Satanás, a fim de deturpar a obra
de Deus, sempre utilizará abordagens apelativas.
No princípio deste mundo, Satanás
se personificou numa serpente.
A serpente não era horripilante
como conhecemos hoje. Este animal tinha asas, seu brilho era reluzente como o
ouro e se destacava entre todos os animais.
O inimigo nunca estará com chifre
e tridente, mas sempre estará camuflado em algo belo que possa chamar a sua
atenção.
A serpente não foi até Eva, ela
estava na árvore.
Muitas tentações não nos vêm sem
que a procuremos.
A tentação para Eva veio em algo
familiar e subordinado – algo do ciclo de seu convívio.
Ela nunca vem em forma de
discussão e polêmica, sempre é sutil e sugestiva.
“É assim que Deus disse: Não
comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis
3:1).
Note o tom de incredulidade que a
serpente põe na ordem clara de Deus, insinuando que a Palavra de Deus possa
receber o julgamento humano.
Satanás então solta a tão antiga
mentira que faz tanto sucesso até hoje: a mentira da imortalidade (ver Gênesis
3:4 e 5).
É interessante que Satanás usa a
fala de Deus adaptando a sua própria entonação.
Satanás tem feito isto até os
dias de hoje. Ele mistura algo correto com o incorreto.
A melhor embalagem de uma mentira
é a mistura com a verdade.
Ele vive de colocar em nossa
mente meias-verdades.
Satanás é um expert nisto. A
Bíblia o chama de pai da mentira (ver João 8:44).
Mas até Eva tomar o fruto, existe
um processo que devemos observar.
Muitos justificam seus erros como
algo que foi rápido demais.
Na verdade, o processo da
concretização do pecado não é tão rápido assim como possa parecer.
Eva se afastou de Adão.
Eva se demorou no ambiente
indevido.
Eva ouviu a serpente.
Eva desejou o fruto.
Eva pegou o fruto.
Eva comeu o fruto com seu marido
– a grande tragédia.
Como ter desobedecido a uma ordem
tão clara?
A serpente prometia crescimento,
desenvolvimento, ser como Deus (ver Gênesis 3:5).
Note como é familiar ver como
Satanás não desiste de tentar convencer a humanidade de que se pode lucrar
desobedecendo a Deus.
Desobedecer a Deus sempre é um
desastre.
No caso de Adão e Eva foi o mais
custoso de todos.
Poderíamos evitar tantas aflições
se sempre obedecêssemos aos claros mandamentos divinos.
Adão relutou e acabou comendo por
solidariedade à Eva, mas por sua escolha individual.
A luz e a glória que os
emolduravam desapareceu imediatamente.
Eles agora estavam nus (ver Gênesis
3:7).
A fim de resolver o problema,
fizeram roupas de folhagem de figueira.
Mas as folhas logo secariam,
seriam ineficazes e insuficientes.
Isto representa a salvação pelas
obras.
Os nossos próprios esforços são
ineficazes livrar-nos das amargas consequências de nossos erros.
As nossas vestes e a nossa
justiça são como trapos de imundícia.
As folhas de nossos esforços
murcham, o vento leva e estamos novamente nus (ver Isaías 64:6).
A primeira atitude do homem foi
fugir e se esconder de Deus (ver Gênesis 3:8).
Era uma alegria ter a presença de
Deus diariamente no jardim.
Mas o pecado é tão nojento e
corrosivo que quando pecamos, logo desaparece a alegria pela visita de Deus.
Não queremos visita, nem estudar
a Bíblia, nem orar, nada que nos faça lembrar de Deus.
Deus então saiu no mesmo dia à
procura do temeroso, desencorajado e escondido homem.
Graças aos céus que temos um Deus
que toma a iniciativa pelo nosso resgate.
Um Deus que não espera por nossa
vontade.
Um Deus que não deixa para
amanhã, mas que hoje mesmo se dedica por nossa salvação.
Um Deus que com Sua terna e
familiar voz, pergunta: “Onde Estás?” (Gênesis 3:9).
É ignorância achar que Deus não
sabia onde Adão e Eva estavam.
Afinal, o próprio Deus construíra
aquele jardim.
Deus também tem feito a nós esta
pergunta até hoje.
É impossível se esconder de Deus
(Salmo 139).
Ele sabe exatamente onde você
está.
Ele te faz esta pergunta para que
você reflita, acorde e pense sobre o exato lugar em que você tem estado.
A sua voz não é de condenação.
Ele não é um policial, mas um ser
amorável e poderoso que muito almeja lhe resgatar.
O Éden era uma bênção para Adão e
Eva, mas ambos tiveram que deixar aquele local.
A terra começou mudar ali.
O jardim ficou vazio e o coração
de Deus também.
Porque o jardim e o homem
nasceram no coração de Deus.
Adão e Eva teriam agora que
aprender a conviver com os sofrimentos.
O plano da redenção consistia na
morte de cordeiros inocentes.
Quão terrível foi para Adão matar
o primeiro cordeiro que representava o próprio Cristo.
Eles só puderam estar vestidos
quando tomaram das peles do cordeiro imolado.
Agora sim, eles puderam ver o
exemplo de que seus esforços nada valiam, mas que somente as vestiduras do
cordeiro poderiam cobri-los de sua nudez.
A ideia da criação era perfeita e
seu propósito também.
Ter a imagem de Deus era um
privilégio, mas todo privilégio vem com uma responsabilidade. Isto requeria do
homem ser o representante do próprio Deus: pensar como Deus, agir como Deus e
ter o Seu próprio caráter.
O amor faria do homem alguém imune
ao egoísmo que faz secar a nossa própria alma.
Alguém que prezasse pelo
companheirismo, que zelasse das necessidades do outro e que usufruísse da via
de mão dupla que é o amor.
O homem teria individualidade
porque somos responsáveis por nós mesmos e ninguém poderia nos lançar no fogo.
Teria liberdade porque somente
aquele que é livre pode escolher a quem amar.
Teria domínio para que nada
pudesse ser empecilho ao relacionamento entre ele e Deus.
Teríamos companhia para não
sentir a dor da solidão e ter a alegria de ser uma família.
Teria o Sábado para que jamais
esquecesse de que Deus era o criador.
Teria um jardim a cuidar para que
não caísse no ócio.
E teria uma árvore para provar a
sua lealdade e obediência.
Deus nos dá estas coisas até
hoje.
Muitas vezes temos caído nos
mesmos erros de Eva:
Ouvir o conselho de uma criatura
ao invés do Criador;
Seguir a própria intuição ao
invés da clara instrução divina;
Ser independente de Deus e o eu
ser a própria lei a ser seguida;
Achar que a desobediência pode
trazer vantagem pessoal;
Julgar que a obediência a Deus impede-nos
de sermos mais felizes e realizados;
Ter nossos olhos cegos para os
desastrosos resultados de nossa oposição a Deus.
Mesmo desfigurados, as bênçãos do
Éden podem ser vividas por todos nós.
Hoje Deus lhe pergunta: Onde
estás?
No dia em que Cristo vier, as
pessoas que se perderem não serão condenadas por darem ouvidos à mentira, mas
por deixar de acreditar na verdade.
Hoje se ouvirdes a sua voz, não
endureçais o vosso coração.
Deus te criou com liberdade e
quer libertar de tudo aquilo que te prende neste momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário