11 de agosto de 2015

O Complexo de Asafe (Parte 1)


Existem muitas perguntas difíceis de serem respondidas e, certamente, já nos encontramos fazendo algumas destas.
Quem sabe, a mais intrigante de todas parta do conceito de que se ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela contém (Salmo 24:1) e, ainda, se dEle é a prata e o ouro (Ageu 2:8), porque os ímpios prosperam cada vez mais e os filhos de Deus passam por dificuldades?
É Deus justo e amoroso agindo assim?
A estas indagações denominaremos de “Complexo de Asafe”, um personagem bíblico que de maneira intensa externou estes pensamentos.
Asafe foi um músico contemporâneo de Davi e que teve participação em doze salmos.
Asafe reconhecia a bondade de Deus para o seu povo (Salmo 73:1).
Ele não trazia dúvidas quanto a bondade divina para aqueles que mantém seus corações puros.
Creio que não temos dúvidas quanto à bondade do Senhor.
O salmista Davi desafia-nos: “Oh, provai e vede que o Senhor é bom” (Salmo 34:8).
Temos facilidade em reconhecer a bondade de Deus, no entanto, parece que não contentamos apenas com a sua bondade, esta nos parece limitada e insuficiente.
Todos nós carecemos da bondade de Deus, mas o que desejamos mesmo é prosperidade.
Porventura é pecado ser próspero? Evidentemente que não!
Homens como Abraão e Jó foram muito prósperos. Todavia, vemos na biografia destes dois exemplos uma completa demonstração de desapego aos bens materiais.
Abraão deixou todo o conforto de Ur dos Caldeus para ir a uma terra desconhecida (ver Gênesis 12) e, na divisão de terras com Ló não foi ganancioso (ver Gênesis 13).
Jó perdeu todos os seus bens sem perder a sua fé.
A prosperidade nunca lhes foi um empecilho na comunhão com Deus.
É pecado desejar ser próspero? Também não, desde que este desejo não seja uma obsessão.
Abraão e Jó foram homens que alcançaram a prosperidade como consequência.
O “complexo de Asafe” brota justamente do âmago da prosperidade.
Sabemos que Deus é bom e, por sua bondade, teremos a medida suficiente para o nosso viver.
A bondade de Deus nos prescreve isto: ter a medida suficiente para viver.
Paulo disse: “...aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 4:11).
A parábola dos talentos (Mateus 25:14-30) nos ensina que o proprietário (Deus) distribuiu a quantidade de talentos (dons e posses) conforme a capacidade de cada servo (nós).
Deus nos conhece muito bem, melhor do que nós mesmos, e por ser bondoso jamais colocará em nossas mãos uma quantidade de posses ou até uma função que nos servirá de embaraço.
Os verdadeiros filhos de Deus não mendigam o pão (Salmo 37:25).
O “complexo de Asafe” aflora no coração humano quando deixamos de contemplar a Deus e passamos a contemplar os ímpios.
É um grande fiasco desviar o nosso olhar de Deus, pois perdemos o equilíbrio.
Em Deus nossos passos estarão firmes, mas quando desviamos o olhar tropeçamos.
Quando Pedro caminhava sobre as águas (Mateus 14:29-30), enquanto olhava para Jesus seus pés estavam firmes, mas quando o olhar foi desviado este começou a afundar.
É enorme o risco de não olharmos para Deus.
Por nossos olhos passa a maior parte dos “nutrientes” que alimentam o coração.
Deus diz em Isaías 45:22: “Olhai para mim e sede salvos”.
Se olharmos para Deus o nosso coração será alimentado com a bondade.
Olhando para os ímpios estaremos alimentando o nosso coração com a inveja.
Só temos inveja daquilo que vemos.
Diz o ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”.
Vivemos numa sociedade desigual, onde a inveja aflora como indicativo social.
Podemos até ter o suficiente para se viver, mas o simples fato de outros terem mais nos incomoda, ainda mais se forem ímpios.
Por que os ímpios têm mais posses?

Acompanhe no post da próxima semana...


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