Existem muitas perguntas difíceis
de serem respondidas e, certamente, já nos encontramos fazendo algumas destas.
Quem sabe, a mais intrigante de
todas parta do conceito de que se ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela
contém (Salmo 24:1) e, ainda, se dEle é a prata e o ouro (Ageu 2:8), porque os
ímpios prosperam cada vez mais e os filhos de Deus passam por dificuldades?
É Deus justo e amoroso agindo
assim?
A estas indagações denominaremos
de “Complexo de Asafe”, um personagem bíblico que de maneira intensa externou
estes pensamentos.
Asafe foi um músico contemporâneo
de Davi e que teve participação em doze salmos.
Asafe reconhecia a bondade de
Deus para o seu povo (Salmo 73:1).
Ele não trazia dúvidas quanto a bondade divina para
aqueles que mantém seus corações puros.
Creio que não temos dúvidas
quanto à bondade do Senhor.
O salmista Davi desafia-nos: “Oh,
provai e vede que o Senhor é bom” (Salmo 34:8).
Temos facilidade em reconhecer a
bondade de Deus, no entanto, parece que não contentamos apenas com a sua
bondade, esta nos parece limitada e insuficiente.
Todos nós carecemos da bondade de Deus, mas o que
desejamos mesmo é prosperidade.
Porventura é pecado ser próspero?
Evidentemente que não!
Homens como Abraão e Jó foram
muito prósperos. Todavia, vemos na biografia destes dois exemplos uma completa
demonstração de desapego aos bens materiais.
Abraão deixou todo o conforto de
Ur dos Caldeus para ir a uma terra desconhecida (ver Gênesis 12) e, na divisão
de terras com Ló não foi ganancioso (ver Gênesis 13).
Jó perdeu todos os seus bens sem
perder a sua fé.
A prosperidade nunca lhes foi um
empecilho na comunhão com Deus.
É pecado desejar ser próspero?
Também não, desde que este desejo não seja uma obsessão.
Abraão e Jó foram homens que
alcançaram a prosperidade como consequência.
O “complexo de Asafe” brota
justamente do âmago da prosperidade.
Sabemos que Deus é bom e, por sua
bondade, teremos a medida suficiente para o nosso viver.
A bondade de Deus nos prescreve
isto: ter a medida suficiente para viver.
Paulo disse: “...aprendi a
viver contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 4:11).
A parábola dos talentos (Mateus
25:14-30) nos ensina que o proprietário (Deus) distribuiu a quantidade de
talentos (dons e posses) conforme a capacidade de cada servo (nós).
Deus nos conhece muito bem,
melhor do que nós mesmos, e por ser bondoso jamais colocará em nossas mãos uma
quantidade de posses ou até uma função que nos servirá de embaraço.
Os verdadeiros filhos de Deus não
mendigam o pão (Salmo 37:25).
O “complexo de Asafe” aflora no
coração humano quando deixamos de contemplar a Deus e passamos a contemplar os
ímpios.
É um grande fiasco desviar o
nosso olhar de Deus, pois perdemos o equilíbrio.
Em Deus nossos passos estarão
firmes, mas quando desviamos o olhar tropeçamos.
Quando Pedro caminhava sobre as
águas (Mateus 14:29-30), enquanto olhava para Jesus seus pés estavam firmes,
mas quando o olhar foi desviado este começou a afundar.
É enorme o risco de não olharmos
para Deus.
Por nossos olhos passa a maior
parte dos “nutrientes” que alimentam o coração.
Deus diz em Isaías 45:22: “Olhai para mim e sede salvos”.
Se olharmos para Deus o nosso
coração será alimentado com a bondade.
Olhando para os ímpios estaremos
alimentando o nosso coração com a inveja.
Só temos inveja daquilo que
vemos.
Diz o ditado “o que os olhos não
veem o coração não sente”.
Vivemos numa sociedade desigual,
onde a inveja aflora como indicativo social.
Podemos até ter o suficiente para
se viver, mas o simples fato de outros terem mais nos incomoda, ainda mais se
forem ímpios.
Por que os ímpios têm mais
posses?
Acompanhe no post da próxima
semana...
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