
razões, somos donos da verdade e ninguém quer ceder!
Todos têm defeitos, menos eu.
Enxergo a quilômetros o cisco no
olho do meu irmão, sendo que me meu olho tem toras de aroeira.
Temos que viver com os pés na
terra e os olhos no céu.
Há um tesouro no final da jornada
desta vida!
Onde estão os nossos olhos?
Se o homem com a sua limitação
foi capaz de corrigir o foco de um telescópio no espaço, será que Deus não pode
hoje corrigir a nossa distorcida visão?
Hebreus 12:2 diz: “olhando
firmemente para o autor e consumador de nossa fé...”.
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