17 de novembro de 2014

Oferta Viva

“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” (Salmo 116:12).

Esta é uma pergunta de difícil resposta.
Será que podemos oferecer algo suficiente para compensar o que o Senhor nos tem dado?
Com certeza, não.
Se assim fosse, alcançaríamos a graça divina por nossos méritos.
Deus havia prometido a Abraão que sua descendência seria como as estrelas do céu. (Gênesis 15:5).
Mas com o avanço da idade a fé daquele que viria a ser o pai dos fiéis começou a vacilar.
Temos um Deus que não falha e o que nos promete Ele sempre cumprirá.
A fim de que a fé de Abraão pudesse ser aperfeiçoada, com a idade de 120 anos este foi chamado a enfrentar a maior prova que qualquer ser humano poderia passar.
Abraão estava instalado em Berseba, era um homem rico e influente.
Numeroso era o seu rebanho.
Gozava de grande respeito e prestígio dos cidadãos de sua localidade.
Deus então pondo Abraão em prova lhe diz: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que eu te mostrarei” (Gênesis 22:2).
Abraão foi convidado a ir a Moriá, em um de seus montes.
Em nossa vida de devoção somos intimados constantemente a “subir”, e este subir muitas vezes é cansativo.
Abraão deveria subir ao lugar que Deus lhe mostraria e muitas das vezes não permitimos que o Senhor nos mostre o lugar em que devemos ir.
Abraão, diante do pedido de Deus começou a imaginar as incoerências.
Isaque era a sua alegria, o filho da promessa.
É de nossa natureza questionar o curso das coisas.
Mesmo assim, Abraão de madrugada não olvidou e partiu com o necessário para cumprir sua missão.
Quando Deus lhe pedir algo, não demore em atende-lo.
Abraão trilhou com sua caravana pelo mais longo dia de sua vida até que pudesse no terceiro dia avistar uma nuvem de glória sobre o monte Moriá – o local escolhido por Deus.
O coração dolorido de Abraão sentiu a confirmação de Deus e quem sabe imaginou o que está escrito em Hebreus 11:19: “... que Deus era poderoso até para ressucitá-lo dentre os mortos.”
Abraão então pede que todos os seus acompanhantes permanecessem naquele ponto.
Quando Deus te chamar, despeça também de todos os empecilhos de sua vida.
Então Isaque se dirige: “Meu pai...”.
Aquelas foram as palavras mais cortantes que Abraão já ouvira.
“Aqui está o fogo, a lenha, mas onde está o cordeiro?” (Gênesis 22:7).
Abraão, a princípio, sem imaginar o que iria ocorrer e adiando o desfecho daquele sacrifício, encobriu a verdade com outra mais grandiosa e redentora verdade: “Deus proverá para si o cordeiro” (Gênesis 22:8).
Era fácil para um jovem de 18 anos livrar-se de um velho de 120 anos, mas Isaque aprendera desde cedo aceitar os desígnios do céu.
Isaque é então submetido ao altar e quando o cutelo é levantado soa a voz do céu: “Não faças nenhum mal ao rapaz...” (Gênesis 22:12).
Então Abraão desamarra Isaque e encontra um cordeiro para oferecer em substituição ao seu filho.
Estávamos outrora como Isaque, à beira do cutelo, mas um cordeiro substituto foi providenciado para o nosso lugar.
Esta história de fé continua a ser uma luz para aqueles que desejam fazer a vontade divina.
Mesmo a despeito das adversidades, dos enganos e dúvidas de Satanás, Abraão não desistiu de fazer a vontade de Deus.
Abraão é hoje reconhecido como o “Pai da fé” por esta grande história.
Esta história foi a verdadeira e prévia manifestação do evangelho de Cristo pela salvação dos homens.
E olhando para Cristo, sua sorte não foi a mesma de Isaque.
Não se ouviu nenhum “basta”.
Tudo isto por amor a mim e a você.
Respondendo à pergunta inicial, podemos concluir que o maior benefício que temos recebido é o contínuo e inesgotável amor de Deus por nós.
Todo amor espera uma resposta.
Já ouvira o ditado: “Amor com amor se paga”?
Talvez não sejamos convidados a entregar nossa vida num holocausto, mas o mínimo que podemos fazer é entregar-nos como ofertas vivas aos pés do Senhor.
Que nossa vida seja uma oferta de aroma suave no altar de Deus!



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