Dois
estudos divulgados recentemente contrariam as ideais amplamente divulgadas
de que famílias com dois pais ou duas mães gays são iguais a – ou talvez
melhores que – casais tradicionais. “A alegação empírica de que não existem
diferenças notáveis devem desaparecer”, acredita o professor de sociologia na
Universidade do Texas, Mark Regnerus, ao publicar seu estudo na revista
científica de Ciências Sociais. Usando conjunto de dados de entrevistas
com cerca de três mil adultos jovens selecionadas aleatoriamente, Regnerus
dividiu os dados em 40 tipos de grupos, considerando os resultados sociais,
emocionais e de relacionamento. Ele descobriu que, quando comparadas com
adultos criados por casais tradicionais, as pessoas criadas por duas mães
lésbicas tiveram resultados negativos em 24 das 40 categorias, enquanto os
adultos criados por pais gays tiveram resultados negativos em 19 categorias.
Mark
Regnerus norteou outro estudo de impacto na sociedade pela pergunta: “Qual a
diferença dos adultos criados por pais homossexuais?” A resposta, tanto na
literatura acadêmica quanto no imaginário do público americano, provou ter
mudado drasticamente nos últimos 15 anos.
Durante
um evento promovido pelo Institute for American Values, ele mostrou que no fim
da década de 1990, famílias heterossexuais eram “consideradas o melhor ambiente
para crianças”. Agora, já predomina a noção de que não há “nenhuma diferença
significativa” na criação de crianças por casais gays. Finalmente, ele mostra
que existe uma tendência crescente de se afirmar que crianças “podem ser
melhores se forem criadas por um casal gay”.
Embora
existam pouquíssimas evidências que poderiam comprovar essa conclusão,
defensores do casamento homossexual e da adoção gay declararam que isso já está
provado. Segundo o professor Regnerus, o material mais famoso sobre esse ponto
de vista foi publicado em 2010, assinado pelos cientistas sociais Judith Stacey
e Timothy Biblarz, que afirmaram que pais homossexuais são iguais ou melhores
do que as estruturas familiares tradicionais. O artigo já foi usado inclusive
em tribunais norte-americanos em julgamentos de casos de adoção e raramente é
questionado.
Os
novos estudos de Regnerus foram desenvolvidos para reexaminar essa questão. Ele
lembra que muitos estudos acadêmicos utilizam a chamada “técnica
bola-de-neve”,que usam amostragens pequenas para fazerem projeções maiores. O
problema com essa abordagem popular é que ela restringe as entrevistas a uma
fatia do público que são muito próximos em termos de educação, renda e posição
social, resultando em uma compreensão limitada.
Em
busca de um novo padrão, Regnerus e sua equipe entrevistaram 15.088 pessoas.
Destas, 175 pessoas foram criadas por um casal de lésbicas, e 73 que foram
criadas por pais gays.
Regnerus
afirma que as crianças do estudo raramente passaram a infância inteira na casa
de seus pais gays e seus parceiros. Por exemplo, 57% das crianças passaram mais
de quatro meses com mães lésbicas, mas apenas 23% passaram mais de três anos
com elas. Por fim, Mark Regnerus buscou responder se crianças com os dois pais
gays percebiam desvantagens quando comparadas com crianças criadas por seus
pais biológicos.
Crianças
com pais em relacionamentos homossexuais tiveram baixo desempenho em quase
todos os quesitos. Um dado é particularmente preocupante: menos de 2% das
crianças de famílias biológicas convencionais sofreram algum tipo de abuso
sexual, mas o número correspondente às crianças de casais homossexuais é de
23%. Além disso, 14% das crianças de casais homossexuais passaram algum tempo
em abrigos governamentais, comparado com 2% da média nos EUA. Os índices de
prisão, uso de drogas e desemprego são bem maiores entre filhos de casais
homossexuais.
O
estudo de Regnerus parece responder à questão hoje tão debatida, se crianças
criadas por casais homossexuais são diferentes: está claro que sim. De fato, a
maior conclusão do relatório não é de que famílias homossexuais sejam
negativas, mas mais uma afirmação de que famílias biológicas pai-mãe são mais
positivas.
Mesmo
assim, Regnerus adverte que sabe das críticas que receberá e que seu estudo não
tenta “minar os argumentos” de quem defende os direitos dos homossexuais, nem
deseja ligar os resultados de adultos problemáticos unicamente à paternidade
gay. Seu objetivo é gerar mais discussão e possíveis novas pesquisas sobre a
parentalidade gay.
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