Há um texto muito precioso na Bíblia: “Certamente, o
SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus
servos, os profetas” (Amós 3:7).
Um profeta era alguém muito especial,
separado por Deus para transmitir instruções específicas a um determinado grupo,
povo ou pessoa.
Estas instruções eram muitas vezes
recebidas de forma sobrenatural, através de sonhos e visões.
Um profeta jamais poderia falar em cima de
suas próprias conjecturas, mas sempre movido pelo Espírito de Deus (2 Pe 1:21).
Será que Deus poderia levantar profetas
nos tempos atuais?
Vejamos o que está escrito em Atos 2:17
e 18: “E acontecerá
nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões,
e sonharão vossos velhos: até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei
do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”.
Historicamente, veremos informações pontuais
que, aliadas às profecias bíblicas, nos mostrarão que um movimento profético
seria suscitado nos últimos dias.
Deus havia mostrado a Daniel que em
determinado tempo da história, um poder se levantaria contra Deus, falando
palavras contra Ele, mudando os tempos e Suas leis, período em que os cristãos
sofreriam perseguições (Daniel 7:25).
Este período é mencionado como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”
(Daniel 7:25; 12:7).
Esta profecia se harmoniza perfeitamente
com Apocalipse 11:2-3; 12:6 e 14, onde aparecem as expressões “quarenta e dois meses”, “mil duzentos e sessenta dias” e “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”,
sendo todas estas equivalentes.
Neste período, segundo o texto de
Apocalipse 12:6, a mulher (Igreja) fugiria para o deserto, onde ficaria
abrigada por 1260 dias.
Notemos que “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, entendido como 3 anos
e meio, contém 1260 dias, levando em conta o calendário bíblico que possui 360
dias por ano ou 30 dias por mês.
“Quarenta
e dois meses”
também equivalem a 1260 dias.
Este período profético deve ser
entendido como 1260 anos, conforme o princípio de equivalência (1 dia = 1 ano) de
Ezequiel 4:6 e Números 14:34.
Este período de 1260 anos ficou
historicamente conhecido como a “Idade Média” ou “Idade Escura”, tempo em que
os cristãos foram perseguidos vorazmente pelo poder romano, tendo que fugir
para os lugares mais ermos da terra.
Este período teve início em 538, ano em
que se cumpriu a profecia do último dos três chifres (reino ou poder) a serem
abatidos para o estabelecimento da supremacia romana (Daniel 7:24).
Houve 1260 anos de supremo domínio
papal.
Mas em 1798 (538 + 1260) o general
Berthier, comandando um exército francês, invadiu Roma e aprisionou o Papa Pio
VI, infligindo uma ferida mortal ao papado (conferir Apocalipse 13:13).
O término deste período profético em
1798 culmina com o início do tempo do fim.
Paralelamente e entrelaçada à profecia
dos 1260 anos corre também a profecia das 2300 tardes e manhãs que culminou no
dia 22 de outubro de 1844.
Dentro desta profecia, nos escritos do
Apocalipse, encontramos a seguinte informação: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi
pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de
Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).
É interessante notar que o
profeta Isaías também usou estes dois gêneros juntos:
“À
lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20).
Notemos o paralelismo destes dois
versos:
Em Apocalipse está descrita uma
perseguição implacável a um grupo de pessoas que guardam os mandamentos e que
tem o testemunho de Jesus.
Já Isaías diz que a “lei” e o
“testemunho” são elementos de teste e que caracterizam os verdadeiros filhos de
Deus.
Quanto à “lei”, todos nós já sabemos do
que se trata, mas quanto ao “testemunho” parece não ficar claro.
O que é este “testemunho de Jesus”?
Apocalipse 19:10 nos dá a resposta: “Pois o testemunho de Jesus é o espírito da
profecia”.
Este dom especial seria levantado nos últimos
dias, como marca distintiva de um povo, restaurando verdades esquecidas e
conclamando o mundo a voltar para Deus.
Se o dom de profecia é uma marca
distintiva de um povo nos últimos dias, quem seria este profeta?
Os adventistas do sétimo dia creem
indubitavelmente que este dom especial foi manifestado na vida de Ellen Gould
White (26/11/1827 - 16/07/1915).
