8 de dezembro de 2014

Nosso Salvador e Rei

Jairo era um dos principais chefes da sinagoga.
Jairo era um padrão de felicidade para seus contemporâneos.
Ele tinha tudo, era um homem rico, poderoso, influente, culto, famoso, respeitado, considerado e aplaudido.
Aos olhos humanos Jairo tinha tudo o que um homem precisa para ser feliz.
Nossa sociedade ensina-nos a esconder nossos verdadeiros sentimentos.
Todos achavam que Jairo tinha tudo, mas ninguém sabia que ele tinha um problema.
Jairo tinha uma filha de 12 anos a qual muito amava.
Esta criança começou sentir alguns probleminhas de saúde.
Jairo por ser um homem de recursos não cruzou os braços, foi em busca do melhor tratamento.
Jairo não hesitou em levá-la nos melhores médicos, em fazer os mais avançados e criteriosos exames, afinal, tinha influência, tinha dinheiro e queria o melhor para a sua filha.
No entanto, a situação de sua filha parecia cada vez pior.
Deve ser terrível perder um filho.
Jairo ouviu falar de um homem que curava cegos, paralíticos, leprosos e multiplicava pães.
Era Jesus de Nazaré. Multidões o seguiam e viam seus milagres.
Com o agravamento do estado clínico de sua filha e com o esgotamento de todos os recursos médicos, Jairo pensou em procurar a Jesus.
Ao ouvir sobre Jesus, Jairo reacendeu em seu coração uma pequena esperança.
Só que Jairo tinha uma tragédia em sua vida.
Sua tragédia era a sua riqueza, sua cultura, sua influência e seu poder.
Sabemos qual era o perfil das pessoas que formava a multidão em torno de Jesus e não ficava bem para um homem com tais predicados concorrer a Jesus com tais pessoas.
Há momentos em nossas vidas que as aparências externas sufocam as necessidades de nossos corações.
Deixamos de nos entregar a Jesus preocupados com o que outros pensarão.
Mas a questão era de vida ou morte.
Seria a eminência da morte algo maior que seu orgulho?
Foi difícil a decisão, mas Jairo quebrou seu orgulho, a sua imaculada aparência e decidiu procurar Jesus.
Não é comum que gente culta siga a Jesus.
Quando se tem fama, dinheiro e poder, as pessoas pensam: pra que Jesus?
Mas a situação de Jairo era tão extrema que este furou o alvoroço da multidão, ajoelha-se aos pés de Jesus e lhe suplica com insistência:
“Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá” (Marcos 5:23).
Ao lermos superficialmente esta passagem, concluímos: Que fé!
Se formos mais atentos ao texto bíblico veremos que não era bem assim.
Ir a Jesus é importante, mas não é tudo.
Estar de joelhos, cantar um hino, levantar a mão num apelo, pertencer a uma igreja, é importante, mas isto não quer dizer nada.
Aceitar e reconhecer a Jesus como nosso Salvador é importante, mas não é tudo.
Jesus quer ser o seu Salvador, mas Ele também precisa ser o seu Rei.
Notem que Jairo prostra-se diante de Jesus, quem sabe, tira um papel do bolso e lhe diz:
1 - Minha filha está quase morrendo [levanta],
2 - venha, me acompanhe,
3 - entre em seu quarto,
4 - toque nela,
5 - diga algo para ela,
6 - então ela ficará curada.
Não é tão difícil reconhecer a Jesus como aquele que pode nos salvar.
Mas vemos aqui que também não é tão simples permitir que Ele faça a sua vontade.
Jairo queria usar Deus para os seus próprios fins.
Deus não é um boneco, uma marionete que usamos de acordo o nosso interesse.
Deus perdoa nossos pecados, mas também quer governar a nossa vida.
Jairo queria que Jesus fosse somente o seu Salvador, não O queria como o seu Rei.
Jairo foi a Jesus, mas em suas mãos estavam os seis passos que Jesus deveria seguir.
