24 de março de 2014

Dois Relatórios

Deus havia prometido a Abraão a vistosa terra de Canaã (Gênesis 13:14-18).
A promessa era extensiva à descendência deste patriarca que não teve a oportunidade de adentrar nesta terra, só seus olhos a viram.
Muitos anos depois, Moisés, líder da descendência de Abraão estaria preste a usufruir dessa aliança.
Então doze homens foram enviados a tão almejada terra, devendo trazer um relatório minucioso sobre o solo, o clima, a vegetação, além de trazer um fruto como prova veraz de seus relatórios.
Foram tragos de Canaã cachos de uvas que eram necessários dois homens para carrega-los. 
Quarenta dias de observações se passaram e aqueles doze homens voltaram incumbidos de retratar a terra da promessa.
O assunto era de interesse de todos.
Mostraram o fruto e em seguida descreveram a terra como lugar que “mana leite e mel” (Números 13:27).
O povo se empolgou, afinal foi para isso que Moisés os havia tirado do Egito.
Todos queriam o mais breve poder possuir tal terra como herança.
Porém, logo mais começou a descrição das dificuldades a serem enfrentadas.
Assim descreveu os espias, com exceção de dois: povo poderoso, cidades mui grandes e fortificadas, habitadas pelos inimigos do povo de Deus, cheias de gigantes.
O entusiasmo foi permutado pelo medo, a esperança pela incredulidade, o ânimo pela covardia.
Satanás luta em colocar estas coisas no coração do ser humano.
Foi Deus quem havia prometido esta terra, mas pelo relatório covarde de alguns homens toda a confiança se desmoronou.
É criteriosa a construção de uma confiança, mas como pode ser facilmente abalada!
Além da promessa de Deus, havia o povo já esquecido que o próprio Deus os havia miraculosamente livrado das mãos de Faraó, transposto o mar vermelho, sendo tragado pelo mar seus inimigos.
O poder de Deus é facilmente banido do coração humano quando preferimos apegar à incredulidade.
O espírito de acusação, perfil de Satanás, preenche nossa mente, assim como o povo acusou Moisés de tê-los enganados.
Preferiam descer de volta ao Egito da servidão do que subir à Canaã da gloriosa herança.
Muitos hoje preferem o Egito, o mundo da escravidão, do que o céu que nos será dado por herança.
Mas no momento mais crítico e angustiante Deus faz sua voz levantar e então Calebe, um dos doze, irrompe o tumulto e diz: “Eia, subamos e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela” (Números 13:30).
Mas os dez pessimistas pintaram ainda quadro mais negros sobre a terra, dizendo ser terra que devorava seus moradores e cheias de gigantes.
Quero dizer neste momento, é mais fácil acreditar na maioria, como acreditou aquele povo.
Muitos preferiram ter morrido no Egito como escravo do que requerer sua herança.
Muitos acreditam que receberão a herança do Senhor de maneira fácil.
Mas não é bem assim, a herança está garantida, mas é preciso vencer os desafios.
Muitos entusiasmam-se com o fruto, mas desanimam-se com os gigantes.
Quais são os gigantes que hoje desanimam sua subida à Canaã?
Será o gigante do comodismo, do mundanismo, das falsas amizades, da prostituição, da ignorância, da insensatez, da falta de amor, da falta de perdão, da incompreensão, da pressão de grupo, das crises nos relacionamentos, da bebida, da televisão, da internet e tantos outros gigantes que poderia enumerar.
Pode parecer difícil, mas Josué e Calebe entre os doze, preferiam enfrentar os gigantes.
É bem mais fácil se dar por vencido como a maioria.
Ser diferente, ser minoria, ser pressionado, ser ignorado, enfrentar os gigantes e ter fé na vitória faz parte da vida daqueles que se submetem àquilo que Deus já prometeu um dia.
Lembre-se que as dificuldades e intempéries valorizam nossa jornada.
Os gigantes sempre existirão para nos assombrar, mas o que Deus já fez por você é o suficiente para que tenha a confiança de nada pode prevalecer contra você.
Que os gigantes de nossa vida possam ser dissolvidos pelos méritos de nosso Senhor Jesus Cristo.

Era uma vez uma indústria de calçados aqui no Brasil que desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia e então mandou dois de seus consultores a pontos diferentes do país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado.
Depois de alguns dias de pesquisas, um dos consultores enviou um fax para a direção da empresa com o seu parecer:
“Senhores, cancelem o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos”.
Sem saber desse fax, o segundo consultor também enviou sua opinião alguns dias depois:
“Senhores, tripliquem o projeto de exportação de calçados para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos ainda”.
Uma mesma situação pode ser um tremendo obstáculo para alguns, mas pode ser também uma fantástica oportunidade para outros.
Há um dito que diz: “Os tristes acham que o vento geme, os alegres acham que ele canta”.
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.


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