O movimento adventista começou com as
pregações de Guilherme Miller que previa a volta de Jesus para 22 de outubro de
1844.
Entretanto, embora a data estivesse
correta, o evento previsto era outro.
A profecia tratava do início do Ministério
Sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial e não de seu advento a este mundo.
Grande foi a decepção naquela
oportunidade!
Conforme João descreveu em Apocalipse 10:10,
doce era o sabor da mensagem, mas ficou um grande amargo no estômago.
Deus então precisava revelar suas
verdades a um grupo de crentes sinceros decepcionados.
Nesta ocasião, Deus buscou um homem para
ser o seu porta-voz.
Deus escolheu o talentoso jovem Hazen
Foss, mas este recusou relatar a visão que havia recebido, então um anjo lhe
disse que o dom de profecia seria dado à pessoa mais fraca de todas: a jovem
Ellen Gould Harmon.
Ellen era uma menina humilde, criada num
lar metodista, com pouquíssima instrução escolar (cursou apenas três anos do
ensino fundamental), chamada por Deus aos 17 anos de idade, mas que ao longo de
70 anos de ministério escreveu mais de 100.000 páginas.
Mas em que se baseiam os adventistas
para creditarem a Ellen White o status de profeta?
Há um texto na Bíblia que nos diz: “Amados, não deis
crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus,
porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4:1).
Existem alguns testes que podemos usar
para confirmar a autenticidade de um profeta:
·
Falar
sempre de acordo com a Bíblia (Isaías 8:20).
“A Bíblia e a Bíblia tão só, deve ser nosso credo, o
único laço de união; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estarão em
harmonia entre si” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 416).
·
Ter
suas predições cumpridas (Jeremias 28:9).
·
Mostrar
a verdade de Deus às pessoas (1 Reis 18:21; Deuteronômio 13:1-4).
·
Estimular
a obediência aos mandamentos de Deus (2 Crônicas 24:19 e 20).
·
Ter
bons frutos produzidos por sua obra (Mateus 7:15-20).
·
Confessar
que Jesus virá em carne (1 João 4:2 e 3).
·
Preparar
um povo para encontrar-se com o Senhor (Lucas 1:17).
Não temos a menor dúvida de que todas
estas características se harmonizam perfeitamente na vida e no ministério de
Ellen G. White.
Ellen White ao longo de sua vida recebeu
cerca de dois mil sonhos e visões proféticas.
Sua primeira visão ocorreu em 22 de
dezembro de 1844, logo após o grande desapontamento.
Deus tem um propósito especial com os
testemunhos deixados pelo ministério profético de Ellen White.
Hoje, ela é a autora mais traduzida no
mundo em todos os tempos.
Só o livro “Caminho a Cristo” está traduzido para mais de 160 línguas.
Como ela mesma diz a respeito de seu
acervo, “uma luz menor para guiarem
homens e mulheres à Luz maior [Bíblia Sagrada]” (Colportor Evangelista, página 124).
Somente em português existem mais de uma
centena de livros e compilações traduzidos, sobre os mais variados assuntos:
comentários bíblicos, administração de igreja, saúde, culinária, educação, finanças,
relacionamento, família, etc.
Seus escritos sobre educação, por
exemplo, tem servido como base para teses de mestrado e doutorado defendidas
com sucesso ao redor do mundo.
Um acervo riquíssimo que, muitas vezes,
tem sido desdenhado por nós.
Paulo nos diz: “Não desprezeis as profecias” (1 Tessalonicenses 5:20).
Inúmeras descobertas que a ciência tem feito
em nossos dias já haviam sido anunciadas por Ellen White há quase 100 anos.
E pensar que tudo isso foi escrito por
alguém semianalfabeta!
É somente pelo Espírito de Deus que algo
assim pode acontecer!
Seu testemunho de vida foi uma prova
viva do Deus que professava.
Ellen White era carinhosamente conhecida
como “a pequena senhora, vestida de preto, que falava sobre Jesus”.
Alguém sabiamente disse: “Revoltar-me
contra o espírito de um profeta ou até queimá-lo não altera a sua veracidade,
mas certamente a minha eternidade”.
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