Cristianismo não é usar a Deus
Jairo teve que aprender esta lição com duros golpes, com muitas lágrimas e muita dor.
Temos que aprender a lição básica do cristianismo: não posso usar Jesus, tenho que ser usado por Jesus.
Aceitar a Jesus como Rei consiste em obedecer sem ressalvas à Sua Palavra, sem querer induzi-la ou adaptá-la aos nossos interesses.
Jairo queria que Jesus fizesse conforme a sua própria vontade.
Jesus poderia ter escorraçado Jairo, pois queria mandar em Sua vontade.
Mesmo assim Jesus nos ama e nos aceita como somos.
Ele nos aceita com nossos defeitos, arrogâncias e ignorâncias.
Então Jesus sai com Jairo.
Jesus ia lentamente, curava alguém, animava outro durante o percurso.
Jesus ia resolvendo os problemas das pessoas.
Jairo, quem sabe, puxava a Jesus, dizendo que aquelas pessoas poderiam esperar e que o seu caso era urgente. Mas Jesus ia no seu ritmo normal.
O homem pode tentar manipular a Deus – tenta, mas não consegue.
Muitos acham que podem manipular a Jesus.
Eu vou orar com fé para que Jesus me dê...
Ter fé é pedir, mas também é aceitar a vontade de Deus.
Na ida, a multidão comprimia Jesus.
Até que no alvoroço da aglomeração Jesus pergunta: “Quem me tocou?” (Marcos 5:30).
Os discípulos, quem sabe, com um tom de vergonha disseram: “mas como é que o Senhor tem coragem de perguntar uma coisa dessa...”.
Não era um toque comum. Este sim era um toque de genuína fé.
Os discípulos se referiam à multidão, mas Jesus falava de alguém.
Jesus não te generaliza na multidão, mas lhe vê individualmente.
Jesus jamais deixará desapontado aquele que com fé se aproxima e toca no seu sagrado manto.
Jesus então pára, pergunta quem o haveria tocado, a mulher se apresenta, ambos conversam e o tempo ali se passa.
O aflito Jairo impacientemente vê toda aquela cena, até que se aproxima um de seus servos e lhe dá a notícia de que não era mais necessário Jesus.
Jairo desabou.
Havia quebrado o orgulho, andado com prostitutas e espectros sociais e parece que Jesus nem tinha feito caso dele.
Estou escrevendo para alguém que já pediu, orou, jejuou, chorou e Deus não atendeu?
Talvez você possa compreender o que Jairo estava sentindo.
Jairo, quem sabe, com lágrimas nos olhos, mira-se em Jesus como que queria dizer que era tarde demais, que não mais precisava de seu favor.
Então Jesus aproveita aquele crucial momento para requerer de Jairo a verdadeira demonstração de fé e ensinar-lhe a verdadeira lição.
Jesus lhe diz: “Não temas, crê somente” (Marcos 5:36).
Em outras palavras, Jesus estava querendo dizer: Agora sim, você tem a oportunidade de me aceitar como o Rei de sua vida. Naquele instante, você me viu como o Salvador, mas não me queria como o seu Rei, queria que eu fizesse a sua própria vontade.
Você me agarrou pela mão, queria me ajustar ao seu programa. Você que deve se ajustar a mim.
Neste instante Jairo creu, permitiu que a vontade de Jesus fosse a soberana.
Até aqui, só tragédias, Jairo vinha puxando Jesus pela mão.
Agora, é Jesus que toma a sua mão e toma o rumo das coisas.
O mais importante é que sempre Jesus está disposto a nos dar coisas maiores que procuramos.
Jairo foi procurar cura para sua filha, mas Jesus lhe deu uma nova vida.
Jesus quer ser o seu Salvador e muitos o reconhecem e o aceitam como tal, mas Ele precisa ser o Rei de sua vida.
A Bíblia nos fala mais de Jesus como Senhor do que como Salvador.

Que compreendamos verdadeiramente isto em nossa vida!

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