21 de outubro de 2014

O Dom de Profecia

Há um texto muito precioso na Bíblia: “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7).
Um profeta era alguém muito especial, separado por Deus para transmitir instruções específicas a um determinado grupo, povo ou pessoa.
Estas instruções eram muitas vezes recebidas de forma sobrenatural, através de sonhos e visões.
Um profeta jamais poderia falar em cima de suas próprias conjecturas, mas sempre movido pelo Espírito de Deus (2 Pe 1:21).
Será que Deus poderia levantar profetas nos tempos atuais?
Vejamos o que está escrito em Atos 2:17 e 18: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos: até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”.
Historicamente, veremos informações pontuais que, aliadas às profecias bíblicas, nos mostrarão que um movimento profético seria suscitado nos últimos dias.
Deus havia mostrado a Daniel que em determinado tempo da história, um poder se levantaria contra Deus, falando palavras contra Ele, mudando os tempos e Suas leis, período em que os cristãos sofreriam perseguições (Daniel 7:25).
Este período é mencionado como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (Daniel 7:25; 12:7).
Esta profecia se harmoniza perfeitamente com Apocalipse 11:2-3; 12:6 e 14, onde aparecem as expressões “quarenta e dois meses”, “mil duzentos e sessenta dias” e “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, sendo todas estas equivalentes.
Neste período, segundo o texto de Apocalipse 12:6, a mulher (Igreja) fugiria para o deserto, onde ficaria abrigada por 1260 dias.
Notemos que “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, entendido como 3 anos e meio, contém 1260 dias, levando em conta o calendário bíblico que possui 360 dias por ano ou 30 dias por mês.
“Quarenta e dois meses” também equivalem a 1260 dias.
Este período profético deve ser entendido como 1260 anos, conforme o princípio de equivalência (1 dia = 1 ano) de Ezequiel 4:6 e Números 14:34.
Este período de 1260 anos ficou historicamente conhecido como a “Idade Média” ou “Idade Escura”, tempo em que os cristãos foram perseguidos vorazmente pelo poder romano, tendo que fugir para os lugares mais ermos da terra.
Este período teve início em 538, ano em que se cumpriu a profecia do último dos três chifres (reino ou poder) a serem abatidos para o estabelecimento da supremacia romana (Daniel 7:24).
Houve 1260 anos de supremo domínio papal.
Mas em 1798 (538 + 1260) o general Berthier, comandando um exército francês, invadiu Roma e aprisionou o Papa Pio VI, infligindo uma ferida mortal ao papado (conferir Apocalipse 13:13).
O término deste período profético em 1798 culmina com o início do tempo do fim.
Paralelamente e entrelaçada à profecia dos 1260 anos corre também a profecia das 2300 tardes e manhãs que culminou no dia 22 de outubro de 1844.
Dentro desta profecia, nos escritos do Apocalipse, encontramos a seguinte informação: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).
É interessante notar que o profeta Isaías também usou estes dois gêneros juntos:
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20).
Notemos o paralelismo destes dois versos:
Em Apocalipse está descrita uma perseguição implacável a um grupo de pessoas que guardam os mandamentos e que tem o testemunho de Jesus.
Já Isaías diz que a “lei” e o “testemunho” são elementos de teste e que caracterizam os verdadeiros filhos de Deus.
Quanto à “lei”, todos nós já sabemos do que se trata, mas quanto ao “testemunho” parece não ficar claro.
O que é este “testemunho de Jesus”?
Apocalipse 19:10 nos dá a resposta: “Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.
Este dom especial seria levantado nos últimos dias, como marca distintiva de um povo, restaurando verdades esquecidas e conclamando o mundo a voltar para Deus.
Se o dom de profecia é uma marca distintiva de um povo nos últimos dias, quem seria este profeta?
Os adventistas do sétimo dia creem indubitavelmente que este dom especial foi manifestado na vida de Ellen Gould White (26/11/1827 - 16/07/1915).
O movimento adventista começou com as pregações de Guilherme Miller que previa a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844.
Entretanto, embora a data estivesse correta, o evento previsto era outro.
A profecia tratava do início do Ministério Sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial e não de seu advento a este mundo.
Grande foi a decepção naquela oportunidade!
Conforme João descreveu em Apocalipse 10:10, doce era o sabor da mensagem, mas ficou um grande amargo no estômago.
Deus então precisava revelar suas verdades a um grupo de crentes sinceros decepcionados.
Nesta ocasião, Deus buscou um homem para ser o seu porta-voz.
Deus escolheu o talentoso jovem Hazen Foss, mas este recusou relatar a visão que havia recebido, então um anjo lhe disse que o dom de profecia seria dado à pessoa mais fraca de todas: a jovem Ellen Gould Harmon.
Ellen era uma menina humilde, criada num lar metodista, com pouquíssima instrução escolar (cursou apenas três anos do ensino fundamental), chamada por Deus aos 17 anos de idade, mas que ao longo de 70 anos de ministério escreveu mais de 100.000 páginas.
Mas em que se baseiam os adventistas para creditarem a Ellen White o status de profeta?
Há um texto na Bíblia que nos diz: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4:1).
Existem alguns testes que podemos usar para confirmar a autenticidade de um profeta:
·         Falar sempre de acordo com a Bíblia (Isaías 8:20).
“A Bíblia e a Bíblia tão só, deve ser nosso credo, o único laço de união; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estarão em harmonia entre si” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 416).
·         Ter suas predições cumpridas (Jeremias 28:9).
·         Mostrar a verdade de Deus às pessoas (1 Reis 18:21; Deuteronômio 13:1-4). 
·         Estimular a obediência aos mandamentos de Deus (2 Crônicas 24:19 e 20).
·         Ter bons frutos produzidos por sua obra (Mateus 7:15-20).
·         Confessar que Jesus virá em carne (1 João 4:2 e 3).
·         Preparar um povo para encontrar-se com o Senhor (Lucas 1:17).
Não temos a menor dúvida de que todas estas características se harmonizam perfeitamente na vida e no ministério de Ellen G. White.
Ellen White ao longo de sua vida recebeu cerca de dois mil sonhos e visões proféticas.
Sua primeira visão ocorreu em 22 de dezembro de 1844, logo após o grande desapontamento.
Deus tem um propósito especial com os testemunhos deixados pelo ministério profético de Ellen White.
Hoje, ela é a autora mais traduzida no mundo em todos os tempos.
Só o livro “Caminho a Cristo” está traduzido para mais de 160 línguas.
Como ela mesma diz a respeito de seu acervo, “uma luz menor para guiarem homens e mulheres à Luz maior [Bíblia Sagrada] (Colportor Evangelista, página 124).
Somente em português existem mais de uma centena de livros e compilações traduzidos, sobre os mais variados assuntos: comentários bíblicos, administração de igreja, saúde, culinária, educação, finanças, relacionamento, família, etc.
Seus escritos sobre educação, por exemplo, tem servido como base para teses de mestrado e doutorado defendidas com sucesso ao redor do mundo.
Um acervo riquíssimo que, muitas vezes, tem sido desdenhado por nós. 
Paulo nos diz: “Não desprezeis as profecias” (1 Tessalonicenses 5:20).
Inúmeras descobertas que a ciência tem feito em nossos dias já haviam sido anunciadas por Ellen White há quase 100 anos.
E pensar que tudo isso foi escrito por alguém semianalfabeta!
É somente pelo Espírito de Deus que algo assim pode acontecer!
Seu testemunho de vida foi uma prova viva do Deus que professava.
Ellen White era carinhosamente conhecida como “a pequena senhora, vestida de preto, que falava sobre Jesus”.
Alguém sabiamente disse: “Revoltar-me contra o espírito de um profeta ou até queimá-lo não altera a sua veracidade, mas certamente a minha eternidade”.


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